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12 DE FEVEREIRO DE 1967 975

pelo qual a meses foi criada a Obra Social do Ministério do Ultramar cuja protecção tem um alcance tão grande que tudo quanto se possa dizer a seu favor ficará muito aquém dos seus reais merecimento. Um outro instrumento legal e com o qual o ilustre Ministro recentemente deu amplas garantias, muito justamente às famílias de milhares de servidores do Estado separados pelas diferentes parcelas do Estado, espalhados pelas diferentes parcelas do ultramar é aquele que institui a pensão de sobrevivência. Pela sua especial relevância penso ocupar-me dele proximamente nesta Assembleia.
Para que o decreto sobre o arrendamento rural tenha na pratica toda a eficiência que tão cautelosa e doutamente o legislador pari passu nele procurou introduzir necessário se torna que na respectiva regulamentação a ser feita pelo Governo da província se não perca jamais de vista que o principal objectivo a atingir é
Precisamente a conveniente salvaguarda dessa eficiência.
Não tenho dúvidas de que o actual governador, comandante Sacramento Monteiro que pelos altos méritos revelados no governo da província, foi recentemente reconduzido em tão elevado cargo com manifesto júbilo de toda a população dedicara o melhor da sua inteligência ao problema que aliás conhece como poucos. Em Cabo Verde, ninguém mais do que ele se congratulou com a medida legislativa agora decretada e para a qual deu o seu expediente e valioso contributo. Por todas estas razões estou certo de que o regulamento, que [...] da lei deverá ser publicado até ao dia 1 de julho próximo correspondera integralmente aquilo que dele espera o Ministro do Ultramar cuja actuação neste e noutros problemas da mesma natureza vem evidenciando quanto o Governo da Nação esta disposto a realizar em prol da justiça social que deve remar em todos os territórios portugueses estejam eles na Europa, Ásia, África ou Oceânia.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vai passar-se à

Ordem do dia

O Sr. Presidente: - Continua o debate do aviso prévio do Sr. Deputado Braamcamp Sobral sobre a educação da juventude.
Tem a palavra o Sr. Deputado Águedo de Oliveira.

O Sr. Águedo de Oliveira: - Sr. Presidente: Peço que relevem hoje meter foice em seara alheia numa messe tão prometedora onde vigora o trabalho e o talento de magníficos semeadores.
Creio que acção educativa, planeamento educativo são primeiro que tudo questões de [...] a isolar e a [...] depois. São de admitir milhares mas nem tudo será possível obter-se. Há que construir mas também deve haver corrigir.
Vem isto a propósito de um capitulo abandonado.
Ou por [...] - vem isto a propósito de uma clareza que eu tenho encontrado diante de tantos inteligentes e esclarecidos estudos monografias e debates sobre a formação das gerações futuras.
Não sou especialista não possua autoridade, mas um dever representativo leva-me a chamar a atenção para essa zona branca do debate.
Os educadores, os mostres, os planeadores, os formadores de juventude devem dizer-nos o que pretendem dos homens de amanhã.
Que tipo de português querem ajudar a construir?
Que será entre nós [...]?
Qual o padrão humano que se levanta no horizonte para onde dirigem as suas vistas?
Que pretendem os senhores [...]?
Quando eu frequentava a velha Universidade do Mondego, começava a despontar uma nova disciplina - a psicologia dos povos a psicologia colectiva.
Alfred Fouillée Wundt tarde, Le Bon, Sighele tinham passado das multidões e das grandes massas humanas ao exame cuidado da sensibilidade, inteligência, querer e actuação das que então se chamavam «raças históricas».
Melhor ou pior [...] o retrato moral das nações a sua aprendizagem de vida activa o poder de dominar a natureza, a sua personalidade, herança e costumes.
Abria-se um largo campo aos educadores aos políticos aos orientadores aos mestres enfim.
Depuseram então sobre nós os escritores mais vivos e mais críticos, como Silva Cordeiro, Bento de Sousa, Ramalho Ortigão, Eça e Fialho. Continuaram os viandantes e observadores estrangeiros e dar largas a sua admiração incontida mas também a violência das suas críticas tais como [...].
Exalçavam as nossas virtudes mas salientavam também o que pareciam desvios, defeitos e propensões menos recomendáveis ou diminuições para a vida activa.
Havia polémicas vivas como a de Malheiro Dias e a de Sergio, sobre o comportamento heroico e a acção menos previdente ou de consequencias funestas. Claro que estes estudos, observações reflexivas, reparos de grande escala, continuam mas eu, que não sou especialista estou aqui na tribuna a pedir apenas que não se deixe esquecido um tal capitulo.
E não tento sequer esboçar o leito português para abrir o caminho aos esclarecimentos deste debate fico aquém.
E por isso aponto apenas dois ou três aspectos relevantes da nossa maneira de ser.
Discute-se muito o nosso apego a estados de alma de pressível a uma melancolia excessiva que fàcilmente descamba em fraqueza, em fatalismo [...].
Repara-se na versatilidade latina que conduz à superficialidade, a ciência de ouvido ao gongorismo novo o qual urge combater.
Aponta-se a falta de aplicação regrada a preparação de afogadilho a impaciência em chegar aos objectivos, a precipitação com que uma marcha impetuosa se vê depois cortada pela apatia ou pelo desejo de regressar.
Levanta-se também o problema do «homem novo» numa economia de expansão, de abundância e de progresso sem limites, mas sem escravização à materialidade do comportamento e à plenitude do reino dos negócios.
E cada povo pode assim ser visto com o seu código de forma á luz dos seus ideais no desejo incontido de vencer, de resistir, de aguentar, para vencer de novo.
Pode acrescentar mais e mais. Claro que sobre tais dúvidas pontificam racionalistas, pragmatistas, ideólogos e grandes doutrinadores, todos querem e [...] o seu homem novo.
O nosso nacionalismo construtivo de amplitude e de vocação unitária e universal também quererá [...] melhor, plasticizar com superioridade as gerações que se erguem e começam a sua caminhada.