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3564 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 142

Toma-se assim evidente que é a estrada a viu mais popular ao acesso turístico do País.
Para isso concorrem certamente os cerca de no 000 turistas que a Espanha anualmente nos envia, grande parte dos quais se deslocam de automóvel, mas já há pouco se referiu que a apreciação rítmica de incremento turístico por via rodoviária revela uma popularidade crescente, que é de todo o interesse acarinhar e promover.
Não se pretende entrar em considerações sobre benefício e extensão do sistema de estradas de interesse turístico e de ordem de primazia, fácil de estabelecer, considerações, aliás, evidenciadas noutras intervenções, apenas nos cumprindo, como representante do círculo de Viseu, apontar a premente necessidade de efectuar a reparação dos escassos 10 km em falta - da ponte sobre o Dão à vila de Nelas;- na estrada n.º 204, que define o esplêndido roteiro mais curto Viseu-Torre, ponto mais alto da serra da Estrela, e acelerar a realização da reparação total da estrada n.º 2, ligação das duas únicas cidades do distrito: Viseu-Lamego, e é roteiro turístico de alto valor para as belíssimas paisagens duriense e transmontana do distrito de Vila Real.
Pertence - e nela plenamente se confia - à acção do Ministério das Obras Públicas, e ao montante de possibilidades que lho são consentidas, estabelecer regimo e cadência de processamento beneficiário de forma que cada vez mais se garanta, à crescente afluência turística, beleza o conforto em viajar pelas nossas estradas.
Há, porém, um aspecto bem simples e muito mencionado, a que se faz menção.
Não se pode obviamente saber quantos, ao definir orçamento prévio e plano de próxima viagem de férias pela Península Ibérica, ou ainda quantos já em Espanha e até perto da fronteira portuguesa, recuarão do um desejo de visita ao País, decidindo que a Portugal não vêm porque a gasolina- é mais cara.
O que se tem de reconhecer é que entre os modestos ou moderadamente económicos - e são já em grande número e crescem cada vez mais, como já se disse, os turistas deste padrão -, entre esses, repete-se, decisões destas tomam-se mais até propriamente por sugestão de causa do que por volume de efeitos.
Daqui a ponderação da vantagem do estabelecimento de uma tarifa especial - pelo menos em regime transitório de propaganda - para a gasolina turística..
Como anteriormente se disse, entram actualmente a fronteira cerca de 75 000 automóveis ligeiros estrangeiros; aceitando que estes 75 000 carros fazem no País uma média de 1500 km/carro -provavelmente a média não pecará por excesso- e que o consumo médio entre todos é de 10 l aos 100 km, a redução de 1$ no preço por litro de gasolina representaria um sacrifício da Nação de 1125 contos anuais.
O sacrifício não se afigura de significância ponderável no conjunto nacional, e basta que conduza à decisão favorável de uma pequena percentagem de indecisos, para que possa ser largamente compensada.
Pelo que se refere ao acesso por via férrea, é a ligação Lisboa-Paris, por Vilar Formoso, Irun e Hendaia, aquela, em que se tem que concentrar toda a atenção, pela centralização que já exerce da quase totalidade do nosso movimento internacional ferroviário, e pelo maior interesso turístico que pode vir a significar. É pena, mas a flagrante diferença de conforto, serviço e velocidade entre a viagem feita no percurso francos - Paris-Hendaia - e a viagem Hendaia-Lisboa convida o turista estrangeiro antes a- não arredar pé de Hendaia do que a seguir até cá. O País tem de preocupar-se seriamente com a perfeição desta ligação, que interessa muito mais ao caso do turismo português do que ao caso espanhol, quer pela distância, quer pela menor pluralidade das vias de acesso a Portugal.
Quanto propriamente a melhoria de percurso, pouco se poderá intervir no longo trajecto de Espanha. Pode-se, no entanto, no percurso nacional, e para esse efeito impõe-se uma preocupação imediata, pela elevada valorização que afirma, a electrificação da linha da Beira Alta desde Pampilhosa a Vilar Formoso.
Por outro lado, não parecerá difícil garantir à formação e composição portuguesa do Sud-Express, considerada composição de luxo, conjunto que defina conforto, amenidade e prazer de viajar a todos quantos a utilizam.
Dispõe para a longa noite carruagens-camas, mas deveria poder oferecer aos que não podem ou não querem pagar 450$ ou 590$ por cabina dupla ou cabina simples
- a alternativa de se poder dormir mais economicamente, pela instalação do sistema de couchettes - 2.a classe -, sistema há tanto tempo em uso nas grandes ligações internacionais.
Por sua vez - em aspecto e em actuação -, o vagão-restaurante requer integral aperfeiçoamento e correcção: em vez de ementa de espécie invariável ou permanente, serviço de nível à lista - e não é indispensável grande variedade para que se atinja nível; e serviço irrepreensível, prestado em condições de perfeito conforto e amenidade, e não em regime toque de caixa, de competição com a velocidade do comboio; as refeições devem poder servir-se no lugar ou no restaurante-bar, conforme a preferência do passageiro.
E, além disso, que tudo seja inconfundivelmente português de classe: comida, vinhos, bebidas espirituosas, águas, etc.
Ainda um aspecto que se afigura importante é que o vagão-restaurante da nossa composição seja mantido em toda a viagem, eliminando a necessidade do recurso ao serviço do restaurante da composição espanhola.
Considere-se e torne-se como tal a nossa composição internacional como primeira sala de recepção turística para quem demanda Portugal pelo comboio, assegurando que ela seja redutora da longa e morosa distância pelo conforto, conveniências e atracção que oferece, e de forma que possam lá fora os serviços da propaganda garantir ao turista, com toda a propriedade, o comboio como um dos melhores meios de viajar da Europa central ao País.
E passamos a rápidos apontamentos sobre o acesso por via aérea.
Referiu-se anteriormente a elevada importância que o tráfego aéreo assume na provisão do turismo nacional, e a nossa situação, da extremidade sul ocidental da Europa, aponta o transporte por avião como a melhor possibilidade de atracção ao País de elevado potencial turístico das distantes regiões da Europa central e nórdica e é exclusivamente o sistema de viagem que, pela rapidez, pode permitir a vinda dos muitos turistas da actualidade, que apenas dispõem de curtos períodos de férias de duas a três semanas.
Assim, o acesso por avião arroga-se de alto crédito para o turismo nacional, e consequentemente requer, dos. seus responsáveis, elevada consideração da complexa acção a desenvolver, para que se possibilite e proclame profusa oferta e preços atraentes de viagens aéreas, quer por aviões de carreira regular, quer por aviões especialmente fretados - voos chartered.
Entre Londres e Lisboa está estabelecido, mas só durante o Verão, o serviço turístico de voos nocturnos, ao preço de 40 libras - durante a semana - e 45 libras