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3138 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 126

País se lhe forem dados os meios precisos para que essa obra se possa intensificar, aperfeiçoar e perdurar, e venha corresponder ao que da instituição se espera. Não se lhe regateiem esses meios de que carece, porque este género de trabalhos requer laboratórios bem equipados e, sobretudo, pessoas especialmente preparadas e treinadas e dotações financeiras consideráveis.

E mais adiante:

Deste modo se conseguirá uma melhor preparação de investigadores e seus auxiliares, incrementar a acção dos nossos órgãos de investigação e orientar as suas tarefas no sentido de dotar o País com o número e qualidade de cientistas e técnicos indispensáveis ao seu progresso.

O Sr. Sales Loureiro: - V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Faz favor!

O Sr. Sales Loureiro: - Oxalá que o propósito que V. Ex.ª refere se efective quanto antes, porque muito há a esperar do Instituto de Alta Cultura.

O Orador: - Devo dizer a V. Ex.ª que manifesto aqui essa minha esperança na exposição que faço.
É de desejar, sinceramente, que isso aconteça, e sobretudo, que ao ser encarado o problema do alargamento da acção do Instituto, não se protele por mais tempo a criação de um centro de estudos pedagógicos, como fulcro do futuro instituto de ciências pedagógicas, verdadeiramente indispensável nesta hora de exaltação dos nossos mestres, de quem todos se preparam para exigir, ao que parece, o mais alto grau de eficiência no seu labor educativo e formativo da juventude.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: vou terminar. E as minhas últimas palavras serão de viva saudação a essa juventude, a todos os jovens de Portugal - sejam eles da P. E. N., da U. N. E. P., do C. A. D. C., das A. A. C. C., do J. P.! - todos eles que, olhos atentos nos mais velhos, aguardam, esperançadamente, disciplinadamente, que lhes resolvam os seus problemas, por forma ao mesmo tempo digna, inteligente e actual.
Bem firmados nos seus postos de combate, bem certos da sua identificação com os ideais que tornaram grande a nossa Pátria, e sabendo, sem uma hesitação, qual o grave papel que têm a desempenhar na perturbante conjuntura político-social do momento, esses jovens, assim imbuídos de vivificante espiritualismo, assim triunfantes de todos os engodos negativistas, assim lançados no soberbo ritmo de quem já tomou a melhor resolução e se apresta para se bater por ela, esses jovens, isentos de culpas materialistas, isentos de compromissos com quaisquer forças de desagregação, isentos de contaminação por doutrinas, ideias e filosofias que de um modo ou outro possam brigar com a sua mística cristã, esses jovens têm na verdade o indiscutível direito de esperar que os responsáveis pela sua formação lhes mitiguem a sede das suas justas reivindicações no plano educacional!
Reivindicações no sentido de uma educação de base à altura das necessidades do nosso tempo; no sentido de uma aprendizagem activa consentânea com as sempre maiores exigências do ensino; no sentido de um substancial incremento dos meios postos ao serviço da investigação científica; no sentido de uma prudente política de generalização do acesso ao ensino secundário, concomitante com a formação, acelerada de professores, técnicos e investigadores; no sentido de um adequado refreamento da tendência para a especialização absorvente, para aquele clima de pura tecnicização que está a dominar, em muitos países, os ensinos secundário e superior, e que afinal se tem revelado contraproducente, já que a evolução constante das técnicas o que impõe, cada vez mais claramente, é aptidão para mudar de especialização, e tal aptidão depende sobretudo do grau de cultura geral que assiste ao profissional; no sentido, enfim, da dignificação do professor, compreendida ela nos vários aspectos moral, intelectual, pedagógico e material, por forma a poder exigir-se dele, e então com toda a autoridade, o mais acabado, o mais construtivo, o mais eficiente cumprimento dos seus graves deveres de técnico e educador cristão!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - É a tudo isto, fundamentalmente, que aspiram os jovens de Portugal, num inquietante afã de justiça e de superiorização, numa preocupação constante e legítima da sua crescente valorização, num transbordante desejo de que a Pátria os saiba alcandorar por fim aos cumes luminosos, donde só possa avistar-se, a toda a largura do horizonte, a paisagem calma, majestática e reconfortante da nossa lusitanidade sempre renovada e engrandecida!
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Abranches de Soveral: - Sr. Presidente: ao ocupar pela primeira vez nesta sessão legislativa esta tribuna, realizo uma agradável obrigação de ordem moral apresentando a V. Ex.ª os mais rendidos e sinceros cumprimentos.
Sr. Presidente: não podia coerentemente desinteressar-se do aviso prévio que visa a educação nacional quem, como eu, reputa a educação o fulcro da vida e da sobrevivência nacional.
E isto bastaria a conferir valor ímpar ao amplo e arejado debate sobre este tema, mesmo que ele se não revestisse - como agora se reveste - da mais flagrante actualidade, por fornecer ao Sr. Ministro da Educação Nacional, na hora em que ele se propõe reformar o ensino, a elucidação desinteressada e valiosa que necessariamente resulta desta discussão.
Na verdade, só os obcecados ou os fanáticos têm a estulta pretensão de monopolizar a verdade; mas, muito ao invés, uma inteligência culta e viva e um espírito aberto, como o do Sr. Ministro da Educação Nacional, não pode ignorar nem minimizar a valiosa achega que este alto areópago está dando à causa educacional...

O Sr. Augusto Simões: - Muito bem!

O Orador: - ... - tanto mais que S. Ex.ª sabe bem que esta Assembleia Nacional tem tanto interesse e quase tanta responsabilidade como ele na boa solução deste problema vital para toda a Nação.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - E desde que assim coloco, no seu verdadeiro nível supremo, o problema em debate, cumpre-me dar a VV. Ex.ªs a razão por que, no meio de uma dis-