12 DE FEVEREIRO DE 1967 979
escolar, educação religiosa moral cívica artística e física, educação permanente e investigação científica englobando ainda outras matérias consideradas importantes e necessárias em ordem à actualização e valorização de elevado papel a desempenhar, a bem dos superiores interesses nacionais, pelo alto departamento estatal atras referido.
Sr. Presidente: Retomando o fio do que vinha dizendo afirmo ser com efeito, de delicadeza e de transcendencia a missão do professor, as tarefas que a educação envolve, revestem-se do maior significado e tem a mais profunda projecção. O modo como forem excitadas pode ser formativo ou deformativo e, assim, conduzir a resultados fecundamento positivos ou desastrosamente negativos, e daí o surto das mais fundas implicações de ordem moral, psicológica, social, e até política. Na realidade, o educador deve possuir a mais apurada consciencia das agudas e irrecusáveis responsabilidades do elevado mister que lhe for confiado e para ele como advertir o Prof. Marcelo Caetano, a ciencia que explica e os alunos que orienta não podem deixar de constituir parte integrante da sua vida e preocupação constante do seu coração.
Formar o homem é o objectivo da alta missão do educador, sempre senhor da certeza de que o problema fundamental da pedagogia é o problema dos fins.
Apraz-me trazer à colação o que me ficou gravado na memória da leitura que fizera, vão já volvidos largos anos, de artigos doutrinários da autoria do nobilíssimo espírito, de reconhecida hierarquia intelectual e moral de quem em vida inalteravelmente bem vivida se devotou e apaixonou pelas grandes causas nacionais. Retiro-me, Sr. Presidente, saudosa e comovidamente a Pinheiro Torres que Deus tera em Sua santa guarda.
Que é a educação? É dar a conhecer e trazer, sentir aos educandos o carácter superior da existência, desvendar-lhe o sentido da vida e o ministério da Criação, ensinar-lhe a responder com o espírito, o coração e a alma a estas perguntas. Donde venho? Para onde vou? E firme na resposta que a doutrina, a razão e a fé, em consórcio fecundo lhe derem, conformar com ela a sua vida.
Radicar uma sólida formação e estruturação de consciencia, Ter o sentido da vida e o conhecimento das verdades e das certezas eternas deve ser o fruto de uma esclarecida acção educativa. A questão a resolver, a batalha da educação a ganhar e sobretudo moral. Amemos a ciencia, cultive-se a técnica, promova-se o progresso material mas para cima e além há uma conduta da vida, há civilização moral, o culto dos valores, os direitos do espírito e primado da alma.
O Sr. Veiga de Macedo: - V. Exa. dá-me licença?
O Orador: - Faça o obséquio.
O Sr. veiga de Macedo: - Estou a ouvi-lo com o maior interesse e prazer. Creio bem, pelo que observo, que o mesmo sucede com todos os que aqui se encontram.
Apraz-me por isso e antes de mais, felicitá-lo pelo valioso e belo discurso que está a proferir e cujo tema de fundo - o da educação - é de trancendente relevância.
E permita-me ainda que diga quão grata se apresentou ao meu espírito a justíssima homenagem que houve por bem prestar ao grande homem, ao grande portugues, ao grande catolico que foi o Dr. Alberto Pinheiro Torres e que, por adiar a estes atributos admiráveis uma forte vocação pedagógica e missionária foi também grande educador - na família, no professorado, na empresa, na vida social.
Como discipulo que me honro de Ter sido no Colégio de Almeida Garrett, no Porto dessa extraordinária figura moral e intelectual sempre presente na memoria agradecida do meu coração e sem dúvida de quantos foram beneficiários do seu fecundo magistério, não quero deixar de me associar comovidamente a evocação tão merecida e significativa e até tão oportuna e necessária numa época como a nossa por de mais inclinada a postergar os melhores valores, a não exaltar os homens que como Alberto Pinheiro Torres da vida fizeram doação integral e luminosa a causa da Pátria e do Espírito.
O Sr. Antonio Santos da Cunha: - desejo acrescentar algumas palavras as que acabar de pronunciar o Sr. Deputado Veiga de Macedo.
Não foi na verdade, sem a mais viva emoção que ouvi aqui recordar a figura grande sob todos os títulos, do Dr. Alberto Pinheiro Torres intelectual de valia parlamentar distintíssimo orador de raça mas acima de tudo, uma figura de alta estatura moral.
O Dr. Alberto Pinheiro Torres, bracarense do nascimento, era filho de um distinto médico do Hospital de S. Marcos, de Braga e foi criado no culto da Honra e do dever e do serviço dos mais altos ideais. Assim, ainda em plena monarquia liberal, quando o liberalismo divorciando-se dos mais puros sentimentos da Nação, os seus sentimentos religiosos, preparavam o advento da República Democrática o Dr. Alberto Pinheiro Torres apareceu na primeira linha como defensor dos direitos da Igreja. Foi, sem dúvida, um grande parlamentar e um grande escritor relembrando aqui os seus magníficos artigos no jornal O Comercio do Porto. Era um santo, recordo a sua acção como presidente vicentino. Honro-me, como bracarense, de que em Braga tenha nascido tão alta figura que viveu e morreu no Porto, sendo sem dúvida uma alta e nobre potencia do Norte e da nação.
O Orador: - As segundas palavras do ilustre Deputado Sr. Dr. Veiga de Macedo e todas as outras do ilustre Deputado António Santos da Cunha vieram ao encontro do meu pensamento e enchem-me de júbilo. As primeiras do Sr. Dr. Veiga de macedo encara-os cheio de emoção como um produto do seu requintado espírito e da beleza da sua alma.
Muito obrigado a V. Exas.
Sr. Presidente: Em [...] fidelidade,. Neste domínio como nos demais, aos princípios informadores da doutrina e da ética da Revolução Nacional que nas solenidades comemorativas do seu ano jubilar não se limitou a celebrar com orgulho legítimo o passado, mas também a encarar com confiança e com fé, a construção do futuro o que importa e se impõe é mantermo-nos indissoluvelmente ligados ao sentido das responsabilidades dos compromissos assumidos, firmes na unidade de acção, atentos as realidades circundantes com o espírito a um tempo vigilante, corajoso e resoluto, em ordem a que no chão fecundo da bela e promissora seara portuguesa não medre o escalracho daninho proveniente da má semente lançada pelos que procuram satânicamente murar a nossa cultura tradicional.
Estejamos não só em guarda mas em permanente acção ofensiva contra os filhos das trevas que, através da de turpação da nossa história, da minimização dos valores morais e espirituais, da ameaça à nossa crença em Deus e ao nosso ideal de lusitaneadade, por meio da pregação de falsas ideologias da infiltração de doutrinas avariadas de certa literatura corruptora de publicações pornográficas do modo não so moral e perversor mas até simplesmente desatento como pode ser feita a exploração das técnicas do cinema, da rádio e da televisão, da nocividade de cartazes e anúncios escandalosos que por ai