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6 DE ABRIL DE 1907 592-(139)

Nos distritos de Braga e Vila Real mais de metade das explorações não têm meios de trabalho animal ou mecânico. No distrito de Bragança o auxílio do animal é de notar, com 27 193 explorações, num total de 37 193. Há apenas cerca de 10 000 explorações que não empregam meios de trabalho além do esforço individual.
Os concelhos inquiridos no distrito de Viseu sofrem também da falta de auxílio, visto em 11 839 explorações haver apenas 2569 com auxílio animal.

Tipo de cultura

14. Predomina em todos os distritos inquiridos a cultura arvense.
Apesar de em certas zonas, como no Minho e alguns concelhos do Alto Douro, a cultura da vinha ter grande influência nos rendimentos individuais, a cultura arvense ocupa, por muitos, a maior parte das áreas cultivadas.
Essa cultura acentua-se no distrito de Bragança, no de Vila Real e no de Viana do Castelo, como se pode verificar no mapa a seguir:

(Ver quadro na imagem)

(a) Os números apresentados para este distrito Incluem somente os que respeitem ta concelho de Vila Nova de Foz Côa.
(b) Os números apresentados para este distrito Incluem somente os que respeitam aos concelhos de Armamar, Lamego, 8. Joio da Pesqueira e Tabuaço.
Os quadros acima transcritos podem sumariar-se num outro que dá à primeira vista, para o conjunto das duas províncias, um certo número de características da exploração agrícola no Minho e Trás-os-Montes e Alto Douro.

É o seguinte:

Número de explorações ........ 201 434
Com culturas arvenses ......... 183 218
Com meios mecânicos ......... 19
Com meios mecânico e animal ..... 80
Só com animal ............ 108 800
Sem cultura arvense ......... 18 216
Sem meios de trabalho
mecânico ou animal ............. 92 535

Nota-se que metade das explorações usam o auxílio do animal e que com meios puramente mecânicos há apenas 19 explorações.
Deve haver certamente factores importantes que influenciam a ausência de meios de trabalho mecânico e animal em 93 535 explorações, num total de 201 434, ou quase 50 por cento.
Considerada a importância que na produção moderna tem a energia, quer de origem animal, quer doutra, vê-se que há qualquer causa que negue a sua intervenção em tão larga percentagem de explorações.

Dispersão da propriedade

15. Cerca de 60 por cento das explorações agrícolas do Minho e Trás-os-Montes e Alto Douro são constituídas por mais de cinco parcelas. Explorações com número de parcelas inferior a mil são perto de 39 por cento do total.
E de notar que mais de um quarto das explorações é constituído por seis a dez parcelas e que entre onze e quinze ainda existem quase 9 por cento das explorações.
Estes números revelam grande dispersão das explorações, que, aliás, se vê facilmente no quadro a seguir:

(Ver quadro na imagem)

(a) Os números apresentados para este distrito Incluem somente os que respeitam ao concelho de Vila Nora de Foz Côa.

(b) Os números apresentados pai» este distrito Incluem somente os que respeitam aos concelhos de Armamar, Lamego, S. Joio da Pesqueira e Tabuaço.

O problema da dispersão da propriedade rústica a norte do Tejo é uma das causas da baixa produtividade agrícola.
Quando se estudou o regime da exploração agrícola a norte do Tejo, notou-se que menos de 50 por cento das explorações eram constituídas por duas a cinco parcelas. As restantes continham mais de cinco.

No caso do Minho e Trás-os-Montes e Alto Douro a percentagem é ainda menor, como se verificará.

As dificuldades que derivam da dispersão da propriedade são de molde a reduzir consideràvelmente a eficiência do trabalho. Se as parcelas são pequenas, como acontece na maior parte dos casos, e os solos

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1 Parecer das Contas Gerais do Estado de 1953 (Apêndice), pp. 309 e seguintes.