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29 DE ABRIL DE 1960 821

O Orador: - O seu interesse pelo progresso do ensino da Farmácia em Coimbra está, aliás, bem afirmado.

O Sr. Augusto Simões: - Muito bem!

O Orador: - As nossas condições actuais não se compadecem com o regime de cursos que se professam nas Escolas de Farmácia de Lisboa e Coimbra.

O Sr. Augusto Simões: - Muito bem!

O Orador: - Os farmacêuticos - imprescindíveis colaboradores dos médicos na defesa da saúde do seu semelhante e na defesa, da saúde pública - carecem de ter todos uma formação universitária, uma preparação cientifica, que aquele curso reduzido lhes não pode dar. E não é só isso! A nossa indústria farmacêutica reclama técnicos competentes ...

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - ... que nos ponham ao abrigo de múltiplas especialidades farmacêuticas - algumas, infelizmente, de inferior qualidade! - que nos sugam as divisas e que oneram a nossa economia.

O Sr. Augusto Simões: - Muito bem!

O Orador: - O panorama da nossa Farmácia é desolador sob muitos aspectos, mas não é este o momento propício para encarar os problemas do seu funcionamento, da verificação da actividade das drogas, da conservação dos produtos biológicos, da composição das especialidades farmacêuticas e de tantos outros.
Carecemos de mais farmacêuticos. Mais e melhores! Não nos convém o curso reduzido que desde há 23 anos se mantém em Lisboa e em Coimbra.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Aguardo confiante a acção do ilustre titular da pasta da Educação Nacional. Julgo poder deduzir que o Governo de Sal azar se preocupa seriamente em reparar aquela monstruosa mutilação de que foi vítima a velha e gloriosa Universidade de Coimbra, já que está demonstrado que o encargo da restauração da Faculdade ascende a pouco mais de 500 contos, que esse encargo será amplamente coberto por uma receita específica o que até está feito o anteprojecto para a instalação do ensino farmacêutico, elaborado de acordo com as instruções dadas pelo ilustre Ministro das Obras Públicas, anteprojecto que até tem a aprovação do conselho escolar.
Os elementos que possuo animam-me a confiar.
Por isso espero que a reforma do ensino deste tão importante sector se não faça esperar e que o novo ano académico traga à velha Universidade a Facilidade que lhe amputaram há 28 anos.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi muito compartimentado.

O Sr. Augusto Simões: - Sr. Presidente: quero felicitar o Sr. Deputado Santos Dessa pelo seu brilhante discurso e associar-me inteiramente, como Deputado por Coimbra, ao justo pedido nele formulado. Efectivamente, a restauração da Faculdade de Farmácia na gloriosa Universidade de Coimbra é uma necessidade que a todos os títulos urge satisfazer, por emergir de um incontestável direito. Secundo, por isso, com o maior empenho o pedido que em tal sentido acaba de ser feito ao Governo.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Cardoso de Matos: - Sr. Presidente: impedido por doença de comparecer à Assembleia, não me foi dado assistir ao debate sobre o aviso prévio do ilustre colega Sr. Melo Machiado relativo ao problema das estradas em Portugal, de que resultou uma moção unanimemente aprovada, a que sinto não ter podido concorrer com o meu voto, que agora aqui expresso, com a relevância da oportunidade que lhe reconheço.
A propósito, não posso deixar de chamar a atenção do Governo para a situação em que se encontram as províncias ultramarinas neste sector, especialmente Angola, cujo desenvolvimento se acentua cada vez mais, O que implica dizer que o problema das suas estradas cada vez se torna mais acuído e grave.
Como já se demonstrou neste Casa, está verificado e unanimemente reconhecido que a falta de estradas e o mau estado em que se encontram as existentes pode trazer inconvenientes e prejuízos de ordem vária, a que urge pôr cobro, a bem do interesse da Nação, mesmo com a sua comparticipação em mais um sacrifício que lhe seja pedido, mas que também entendo dever ser considerado na medida em que as obras desta natureza - que tanto beneficiarão as gerações vindouras - possam constituir encargo também para elas, já que os benefícios que daí lhes advirão mais facilmente lhes proporcionarão os meios de liquidação de tal encargo.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Mas, se o problema assim se põe na metrópole, que já tem uma rede de estradas, embora muitas a necessitarem de reparação, o que dizer de Angola, tantas vezes maior do que a metrópole e que, não tendo a mesma densidade de população, tem uma premente necessidade de povoamento e vê o seu desenvolvimento retraído porque as suas riquezas, espalhadas na imensidade do seu território, nem sempre encontram vias de escoamento permanente capazes de satisfazer às suas mínimas necessidades.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Se olharmos o mapa de Angola, verificamos com facilidade que, salvo raríssimas excepções, é ao longo das linhas férreas - únicas vias de comunicação que funcionam sem interrupções - que o povoamento se fez mais intensamente; porém, não só ao longo dessas vias se encontram as riquezas a explorar e as necessidades de povoamento, como ainda é impossível sem as estradas acessórias e conducentes a essas vias principais promover o desenvolvimento e aproveitar cabalmente os investimentos de toda a natureza que constantemente são solicitados e aplicados em Angola.
Esta província, dada a sua situação geográfica, suporta anualmente um período de chuvas tropicais, que, na sua intensidade e violência, quase destroem a totalidade das estradas, que todos os anos são reconstruídas, como sempre, a título precário e, portanto, sujeitas a novas destruições. Fogem o seu tanto a esta regra aquelas vias que, pela sua melhor construção, mais podem resistir. Mas todas elas em conjunto têm o desgaste natural do seu intenso tráfego, e, além disso, aquelas que de estradas quase só têm o nome em períodos de chuvas obrigam ao recurso a correntes e a cantoneiros improvisados, do que resulta uma