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3832 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 162

ligadas à indústria transformadora. E só então poderemos vencer o ponto morto da situação actual e garantir a fixação dos preciosos elementos que hão-de constituir a base do povoamento desejado. Como informação de pormenor, devo dizer que há no território regiões privilegiadas para a produção de determinados géneros, que garantem por certo o êxito de tais empresas.
A mandioca do Puri, de fácil cultura e abundante produção, justifica a indústria de fubá e farinha para o consumo interno e crueira e amido para exportação.
A jinguba de S. Salvador, Maquela do Zombo, Pombo e Sosso, cuja cultura pode ser mecanizada e elevada a um grau de produção incalculável, garante matéria-prima farta para a indústria de óleos comestíveis, margarinas, etc... e pastas ricas para- alimentação de gado.
A castanha de caju, da região compreendida entre o Zaire e Ambrizete, onde existem imensas matas inexploradas de cajueiros, poderia dar vida à indústria de produto acabado para o consumo interno e exportação ligada à fixação do pó voadores à terra.
O algodão do Ambrizete. cuja cultura em grande escala aguarda a conclusão de uma vala de irrigação, é um investimento a considerar, com vista ao povoamento das margens do rio Embrige.
As possibilidades para a indústria de conserva, desidratação e anlatamento de frutas são inestimáveis na região compreendida entre o Engage. Uíge, e Songo, onde os ananases, as bananas e os abacaxis se deterioram, inaproveitados, por falta de um mercado próximo de consumo.
No Quindege, a rocha granítica, em possança incomensurável, de cores e tonalidades lindíssimas, oferece matéria-prima. por assim dizer inesgotável, para a indústria de serração e polimento de placas, em qualquer escala.
O estado de perigo em que se encontra este território, tão rico de possibilidades, creio que justifica um esforço decidido, encaminhado para a ocupação efectiva da terra, meio natural e simples de o salvar da desgraça que sobre ele pesa.
Quanto às infra-estruturas. no capítulo «Transportes e comunicações», com a verba total de 1 930 000 contos, o caminho de ferro do Congo figura com a parcela de 1500 contos, destinada à revisão de plataformas, de Luanda a Liune, e ao prosseguimento dos estudos em curso.
Inicialmente este caminho de ferro, com o porto-testa em Luanda, tinha sido projectado para ligar com o Congo ex-belga. Pelo motivo da independência daquela colónia e acontecimentos ulteriores, o projecto foi posto de parte, mas não se definiu ainda qual o seu novo destino.
Em 1960 foram suspensos os trabalhos de terraplenagens. já bastante adiantados, com a extensão de 60 km. O termo da 1.ª fase. Nova Caipemba, segundo o projecto inicial, foi cancelado e passou a considerar-se a cidade de Carmona como o fim a atingir da nova 1.ª fase.
Gastaram-se já neste caminho de ferro muitos milhares de. contos, cujo montante não deverá andar longe dos 400 000, com as terraplenagens executadas e material circulante adquirido, ora aplicado na linha Luanda-Malanje.
Devo frisar que em todo o território do Gongo Português há só uma estrada asfaltada, a do Engage-Carmona-Luanda, e esta mesma vedada ao trânsito, por motivo de segurança. Para- se. fazer uma ideia do que isto significa, imagine-se u superfície de Portugal continental com uma única estrada viável a ligar Lisboa ao Porto, e calcule-se a espécie, de vida que daí resulta.
Contudo, o projecto de Plano Intercalar de Fomento consigna a verba simbólica de 1500 contos para o prosseguimento dos estudos em curso.
Sabe-se que há no Congo Português terras ricas de florestas e solos aptos para variadas culturas, entre elas o arroz de sequeiro de Sanza Pombo, cuja exportação chegou a atingir 6000 t, salvo erro.
As minas de cobre do Mavoio. uma amostra porventura pequeníssima do muito que há a prospectar, concluídos os estudos geológicos iniciados pela empresa concessionária, para o conhecimento da possança e consequente exploração em grande escala, garantiria por certo a carga remuneradora do referido caminho de ferro.
Não me alongarei mais nesta exposição de queixumes, espécie de edição actualizada do muro das lamentações. Com as considerações acabadas de fazer, pretendo afirmar:

Que a bacia convencional do Zaire, nas consequências que dela derivam, entrava a vida comercial do Congo Português e está funcionando como um óbice à sua integração no espaço económico português:
Que a grandeza do território, rarefacção de habitantes e ausência de actividades produtivas constituem um perigo que precisa de ser debelado; Que o caminho de ferro do Congo é um factor ideal de povoamento e de garantia à exploração mineira, pelo que se impõe a continuação das obras da sua construção;

e concluir que na definição dos pólos de desenvolvimento de Angola, o Congo Português não deverá continuar a ser considerado como uma simples região agregada à zona norte, mas sim como um território fadado para acontecimentos de valor histórico, com características próprias, bem acentuadas, que fazem dele uma zona natural, de grande importância política, cuja instituição importa promulgar, a bem dos sagrados interesses nacionais.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Jorge Correia: - Sr. Presidente. Srs. Deputados: O Plano Intercalar para o triénio de 1965-1967. que hoje discutimos, revela na generalidade, a par do conhecimento das nassas mais instantes necessidades, uma tal consciência do seu valor como elo que há-de ligar e ajustar os precedentes ao que vai seguir-se- que seria injusta falta de colaboração não lhe dar modesta achega, tecendo algumas considerações que a sua leitura me sugeriu.
De realçar é também e esforço a que «e abalança sem quebra da posição de alerta e mesmo defesa a que nos forçaram os inimigos da paz no Mundo.
Por isso, como português, ao mesmo tempo que dou inteira adesão ao princípio que é fim também da indivisibilidade da Pátria, formulo os melhores votos de êxito e cumprimento todos aqueles que de alguma maneira nele intervieram.
Como algarvio, tenho a consciência de que muito beneficiaremos no tocante propriamente ao turismo, mercê do qual. em boa verdade, aproveitará fundamentalmente a Nação, e não apenas o Algarve, como de ânimo levo se poderá supor.
Ficaram-me, porém, muitas dúvidas quanto a uma sensível arborização da nossa serra, ou seja cerca de 850 000 à para os quais até agora se não descortinou melhor capa-