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3704 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 147

Icolo e Bengo ................................ 4 250
Quissama ..................................... 456
Viana ........................................ 138

Cuanza Norte (Cambambe) ...................... 641
Malanje ...................................... 9 503

Bondo e Bangala .............................. 2 492
Cambo ........................................ 3 221
Duque de Bragança ............................ 1 498
Songo ........................................ 2 292

Lunda (Camaxilo) ............................. 109
Cuarza Sul ................................... 2 894

Ainda segundo o Relatório do Banco de Angola de 1962, a produção neste ano estimulou-se em 22 500 t, das quais 15 200 t em Malanje e Lunda, 30001 no Cuanza Sul 3650 t em Luanda e 650 t no Zaire.
Em 1962 foram constituídas as primeiras cooperativas previstas no Decreto-Lei n.º 40405, de 24 de Novembro de 1955.
Tive ocasião de visitar a região de Catete, onde as cooperativas agrupavam 300 agricultores, numa área de 300 ha. e a Jimba (no Cuanza Sul), onde, além dos 300 associados, havia mais 700 pedidos de inscrição de produtores, o que demonstra o interesse despertado pela nova solução.

Integrando-se no mesmo propósito, a principal concessionária do algodão resolveu iniciar a agricultura directa e mecanizada desta cultura, para o que requereu uma área de 3000 ha, com possibilidade de ser aumentada para 10 000 ha, implicando um investimento de cerca de 50 000 contos.

(Cf. Relatório do Banco de Angola de 1962, já citado).
Já em 1963 o Decreto-Lei n.º 45 179, de 5 de Agosto de 1963, estabeleceu as bases do novo regime do fomento, cultura, comercialização e industrialização do algodão, a vigorar nas províncias ultramarinas. O novo sistema assenta no princípio da livre expansão da iniciativa privada e põe termo ao regime das concessões algodoeiras.
Em 1962 apenas duas fábricas estavam autorizadas a laborar em Angola: uma com a capacidade de 1200 t de tecidos por ano (ainda, não atingida), outra com a capacidade de 1250 m de lonas e tussores por dia, indústrias manifestamente insuficientes para satisfazerem o consumo interno. De facto, nesse mesmo ano, Angola importou 5529 t de fios e tecidos de algodão no valor de 343 000 contos.
No quinquénio de 1958-1962, Angola exportou 2897 t de tabaco manipulado, no valor de 30 900 contos, e importou 1107 t que lhe custaram 33 000 contos. Daqui resulta que o preço unitário das qualidades importadas é mais do dobro do das exportadas, ou, por outras palavras, é inferior a qualidade produzida no território, tendo as três fábricas existentes em Luanda, com a capacidade total de cerca de 3000 t de manipulados por ano, de recorrer à importação de ramas finas.
Creio constituir a cultura do tabaco um sector digno de persistente actuação. Além da região de Malanje (onde existe um grémio que realiza a comercialização) e do Benguela (que dispõe da Cooperativa dos Agricultores de Tabaco de Quilengues e Lola), o tabaco parece animar as atenções nos novos colonatos. Tive ocasião de me aperceber deste facto no colonato do Cunene, onde o interesse dos agricultores por esta cultura se tem acentuado.
Angola importou, em 1962, 19 000 contos de frutas, ou seja mais 36,5 por cento do que em 1961. Trata-se, contudo, de um sector em que as possibilidades do território são vastas, mas onde o caminho a percorrer para. o seu aproveitamento é igualmente largo. Não estão em causa apenas as clássicas produções tropicais. As regiões planálticas de Angola são ambiento adequado para o desenvolvimento das espécies dos climas temperados. Mais: surpresas desta variedade de aptidões produtivas de Angola residem nas uvas e nas azeitonas. É com certa emoção que na região de Moçâmedes, nos vales do Bero e Giraul, admiramos formosos olivais (cerca de 480 t de produção de azeitonas). A marginação conveniente destes rios seria um apoio ao desenvolvimento da olivicultura.
Tem-se acentuado que a industrialização e exportação de frutas poderia desde já fazer-se, relativamente às bananas, às mangas, às goiabas, às laranjas, ao ananás e ao abacaxi, aos marmelos e às papaias.
Algumas produções podem constituir forte apoio ao desenvolvimento regional.
Assim, os terrenos do troço inferior do vale do Cavaco (Benguela) poderão transformar-se num grande centro produtor de bananas. Os rendimentos unitários da cultura - 47,5 t de banana fresca por hectare durante os oito anos de vida económica do bananal - e a qualidade dos frutos proporcionam resultados altamente compensadores [cf. as comunicações apresentadas às IV Jornadas Silvo-
Agronómicas de Nova Lisboa (Outubro de 1963) intituladas Estudos sobre Alguns Problemas Agrícolas da Zona Litoral de Benguela, Da Cultura da Batata no Vale do Cavaco, O Vale do Cavaco como Produtor de Banana].
Já se calculou que o aproveitamento pela bananicultura de 3000 ha do vale do Cavaco poderia proporcionar 142 500 t de banana fresca. Se deste total Angola exportasse 120 000 t, poderia receber de cambiais 132 000 contos, verificada uma cotação de 1$10 o quilograma. Se esta produção fosse convertida em passa de banana, as correspondentes 36 000 t (cerca de 30 por cento), a 8$ o quilograma, renderiam 288 000 contos. Mas se a matéria-prima fosse transformada em farinha de banana, as correspondentes 16 800 t (cerca de 14 por cento), a um dólar e um quarto o quilograma, valeriam 588 000 contos (cf. a comunicação às IV Jornadas Silvo-Agronómicas Da Exportação e Industrialização da Banana do Cavaco).
Também o Luso poderia ser um centro de grande produção e aproveitamento industrial do abacaxi. Não raro se ouve nas zonas planálticas de Angola fazer a defesa da produção de vinhos de frutas, nomeadamente o vinho de laranja e de ananás e abacaxi.
Mas onde o esforço para a produção e industrialização de frutas das zonas temperadas nos parece Mais tentador é na região de Sá da Bandeira. É pena que a experiência de muitas décadas na introdução das variedades não tenha sido cientificamente acompanhada, de forma a poder-se programar e executar um conveniente fomento frutícola.
E passo à silvicultura.
A exportação de madeiras atingiu em 1962 mais de 51 000 t, no valor de 55 000 contos. A quebra relativamente ao ano anterior foi bastante sensível: menos 23 000 t no peso e 18 500 contos no valor.
A gama de madeiras existentes no território de Angola é variada. Mognos para alta marcenaria e contraplacados, madeiras rijas para marcenaria ou madeiras muito rijas para fins diversos; eis um mundo de possibilidades e de riqueza. Mas a isto avoluma-se hoje um aproveitamento industrial que permitirá obter, a partir da árvore, grande número de produtos químicos.