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3898 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 157

O Orador: - Entretanto, ligada à docência, aparece a ideia da sua preparação, do seu recrutamento e da sua valorização.

O Sr. António Santos da Cunha: - Muito bem!

O Orador: - Ou se encara de frente a necessidade de rever toda a orgânica que leva à preparação e recrutamento do professorado, ou continuamos perante o fenómeno de ano a ano vermos baixar até o inverosímil o nível dos professores do ensino secundário.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Nele já vão acampando elementos cuja preparação é em certos casos inferior à que possuem muitos dos professores do ensino primário elementar!

O Sr. António Santos da Cunha: - Muito bem!

O Orador: - Disso se ressente o aproveitamento escolar, cujas causas poderemos ir também buscar às deficiências da nossa organização de estudos, de programas, de livros e de métodos, como já aqui apontámos.
Parece-nos imperiosa urgente, a criação dos cursos de Psicopedagogia nas nossas Faculdades de Letras - como em tempos aqui dissemos - para desta forma habilitarmos o nosso professorado a orientar os alunos segundo as suas vocações.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Mas não podem exigir-se novos títulos à docência enquanto não se remunerar convenientemente o seu trabalho.

O Sr. Pinto de Mesquita: - Muito bem!

O Orador: - Os professores dos vários graus de ensino estão geralmente mal remunerados.
Conceda-se ao professor a valorização que lhe é devida como agente de uma magistratura tão elevada que lhe é confiadamente entregue o tesouro mais alto que ostentam as pátrias: o da formação da juventude!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: Não obstante estas considerações, não deixo de prezar no mais alto grau todo esse precioso ordenamento de acrisoladas aspirações que o Plano Intercalar, executando, põe ao serviço do País. Por isso, concedo à proposta do Governo o meu mais inteiro e nunca regateado aplauso.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Mário Galo: - Sr. Presidente, prezados Colegas: Começo, obedecendo aos ditames do dever e da devoção, por saudar V. Ex.ª, Sr. Presidente, ao tomar a palavra pela primeira vez neste período dos trabalhos da Assembleia Nacional, a que tão ilustremente V. Ex.ª tem presidido; e a mesma saudação, sob os mesmos impulsos, para todos os meus prezados Colegas.
Temos para apreciação entre nós uma peça - projecto de Plano Intercalar de Fomento para 1965-1967 - que não podemos deixar de reconhecer que se reveste da mais notória relevância, bastando, para tal se considerar, constituir um veículo de formação e orientação de grandes volumes de realizações em mente e dos respectivos investimentos. Volumes numa ordem tal, que, para meros três anos, vão muito além dos volumes conjuntos respeitantes aos dois Planos de Fomento (I e II) que marcaram a sua presença no País ao longo de dez anos (1953-1964), acrescendo a circunstância de o Plano Intercalar, que ora nos ocupa, haver sido concebido e dado às linhas de futura concretização numa fase delicada da nossa história - aquela fase que estamos a atravessar e que deflagrou nesse nefando 15 de Março de 1961 -, fase delicada, sim, porque a mobilização dos recursos nacionais se tem de voltar também para imensos esforços de defesa de terras que são portuguesas de há já séculos e que todos queremos que continuem a sê-lo.

O Sr. Sonsa Meneses. - Muito bem!

O Orador: - Da bondade do Plano Intercalar não me proponho falar em especial - porque a tem toda. O seu alcance é de ordem a devermos dar-lhe a nossa aprovação - e eu a dou, desde já - com um voto de que seja conferida ao Governo a faculdade de, ao longo dos três anos da vigência da execução do mesmo Plano, utilizar da melhor forma o critério da elasticidade e da consequente adaptação a circunstâncias prementes que surjam, até porque essas elasticidade e adaptação a circunstâncias supervenientes se antolham de utilidade indiscutível, dado que estamos a viver um momento em que há dispersão de pensamentos: «esforço de defesa do ultramar esforço de erguimento económico do todo nacional». Dispersão que pode, por sua vez, vir a ser modificada por motivos às vezes insólitos - e isso até porque nos tempos que vão correndo, com a integração de mercados e algumas surpresas de calibre vário (e estou a lembrar-me, naturalmente, da celebrada sobretaxa inglesa de 15 por cento em mercadorias importadas ...), a estratégia pode obrigar a mudanças (às vezes umas atrás das outras) na condução das nossas coisas económicas.
Por outro lado, o tempo para apreciação do projecto do Plano Intercalar e do respectivo parecer da Câmara Corporativa - apreciação nas suas linhas de grau sucessivamente mais compreensivo, no «leque» das suas irradiações a partir dos grandes pontos gerais -, esse tempo para apreciação foi muito curto, excessivamente curto, convenhamos.
Isto é, menos do que apreciar, exaustivamente ou não, o projecto e o parecer, resta-nos principalmente confiar em que os estudos pelos grupos de trabalho e pelas sucessivas instâncias de coordenação intermédias e de apresentação final tenham sido o que melhor se poderia conseguir para a concretização do pensamento governamental (que, aliás, é coincidente com o de todos nós) de se anteceder o III Plano de Fomento de um de funções de ligação e de decisiva preparação.
Por isso, meus senhores, permitir-me-ei trazer para aqui apenas algumas considerações que suponho não serem de todo descabidas, já que, com elas, pretendo, acima de tudo, focar a necessidade muito grande da adesão de todos os portugueses ao Plano Intercalar - adesão a qualquer medida, de resto, que tenda a erguer a nossa economia dentro dos saudáveis princípios de uma boa distribuição social e geográfica.
Sr. Presidente, prezados Colegas: No mais recente relatório dedicado pela O. C. D. E. a Portugal - relatório que