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28 DE MARÇO DE 1963 2189

dá o nome e o encanto das barragens, cujo aproveitamento turístico bem poderia ser feito pelas empresas concessionárias. E a propósito, é incompreensível que as magníficas pousadas que a Hidroeléctrica do Cávado mandou construir estejam desaproveitadas, pois não estão, como deveriam estar, à disposição do público.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - "Um canto dos mais belos da Suíça!", dizia-me um dia um saudoso amigo que da Suíça acabara de regressar. Não há dúvida - voltando à reunião que ali se efectuou - de que estamos a despertar, e não por obra do acaso, mas porque muito se tem trabalhado para criar o necessário clima.

Julgo que o Secretariado, que já colheu largos frutos do I Colóquio, pode e deve, desde já, promover a realização de novo ajuntamento dos interessados, pois assim se vão mentalizando as nossas gentes e instituições. Disso é prova a maneira intensa como se tem tratado nos últimos tempos o problema na imprensa e o despertar das populações e entidades responsáveis das terras, de que apontei um exemplo.

Um dos assuntos ali largamente debatido - no Colóquio - foi o da coordenação dos organismos locais de turismo, considerado do maior interesse numa das suas conclusões. Na verdade, estamos na época dos grandes espaços. Não devemos, pois, dispersar esforços, mas, pelo contrário, temos que os integrar em planos regionais.

Através das comissões regionais previstas na lei? Através das federações dos municípios, de que o Código Administrativo nos fala, mas que, até agora, pouco ou nada têm efectivado, como seria para desejar? Não sei. O que sei é que, por exemplo, uma bem estruturada propaganda quanto ao Norte terá de abranger amplas regiões, pois, se muitos serão os que podem ir ao Minho para ver as paisagens incomparáveis da Penha, de Santa Luzia, do nosso monte santo do Sameiro e do Bom Jesus e mirar respeitosamente as pedras venerandas da Sé de Braga e do seu velho Paço Episcopal - que é necessário libertar do incrustamento de edifícios que prejudicam a sua excepcional grandeza -, o Castelo e o Paço dos Duques de Guimarães, o conjunto da Colegiada e Paços do Duque de Barcelos e a velha casa de Camilo, em Ceide, poucos serão os que ali irão para apreciar um só destes motivos turísticos.

Por outro lado, urge a organização de roteiros e excursões que abranjam toda a zona norte, com possível partida do Porto e Braga, não esquecendo toda a orla marítima que de Vila do Conde a Fão, Esposende, Viana do Castelo, até Valença, remoçada sem perder o seu carácter, e por aí fora, constitui uma zona a valorizar, mas que só o será de verdade quando uma mão forte puder encarar em conjunto todos os seus problemas, que são muitos e interligados.

Há dias a Associação Comercial do Porto, sempre atenta a tudo o que interessa ao fomento da economia nortenha, solicitou da entidade competente a edição de um desdobrável que, incluindo toda a zona do Norte - Minho, Douro e Trás-os-Montes -, poderá assim servir para a propaganda conjunta dos motivos turísticos que a caracterizam.

No interior do Minho, a floresta verde necessita de igual tratamento e atenção. Braga e Guimarães, com os seus monumentos e as suas estâncias de turismo, em que avulta, sem desdouro, o sem igual Bom Jesus do Monte, ...

O Sr. Gosta Guimarães: - E Caldas de Vizela.

O Orador: - ... o sem-igual Bom Jesus do Monte, têm de ser devidamente equipadas com instalações hoteleiras dignas das duas velhas e progressivas cidades. Julgo do meu dever, já que de perto e desde sempre acompanhei o assunto, testemunhar ao Governo, ao Secretariado e à Caixa Geral de Depósitos a gratidão dos bracarenses pelos meios postos à disposição da entidade competente para que, sem demora, seja construído no Bom Jesus do Monte o hotel que se impõe e cuja falta é um índice que não só envergonha Braga, mas todo o País.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Louvores merecem, pois, aqueles que, passando por cima de teias burocráticas, empecilhos legais e normas estabelecidas, entregaram à confraria que administra a estância os meios necessários para que esta ficasse assim responsabilizada pela solução do problema, resolvendo-o sem demora, como lhe compete e, estou certo, vai suceder.

O Sr. Costa Guimarães: - Só desejo fazer uma ligeira asserção para dizer que o problema que aflige Braga é o mesmo que aflige Guimarães.

O Orador: - Agradeço muito a V. Ex.ª a sua interrupção, mas já disse há pouco que Braga e Guimarães precisam de ser devidamente equipadas.

Sr. Presidente: quando falo na necessidade da criação de organismos que pudessem coordenar variados esforços e planos, não quero, de forma alguma, minimizar os pequenos órgãos de- turismo existentes, que muito aprecio, porque os conheço, como o de Braga, que está a desempenhar-se da sua missão eficientemente. A acção do Município de Esposende, por exemplo, é esforçada e inteligente, mas terá necessariamente de ser pouco valiosa se não for suficientemente alimentada. Sei que se estão a programar uma série de iniciativas para aquela encantadora terra, que no Verão vejo constantemente procurada por inúmeros estrangeiros. É de esperar que, sem demora, essas iniciativas que o Município quer levar por diante tenham a mais rápida ajuda, ajuda que me dizem ter sido prometida a quem entusiasticamente preside aos destinos daquele concelho.

O Sr. Alberto Meireles: - E Esposende bem o merece.

O Orador: - Sr. Presidente: todos assistimos alegres e satisfeitos ao desenvolvimento turístico que se tem processado na nossa província do Algarve. Não cabe a inveja nos corações bem formados. Como Deputado da Nação, ergo as minhas mãos para aplaudir o que ali se tem feito e a atenção e ajuda que as entidades oficiais lhe tem dispensado.

O Sr. Rocha Cardoso: - Muito bem!

O Orador: - Mais do que isso, e já o afirmei, dou o meu apoio a uma possível prioridade que se estabeleceu quanto aos problemas turísticos e pôs em primeiro plano os da nossa bela região algarvia. Mas a verdade é que a hora do Norte chegou.

O Minho, a província de encantamento, não pode esperar mais; tem a seu favor, se não o excepcional clima do Sul, em que tanto e muito bem se fala, a grandeza exuberante que a todos aquece e faz extasiar.

Ainda há dias, por ocasião das visitas do director dos Serviços de Turismo e outros funcionários à cidade de Braga e à vila de Valença, a propósito das próximas sole-