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21 DE JANEIRO DE 1965 4339

concessão de manifestos mineiros, sendo 24 requeridos em 1963 e os restantes, 416, de pedidos formulados anos anteriores.
Por último, há que referir três concessões para ração de águas mineromedicinais largamente utilizadas em toda a província: Jomba, no concelho do Lobito; Pedra de Águas, no concelho do Seles, e Cotocota, no concelho do Balombo.
Com excepção para o petróleo bruto, cujo processo de extracção é de todos conhecido, passa-se a céu coberto a lavra activa de diamantes, ouro, cobre, ferro ferro-manganés, manganês, mica e substâncias [...]. De compostos de alumínio conhece-se a existência pois já houve 25 manifestos de jazigos que, postei mente, caducaram ou foram anulados por abandono. Por impossibilidade de dar números exactos de quantitativos de produção das diferentes espécies, referirei apenas, para se poder formar um juízo de valor, q petróleo e o ferro, de parceria com o colosso do se agrícola - o café - , constituem a trindade fiadora equilíbrio da balança económica da província, cujas exportações, somadas, se calculava que atingissem no que findou os 10 milhões de contos.
E aqui têm VV. Ex.ª, Sr. Presidente e Srs. Deputa numa visão relanceada, o panorama mineiro de Angola.
Nada encontrei que me falasse de protecção aos trabalhadores das minas em matéria de acidentes de balho, incapacidades, de doenças específicas, com silicose, etc. Esta modalidade parece que ainda não começou a pesar nas contas das explorações mineiras. Operário incapacitado por doença profissional ainda não constitui problema: recolhe ao seu povoado e é substituído por outro válido, que seguirá o mesmo caminho.
Se as coisas assim se passam a culpa não é das presas: não se ganham indulgências com medidas protecção social que o sector a beneficiar não conhece nem reclama. No entanto, para prestígio da Administração, a confirmar o nosso indesmentível espírito de são, é elementar que este aspecto da assistência ao trabalhador das minas seja encarado muito seriamente. Mesmo que não existissem empresas seguradoras [...] necessário estudar uma solução nova para uma situação velha, cobrindo todos os riscos a que está sujeito o trabalhador das indústrias extractivas.
Excepção feita ao petróleo, cuja prospecção exige em técnica, material e dinheiro condições que natural e logicamente excluem a mera capacidade individual, tudo [...] se conhece em Angola em matéria de minas [...] na sua origem a iniciativa , o esforço e tenacidade individual. E a fase do arranque, o período da tragédia [...] do homem armado de picareta, pá e bacia, [...] a todos os povos com recursos naturais que lutam [...] ultrapassar o ciclo primário da sua evolução [...]. E o momento precursor dos partos, dolorosos muitas vezes quando causadores do eclipse do pioneiro, le nascem as sociedades e empresas que vão dar e comunidade ao trabalho com melhores bases técnicas e [...]. Assim na vida mineira, como na vida agrícola.
Contam-se como excepções aqueles que em Angola [...] orgulhar-se com justificada honestidade em dizer ando aqui cheguei apenas encontrei capim e mata [...] tudo quanto vedes agora fala dos meus sacrifícios [...] e misérias, porque eu tudo fiz com a ajuda Deus e dos meus trabalhadores, aos quais sempre religiosamente e tratei cristãmente; ou, eu [...] mina e nela me apoiei puni criar esta indústria ; tendes diante de vós.
E seria injusto que, neste discretear, não abrisse um parêntesis para prestar homenagem a um dos maiores entre os raros- grandes pioneiros da moderna Angola, o mais infatigável lutador, servido pela inteligência mais lúcida e pelo mais sereno espírito que me foi dado admirar, postos ao serviço de um ideal grande que, para glória da sua indomável tenacidade, conseguiu corporizar na Companhia Mineira do Lobito - João de Sousa Machado, um nome grande que bem se ajusta à grandeza de Angola.
Se mais não fez e não fez melhor foi porque as circunstâncias não foram propícias a que fosse mais além. Mas o que fez fê-lo sem atropelar ninguém, embora lutando sempre. Ajudou muitos; fez surgir actividade onde nada existia; não mercadejou consciências; praticou a caridade como verdadeiro católico que era - em segredo, com total desconhecimento da sua mão esquerda, sem o alarde espaventoso e calculado das grandes paragonas nos jornais para alcançar efeitos posteriores; foi de uma verdadeira ternura com os amigos, principalmente daqueles que sempre estiveram a seu lado nos períodos adversos e se sentiram honrados com a sua amizade, nunca os esquecendo; e a sua acção não entorpeceu o progresso de Angola, antes sacudiu e estimulou muitos a empreenderem melhores meios de vida.
Foi um homem assim, de rara e inultrapassável grandeza, que Angola perdeu e Portugal também.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente e Srs. Deputados: Peço desculpa de me ter deixado arrebatar pelo sentimento da amizade e posto a desfolhar as Sores da saudade, em homenagem a um dos maiores cabouqueiros do futuro de Angola. Isto fez-me bem; e creio que o bom povo de Angola está solidário comigo.

Vozes: -Muito bem !

O Orador: - E retomo o fio das minhas considerações para terminar.
Certos senhores, contagiados de megalomania nascida da facilidade dos milhões e da ilusão de omnipotência que pies lhes dão, negam-se a reconhecer a superioridade daquilo a que, depreciativamente, chamam «tascas», mesmo com toda a soma de defeitos e prejuízos que comportam sobre várias outras organizações rotuladas de culturais e cujo interesse para o progresso moral e social do meio é nulo ou duvidoso.
Em todo o vasto interior de Angola tem sido através das tais «tascas» e dos seus aviados que se têm difundido o conhecimento da língua portuguesa e os rudimentos da civilização, sem laivos de discriminação racial nem de estudados métodos de rebaixamento da condição humana. E para o progresso de um território não conta como acção relevante o que se realiza para amenizar o isolamento e evitar neurastenias ou, ainda, para interesse e prestígio da própria empresa organizadora.
E preciso ver as coisas com olhos de ver e saber descortinar-lhes os recônditos objectivos, sem receio de que os cretinos nos acoimem de comunistas. Agora, se' me perguntam como foi possível chegar-se a um clima de tal natureza, só sei responder com o que bem claramente tenho afirmado noutras intervenções: a falta de uma política de integração, visionando superiormente a conjugação dos interesses da grei, criou em muita gente o convencimento de que o ultramar português é uma coisa à parte de Portugal - a rádio e a televisão, e muito principalmente a televisão, são prova disso quando os solí-