11 DE MARÇO DE 1964 3561
soes de 2.a classe, para 9400 pessoas, e ainda se regista dificuldade de admissão a apreciável número dos hotéis de 3.a classe, que podem alojar 6500 pessoas.
De resto, do total de 1 357 500 dormidas de estrangeiros registadas no País em 1962 concentraram-se 1 153 000 dormidas nos 328 estabelecimentos de melhor categoria. Hotéis de luxo, 1.a classe e 2.a classe, pousadas, estalagens e pensões de 1.ª classe - com uma capacidade de alojamento de 24 800 pessoas -, enquanto que aos estabelecimentos de menor categoria acima designados, no total de 965 unidades e da maior capacidade de alojamento de 31 300 pessoas, apenas couberam 204 500 dormidas.
A procura do turista estrangeiro aos estabelecimentos hoteleiros é essencialmente diminuta nas pensões de 2.a classe e 3.a classe e tem de admitir-se que, quando adoptada, a procura foi, na sua quase totalidade, relutantemente imposta por recurso de apuro entre dormir na rua ou simplesmente debaixo de telha, e com certeza, com poucas excepções, todos os que o fizeram constituíram casos de irradiação geometricamente progressiva de má propaganda turística.
Admite-se, no entanto, a conversão ao crédito turístico de muitos dos hotéis de 3.a classe e de uma certa percentagem das pensões de 2.a classe, mas a Direcção dos Serviços de Turismo bem terá de impor esforços, intenso saneamento e acção estimulante eliminadora do muito que está errado.
Por agora considera-se que destes só a excepção de muito reduzido número complementa a rede em que se apoia o sistema hoteleiro em condições de, com propriedade, servir, nas suas compartimentadas categorias, o turismo do País: 345 unidades, dispondo de 13 100 quartos, assim distribuídas:
114 hotéis de luxo, de 1.a classe e de 2.a classe, dispondo aproximadamente de 8090 quartos;
52 pousadas e estalagens, dispondo aproximadamente de 760 quartos;
179 pensões de luxo e de 1.ª classe, dispondo aproximadamente de 4250 quartos.
O ritmo de aumento da capacidade hoteleira do País tem sido inferior ao ritmo de aumento da influência e do número de dormidas; no entanto, e limitado o aspecto a uma apreciação geral média, salvo excepções de períodos de ponta, não parece poder afirmar-se que a desproporção na progressão tenha constituído até agora importante causa travão ao alargamento da actividade.
E esta a conclusão a tirar das taxas de ocupação da capacidade hoteleira, conjuntas da afluência estrangeira e do movimento interno, movimento interno que, evidentemente, ultrapassa aquele.
Mas um exame de diferenciação aponta já lacunas incontestáveis e capacidade insuficiente em certos centros de atracção do litoral, de que o Algarve e, supomos, a Madeira são os exemplos cruciais mais flagrantes.
Além disso, está posta ao País a iniciativa de gradual preparação para poder receber, dentro de seis anos, um movimento turístico triplo do actual.
Retira-se do relatório da Comissão de Turismo da O. C. D. E. a referência de que, durante o ano de 1962, se construíram no País 37 novos estabelecimentos hoteleiros, com 822 quartos, e de que estava em curso, em 1963, a construção, de mais 18 unidades, com um total de 3260 quartos.
Estes números expressam que nos últimos dois anos o equipamento hoteleiro cresceu, em média, 1020 quartos por ano, ou seja uma taxa de crescimento médio de 3,61 por cento em relação ao equipamento total, e aproximadamente de 7,5 por cento, se o relacionarmos apenas ao já mencionado, mas que passámos em claro, equipamento em condições de servir o turismo com propriedade.
A diferença entre este ritmo de crescimento hoteleiro e o ritmo aguardado até 1970, de 16,5 por cento do crescimento da afluência turística, aponta imediatamente à consideração a necessidade de aumentar o primeiro.
Se admitir que o custo por quarto na edificação hoteleira, mesmo de 1.ª categoria, não excede 175 contos- e não devia exceder, mas sim ser, se possível, menor-, o investimento anual para os 1020 quartos que, em média, se construíram em 1962 e 1963 teria sido de 170 a 200 000 contos.
A manutenção daquele ritmo no período 1964-1970- 7 anos- equivale ai ter em 3970 mais 8700 quartos, « o capital investido com equipamento hoteleiro durante os mesmos anos seria aproximadamente de 1 500 000 contos, portanto a média anual de 214 000 contos.
Mas já se referiu que este ritmo de crescimento do equipamento hoteleiro se revela muito inferior ao ritmo de crescimento da afluência turística e dessa forma, se quiser estar preparado para a expressão numérica de 1 500 000 turistas em 1970, o apelo conjunto ao capital, da iniciativa privada e oficial do Fundo de Turismo terá de ser muito mais forte do que actualmente se evidencia.
O equipamento hoteleiro afirma-se, sem dúvida, como o investimento mais volumoso do equipamento turístico, mas não pode esquecer-se, para estímulo de forças e de ânimo, que a reprodutividade do capital nele investido no decénio de ]953 a 1962 se creditou pela taxa de 670 contos de receita anual bruta por cada 1000 contos de capital investido, o que é garantia de promessa de alta expressão de rentabilidade.
E a propósito se refere que até a própria medida desta afirmação prometedora revela a insuficiência do ritmo actual do crescimento hoteleiro para atingir a expressão de receita provável de afluência de 1 500 000 turistas em 1970.
O Sr. Subsecretário de Estado da Presidência, nas suas anteriormente referidas declarações de 7 de Janeiro do ano corrente, referiu-se à perspectiva imediata da posição hoteleira dos dois centros de turismo de permanência do País de dominante indiscutível eleição e direito de primazia: Algarve e Madeira.
O Algarve dispõe actualmente de 32 unidades hoteleiras, com 890 quartos, e afirmam-se em vias de construção mais 4 hotéis e 2 estalagens, e com projectos aprovados pelos serviços de turismo mais 20 unidades. Acrescentarão as 26 unidades em vias de construção e com projecto aprovado 2025 quartos ao equipamento hoteleiro actual. Depois de executado o programa -mas, evidentemente, só depois-, o Algarve disporá de uma capacidade hoteleira mais do que tripla da de hoje. O que é necessário é que se torne realidade o que apenas se definiu por enquanto como enunciado de uma esperança executiva e há empresas financeiramente preparadas que têm esperado a possibilidade e devida autorização oficial para poder iniciar a concretização das suas iniciativas.
Mas a difusão turística pelo País reflecte-se também de manchas negativas que se impõe reparar. Como muito, bem mencionou o ilustre Deputado anunciante do aviso prévio, clamam, por actualização urgente do seu equipamento hoteleiro as cidades de Braga, Évora e Leiria, de já intenso movimento turístico, e pondera-se igualmente a necessidade de apertar a malha da rede da distribuição hoteleira ao longo dos circuitos turísticos do País. pela construção de novas pousadas - modalidade sempre excelente ao serviço do turismo - ou de estalagens, cir-