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25 DE ABRIL DE 1963 2413

No dia do turista os serviços de propaganda do Grémio dos Exportadores do Vinho do Porto distribuíram pelos turistas em vários pontos do País mais de 5000 garrafas-miniaturas, e ao longo do ano atingem nos aeroportos de Sacavém e Pedras Rubras para cima de meio milhão de estrangeiros.
E uma acção notável que convém acarinhar, pois faz propaganda não só ao vinho do Porto como ao próprio País.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente e Srs. Deputados: se forem tomadas as medidas apontadas e concedidos os auxílios solicitados tendentes a fomentar a expansão do vinho do Porto, a venda deste nobre produto poderá vir a ser muito maior do que a que tem sido.
Devemos contar com uma tendência de aumento da exportação, para a qual nos teremos de preparar.
O estudo das existências globais de vinho generoso que indicamos no quadro II mostra que os stocks totais estão a diminuir. Ao entrar no ano corrente eles eram cerca de 15 por cento mais baixos que as existências médias no período de 1935-1960.

QUADRO II

Existências globais de vinho generoso

(Referidas a 31 de Dezembro)

[Ver tabela na imagem]

Não podemos esquecer que o vinho do Porto é o vinho generoso do Douro envelhecido e que só depois de um estágio de alguns anos é que as suas nobres qualidades de aroma, cor e generosidade se manifestam com toda a pujança.
Para á defesa do nível de qualidade teremos de refazer e reforçar os stocks, porque eles têm sofrido desgaste e a exportação está a aumentar. Este é um problema que se pode tornar grave se lhe não derem adequada e rápida solução.
Se houver um incremento de vulto na exportação, o que trará benefício à lavoura, ao comércio e à economia nacional, precisamos de estar preparados para não correr o risco de deixar de o poder acompanhar por falta de vinhos envelhecidos que permitam manter a política de qualidade.
Sem nunca perder de vista que o benefício não pode deixar de ser uma função da exportação, mas que o incremento dos stocks deverá ir à frente do aumento da exportação e consumo nacional, interessará que o Conselho Geral do Instituto do Vinho do Porto na linha ascendente dos quantitativos autorizados (30 000 pipas na vindima de 1959, 38 000 na de 1960, 45 000 na de 1961 e 48 000 na de 1962) reforce esse ritmo de aumento, autorizando maior benefício na próxima vindima, o que permitirá refazer os stocks e até robustecê-los com vista a um aumento da exportação.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente e Srs. Deputados: cada pipa de vinho do Porto representa, em razão da aguardente incorporada, cerca de 2,5 pipas de vinhos portugueses. Por isso, tudo o que for feito para reforçar a exportação do vinho do Porto será feito a favor da economia vinícola de todo o País.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Ao sector do vinho do Porto estão ligadas para cima de 23 000 explorações agrícolas, distribuídas por 169 freguesias e 21 concelhos dos distritos de Vila Real, Bragança, Viseu e Guarda, e cerca de 80 firmas exportadoras, que têm actualmente investidos no seu secular e activo comércio alguns milhões de contos. Para lavradores e comerciantes o vinho é o principal e indispensável recurso.
Todos trabalham e colaboram para a mesma finalidade- a grandeza do vinho do Porto.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Todos esperam o apoio do Governo, e confio em que podem contar com ele, porque será nele que encontrarão a força bastante para todas as batalhas e para todas as vitórias.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Bento Levy: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: o breve apontamento que pretendo deixar expresso nesta minha intervenção impôs-se-me por imperativo de justiça a que a minha consciência não podia escusar-se, sob pena de não cumprir o mandato que me foi confiado pelos que labutam em Cabo Verde, entre os quais se contam os que servem a função pública, dando o seu generoso e sacrificado contributo para o desenvolvimento do arquipélago.
Propositadamente empreguei os adjectivos «generoso» e «sacrificado». De facto, não se pode negar generosidade e sacrifício aos que dão o melhor do seu esforço, inteligência, boa vontade e saber ao serviço da província, auferindo os mais baixos vencimentos de todo o ultramar português. Sacrifício de ordem material, é certo, mas que não conta menos na vida de cada um.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - Ninguém, Sr. Presidente, protesta ou se mostra descontente por servir em Cabo Verde, senão pela exiguidade dos vencimentos, e todos, apesar disso, trazem dali uma ponta de saudade que a «morabeza» das gentes e o ambiente de paz e harmonia que caracteriza a vida das ilhas justificam plenamente.
Com efeito, por todas as ilhas portuguesas de Cabo Verde, portugueses de todos os matizes de epiderme e de todas as latitudes se irmanam com a mesma finalidade: continuar Portugal.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - A perturbar este clima de cordialidade e de indefectível portuguesismo apenas o problema material dos parcos vencimentos atribuídos ao seu funcionalismo.
Não é humano esquecer os que tão abnegadamente servem a Nação, ainda que na mais modesta das suas par-