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1112 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 129

taliuegrado; assuadas no decorrer de cerimónias e conferências oficiais, como aconteceu quando os estudantes da Universidade de Moscovo aplaudiram Khruschev de tal forma que este não pôde continuar o seu discurso; greves nos aulas de doutrinação; questões de doutrina levantadas nas diferentes aulas; divulgação de notícias provenientes de fontes exteriores, como a B. B. C. e a voz da América; publicações ilegais (a existência de seis, pelo menos, foi reconhecida pela imprensa soviética) ; uma orientação religiosa e uma recusa de trabalho para as regiões atrasadas.
Mas mais intensa foi a revolta da juventude nos países satélites.
Aí a rejeição do comunismo foi total, quer ela se manifestasse por uma revolução trágica, como na Hungria; por uma transformação mais pacífica, como na Polónia (na qual se incluem, contudo, os tumultos da juventude operária, em Pozmam), que levou ao poder um comunista nacional, Gomulka, ou por reivindicações menos conhecidas da juventude da Alemanha Oriental, da Checoslováquia, da Roménia e da Bulgária. Qualquer que fosse a forma que tomaram os acontecimentos, o desejo de reconquistar a liberdade nacional encontro-se na sua origem.
Na Hungria, o ódio da juventude contra o comunismo manifestou-se claramente até ao momento da intervenção dos tanques soviéticos para estabelecerem o statu quo. Esta intervenção demonstra que nos países satélites o comunismo, imposto sob vigilância do exército vermelho', só se pôde manter com a ajuda da força armada soviética (ou a ameaça do recurso a esta força).
A falência da doutrina que deveria conquistar a juventude é confirmada pela falência dos organizações da juventude comunista nos países satélites.
Assim, na Polónia, a Z. M. P. falhou por completo, segundo a própria imprensa comunista; na Checoslováquia, a influência da organização da juventude era, em 1953, «mínima», e o número de aderentes não variou de 1950 a 1955. Na Hungria, a D. I. S. Z. nunca chegou a agrupar mais de 41 por cento dos estudantes e da juventude operária; estes jovens abandonaram, segundo a emissão de Rádio Varsóvia de 6 de Dezembro de 1956, a organização «aos milhares» depois do discurso de Khruschev denunciando Estaline. Poucos membros aderiram por convicção política; a maioria filiou-se só porque ser membro da organização (nas condições criadas pelos comunistas) era o meio de conseguir uma educação superior e melhores empregos. Isto foi reconhecido na Polónia durante um congresso da juventude que se realizou em Varsóvia.
Neste congresso, um dos oradores declarou: e Na hora actual, os jovens que têm uma formação marxista são uma minoria».
Nos países satélites, os protestos revestiram, assim, a mesma forma que na U. R. S. S. Isto não deve surpreender, visto que a juventude destes países, da mesma maneira que a juventude soviética, protesta contra os mesmas condições e rejeita os mesmos falsos valores inculcados por ordem do partido. E este o factor que se encontra na base destas explosões de cólera juvenil. A destruição pela U. R. S. S. do mito estaliniano acendeu o rastilho. A juventude dos países satélites, além disso, tinha também perante si a prova tangível de que a União Soviética dominava a vida intelectual, económica e social do seu país. Foi isto que deu aos protestos formulados nos países satélites a sua coesão e a sua direcção, e que os tornou perigosos para o prestígio soviético de uma ponta a outra do movimento comunista mundial.
São estas palavras, que em parte não são minhas, mas apenas reprodução de textos da imprensa dos países cobertos pela negra sombra do comunismo soviético, que era mister revelar aqui para esclarecimento do País e, especialmente, para elucidação leal e sincera de alguns jovens- portugueses habilmente conduzidos pelos caminhos do mal por mentores vários-'intelectuais degenerados e falsos pastores apostados na torpe tarefa de destruir a Pátria pela aniquilação da sua juventude. Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Urgel Horta: - Sr. Presidente: no cumprimento da missão que me trouxe à Assembleia Nacional, volto hoje a usar da palavra, por especial atenção de V. Exa., a fim de tratar de uma questão de reconhecido interesse para determinados sectores da actividade portuense, que, no seu fundo, acusam reflexos de certa maneira lamentáveis no- aspecto social. Dentro dá tarefa que me cabe em defesa de interesses legítimos da comunidade, nunca este lugar me serviu para defesa de interesses particulares e muito menos pessoais, que os não tenho, gozando de uma independência que m« é inteiramente reconhecida; podendo até plagiar uma alta personalidade, afirmando ter nascido em berço humilde, e só a Deus devo, peço e imploro a protecção para a minha vida e dos meus.
E porque o que acabo de afirmar é verdade, que não admite dúvidas, principiarei por me referir ao problema instante dos operários da indústria tabaqueira, presentemente ao serviço da Companhia Portuguesa de Tabacos, objecto de intervenções que aqui realizei.
Não quero nem pretendo fazer a história dos factos passados à volta do despedimento do operariado à ordem da Companhia Portuguesa de Tabacos, despedimento feito por escalões, no fim de períodos de trinta dias, agora suspensos, nem tão-pouco à da extinção da Fábrica Portuense, onde laboram para cima de quatrocentos operários.
Com o desenvolvimento merecido dei ao assunto o relevo e a importância de que estes acontecimentos se revestem, como factores de incidência de negativa, sob o aspecto económico-social que nitidamente acusam.
A sua volta e à da resolução do problema tabaqueiro criou-se um ambiente cujo esclarecimento se espera em período de curtos dias.
A situação criada, com as medidas adoptadas pela Companhia Portuguesa, aos operários que trabalham no Porto, vem há tempos sendo objecto de sério estudo por parte do Governo, através do Ministério das Finanças e do Ministério das Corporações, que têm posto na resolução do problema o melhor da sua vontade e o melhor do seu interesse. Na verdade, séria duro, muito duro, que prevalecessem inteiramente as condições que a Companhia Portuguesa de Tabacos pretendia realizar, esquecendo, se não no todo, pelo menos em parte, os prejuízos causados a centenas de operários, chefes de família, atirados para o desemprego forçado, sem certas garantias inteiramente justas e sem possibilidades de empregarem a sua actividade em meio que lhes desse o pão nosso de cada dia.
Ansiosamente, eu e eles aguardamos com a mais serena confiança a resolução deste pleito, entregue às mãos de dois homens., estadistas que tanto se têm nobilitado no desempenho de árduas missões em que foram justamente investidos.
Problema de alto valor social e económico/está inteiramente confundido com a manutenção, o sustento, de um número da criaturas superior a 2000, gente tripeira de boa formação, trabalhadora e honesta, que confia na aplicação da verdadeira justiça social e humana,