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970 - DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 34

feita expressão tomou o seu testemunho indispensável a quem desejar conhecer algo do muito que vivem nos últimos cem anos.
Fernando de Sousa (in O Alcance Relegioso na Obra Literária de Antero de Figueiredo) evidenciou três períodos que destinguem e obra literária de Antero de Figueiredo.
De 1893 a 1910 é exaltação da paixão amorosa de que Tusina (1893) Alem (1893) Partindo da terra (1897). Palavras de Aquilo (1893). Começos (1908) Doida de Amor (1910) são testemunhos. A essa época (1905) pertence ainda Recordações e Viagen, obra que no juízo de Adelino Figueiredo deu notariado ao nosso escritos obra de lhe as portas tribunais do êxito literário.

Evacuando e descrevendo as suas reminiscências Antero de Figueiredo compraz-se principalmente em constitua estados sentimentos da consciência onde triunfam o devaneio e a saudade colonista ( )

A época que vai de 1913 a 1924 é caracterizada principalmente pelo romance histórico D. Pedro e D. Luis (1913) Leonor Teles (1916) e D. Sebastião (1924 são «trechos de história postos em arte» seguindo expressão do próprio autor. É ainda Adelino Figueiredo que acentua Ter-se produzido com as obras D. Pedro D. Luis e Leonor Teles um género novo na lucratura portuguesa genérico híbrido, que participa da probidade científica Internados e da liberdade artística do [...]
Mas o poder para uma especial literatura de viagens reafirma-se nessa época com formadas em Portugal (1918) e Espanha (1923).
Formadas em Portugal, que ao tempo, Júlio Pintas classificou a obra prima de Antero de Figueiredo consagrou no seguimento das suas obras históricas, «o pesado reflectido, vemaculo erudito profundo picoempulo sobretudo com as realidades humanas na posse plena e calma do seu polabilissimo talento verbal»
Pinheiro Torres por seu turno saudaria com entusiasmo o nacionalismo do autor ao escrever.

As suas jornadas são um livro nosso, internamente nosso é a nossa terra, são as nossas passagens, sãos os tipos característicos do povo, são os nossos escritores e artistas integrando-se por completo nas passagens e terra portuguesa. Este livro tão belo como oportuno fica como uma boa acção evocadora e despertadora de energias como um documento de que as únicas coisas portuguesas não são o calão e o fado.

Espanha mereceu a Jaime de Magalhães Lima num trabalho que intitulam o Herdeiro da Ade de Ramalho Oriagão uma interpretação de que me apraz destacou o seguinte passe.

A Espanha começa por animar que «viajar é ver pintar modelar abrir ante a beleza- novidade» mas tão largamente vê em tal policroma pinta tão miúdamente modela e tão extensivamente vibra que por simpatia meprível com o nosso guia, se apossa do nosso e pirito o pressentimento de que vou pintar, modelar e vibrar ante a beleza não é só viajar é viver.

A terrena é última fase na obra de Antero de Figueiredo se verdadeiramente se micia a com a publicação de Senhora do Amparo (1920) atinge as culminâncias em O Último Olhar de Jesus (1920) [...] (1936) Amor Supremo (1940) e Pessoas do Bem (1942).
Senhora do Amparo marca do seu autor Ele próprio escreveu.

Cheguei áquela época da vida em que se faz o seu balanço do tempo ganho e do tempo perdido, dos nossos acertos, dos nossos defeitos e das nossas qualidades e não me dobro, triste, sobre o saldo que sou antes colho de tudo claro ensino. Cheguei áquela fase da existência em que a visão retrospectiva a mentira, a injustiça, a ingratidão dos homens longe de me causar contra eles, antipatias e azedumes, se me provoca lágrimas que fazem bem aos seus pecados.

Espelhos da sociedade contemporânea de 1920 Senhora do Amparo como acentuou Domingos Marício (uma Mensagem Artística de Antero de Figueiredo) é, também espelho da alma de Antero de Figueiredo nas fases progressivas da sua obra, sob o ponto de vista religioso.

Não for ele, nos primeiros anos da sua carreira de escritor um processo da beleza exterior, sensível nas formas pagãs da natureza maminada e da vida ou um mágico bruxo crédulo nos exotersinos individuais e sociais do ritual dessa beleza. Não o seduziam fanaticamente, as grandes parvões humanas, penetradas de um vago idealismo romântico, mas na realidade, encharcadas em sensualidade crua, como em D. Pedro e D. Luís, no músico João ou em Gabriela. A própria interpretação religiosa da natureza e da arte, feita em Recordações e Viagens ou em Jornadas em Portugal não se reveste toda de sentimentalidade formalista, exterior preconcebida porque orientada pela persuasão de quem vislumbra na religião simples fonte maravilhosa de belos efeitos emotivos mas donde anda ausento o profundo e verdadeiro sentido, na visão das coisas, que ela envolve Com Senhora do Amparo deixa de ser assim.

Mas a evolução isensional da sensibilidade mística de Antero de Figueiredo só em o Último olhar de Jesus encontra a consagração perfeita.

Fiz-me para além do mezzo del comum de nostra vita tendo alcançado aquele ponto da curva existência onde começa a descida da encosta, o declive para a morte.
Este período poderá tornar-se primavera florida, este famoso se serenamente reconfortados com a força de tudo que tem de ser e resignados ao que é mevitável souberinos viver com sábia calma e penetrante lucidez fazendo nele a visão dos erros cometidos considerando-o evito de confessionário constituindo-o astero tribunal onde, voluntariamente a nós próprios nos julgamos e sentenciamos.

A sinceridade na arte! Identificação com o escultor Leonardo o artista admirável das páginas de O Último Olhar de Jesus, reconhecer não ser possível vislumbrar a face divina sem ao mesmo tempo, se alimentar de divino frequentar o sobrenatural conviver com o intuito.

A estética cristã purifica-lhe ao escultor Leonardo o espírito restituam-lhe a fé mas ainda em forma imperfeita porque o grande problema da sua simplicidade na arte religiosa é este para a traduzir a