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26 DE MARÇO DE 1965 4633

1938, existe também um condicionalismo da [comércio despacho interno dado em 1942) de que se liem feito afundadamente o mais lato uso para garantiria venda total da quota de moenda de toda e qualquer fábrica de moagem de trigo espoado, mesmo que produziu farinhas que aos panificadores não interessem nem desejem
Conforme ]á se escreveu, esta imobilidade da quotas e rateio, calem de se opor a um conveniente de apetrechamento industrial, cria uma situação imoral, reduzida ia impossibilidade de qualquer industrial podar! exercer 4 sua iniciativa com o fito de engrandecer a l sua empresa De resto, mal foi feita há já longos anos a organização da moagem ainda agora vigente, já o Governo
o Ministro que a havia criado entendiam e previam que a fosse passiva de futuras reorganizações que LI nunca mais se fizeram
Abolindo as quotas fixas e adoptando o sistema de quotas móveis poder-se-ia não somente contentes os panificadores, possibilitando-lhes a livre escolha do fornecedor e da aquisição de farinhas espoadas de trigo para panificação, mas também prestigiar os moageiros perante ) público consumidor e perante a Nação impõe-se, pois, como salutar e benéfico para a economia nacional, um estudo cuidadoso, ponderado e urgente Io regime cerealífero em vigor, com vista à sua codificação, à sua actualização de acordo com as realidades as necessidades que interessem à Nação Assim se reclama, para que não possamos ser acusados de utilizarmos i escala nacional um processo de crescimento económico baseado num ideal e numa técnica de enriquecimento que favorece apenas minorias opulentas, quando o regime material buscado com a renovação industrial sector do pilo e noutros conviria que fosse um progresso de sentido cristão que criasse realidades bera diferentes em solidariedade e em justiça, isto é, queimasse realidades orientadas no sentido do bem comum, em vez lê o serem para o bem só de alguns II

Vozes: - Muito bem !

O Orador: -Antes de finalizarmos estas nossas considerações, e ainda a propósito do pão, queremos dar da conveniência de acarinhar e preservar determinados (tipos regionais, alguns de fabrico caseiro, seja de farinha de trigo, seja de milho ou centeio

vozes: -Muito bem !

O Orador: - É indubitável que os fabricos regionais não devem ser suprimidos

O Sr Augusto Simões: - V Ex dá-me licença

O Orador: - Faz obséquio

O Sr Augusto Simões: - Era apenas para acrescentar também uma pequena achega Precisamente, parai garantir e preservar a boa qualidade desse magnífico não, e que tão saudosamente podemos falar, haveria que aguardar aqueles que ainda há pouco tempo foram tidos ramo inimigo número um e têm sido, consequentemente. vitimas e uma perseguição ferocíssima da respectiva Comissão reguladora das Moagens de Ramas, que, juntamente com outros organismos, poderia ter resolvido os problemas

O Orador: - Em muitos países estrangeiros protegem-se e estimulam-se semelhantes fabricos como fontes de tracção turística e de riqueza regional São tradições que vêm de longe Entre nós, depois de terem adulterado os consumos regionais, pela invasão das farinhas e do pão de trigo nas regiões tradicionais de consumo de outras farinhas, é que se concedeu a liberdade para as farinhas de pão de milho e centeio, tuteladas pela Comissão Reguladora das Moagens de Ramas
No entanto, a exposição que de muitos desses tipos regionais de pão se faz nas melhores charcutarias e supermercados, aqui mesmo em Lisboa, provam o interesse cada vez maior por esses tipos regionais de pão que vão tendo um consumo crescente, mesmo entre as camadas de bom nível económico e social
Há, pois, que estudar e concretizar o modo de conservar estas especialidades regionais, mas, ao mesmo tempo, acautelando os interesses dos legalizados, que, por serem legalizados, sofrem toda a espécie de encargos e restrições

O Sr Sousa Rosal: - Eu tenho estado atento às considerações que V Ex vem fazendo, mas julgo faltar nelas um elemento que influi na boa ou má qualidade do pão A qualidade do trigo A nossa produção agrícola não está orientada para isso, produz o trigo que lhe dá maior rendimento, e não aquele que a política do pão recomenda Isto é uma das falhas do nosso ordenamento agrícola, que está por definir, neste e noutros sectores

O Orador: - Muito obrigado pela achega que V Ex deu ao meu trabalho

Pausa

O Orador: - De resto, nas conclusões gerais aprovadas nas Jornadas Cerealíferas e Leiteiras que, há cerca de dois anos, a Corporação da Lavoura promoveu, já se sugeria ao Governo que devia ter em conta evitar perigosos desvios de consumo dos pães regionais de centeio e milho em benefício do de trigo»
Já que referi a necessidade de protecção aos vários fabricos tradicionais de pão regional, impõe-se uma referência especial ao pão de milho, uma vez que no Centro e Norte do Pais ele é, e será ainda por muito tempo, a base da alimentação das populações rurais
Mas, se o pão de trigo se apresenta de má qualidade, teremos de dizer que, em regra, é péssima a do pão de milho
Não seria caso para as federações da lavoura do Gentio e Norte do País sugerirem ao Governo as medidas mais adequadas no duplo sentido do consumo do milho e de defesa de um mínimo de qualidade do pão que está longe de verificar-se'
Parece-nos que sim
Sr Presidente Estas as considerações que julguei oportuno e necessário fazer quanto ao momentoso e sempre importante problema do pão, chamando a atenção do Governo para que se providencie no sentido de não só remediar a qualidade do pão de trigo, que tem sido cada vez pior, como também proteger os fabricos regionais de pão de milho e centeio, por forma que regressem à boa qualidade de outros tempos
Como a prossecução destes objectivos assenta, segundo ciemos, na revisão do actual condicionamento industrial de farinhas e na modificação do regime cerealífero em vigor, de modo a adequá-lo à nossa produção e aos nossos consumos, chamamos para o assunto a atenção do ilustre titular da pasta da Economia
Tenho dito

Vozes: - Muito bem, muito bem

O orador foi muito cumprimentado