O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

1002 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 56

Júlio Dias das Neves.
Luís Arriaga de Sá Linhares.
Manuel Colares Pereira.
Manuel João Cutileiro Ferreira.
Manuel José de Almeida Braamcamp Sobral.
Manuel Nunes Fernandes.
Manuel de Sousa Rosal Júnior.
Maria Ester Guerne Garcia de Lemos.
Maria de Lurdes Filomena Figueiredo de Albuquerque.
Mário Bento Martins Soares.
Mário de Figueiredo.
Miguel Augusto Pinto de Meneses.
Paulo Cancella de Abreu.
Rafael Valadão dos Santos.
Raul da Silva e Cunha Araújo.
Bogério Noel Peres Claro.
Sebastião Alves.
Sebastião Garcia Ramirez.
Sérgio Lecercle Sirvoicar.
Sinclética Soares Santos Torres.
Virgílio David Pereira e Cruz.

O Sr. Presidente: — Estão presentes 66 Srs. Deputados.
Está aberta a sessão.

Eram 16 horas c 25 minutos.

Antes da ordem do dia

Deu-se conta do seguinte

Expediente

Telegramas

De congratulações com a intervenção do Sr. Deputado Martinho Vaz Pires.
De aplauso à intervenção do Sr. Deputado Alberto Carvalho.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para um requerimento, o Sr. Deputado Cutileiro Ferreira.

O Sr. Cutileiro Ferreira: — Nos termos constitucionais e regimentais, requeiro, Sr. Presidente da Assembleia Nacional, urgente resposta ao requerimento que fiz em 18 de Janeiro de 1966 para que, pelo Ministério da Economia, me fossem fornecidas elementos, que então referi, sobre o comércio e distribuição do bacalhau.
Dada a premência de tratar este momentoso assunto, permito-me, se for caso disso, oferecer ao referido Ministério o pessoal indispensável à recolha e compilação dos documentos necessários, sem encargos para a Fazenda Nacional.

O Sr. Presidente: — Vai passar-se à

Ordem do dia

O Sr. Presidente: — Continua em debate o aviso prévio do Sr. Deputado Braamcamp Sobral sobre a educação da juventude.
Tem a palavra o Sr. Deputado Nunes Fernandes.

O Sr. Nunes Fernandes: — Sr. Presidente: Na base do oportuno aviso prévio do ilustre Deputado Braamcamp Sobral pode considerar-se, com toda a segurança, que se encontra a manutenção e defesa do futuro da Pátria, já que da juventude de hoje terão de sair os dirigentes de todas as actividades nacionais de amanhã, seja no campo religioso, seja no aspecto político-administrativo ou na direcção das actividades económicas e sociais.
Trata-se, é evidente, de um valor real do património nacional e que tem de ser defendido, orientado e preparado para tomar o seu lugar de direcção no momento oportuno. Entretanto, não é sem alguma angústia que os responsáveis de hoje encaram a juventude do presente na sua marcha, cheia de interesse e de dúvidas.
O ilustre Deputado avisante preveniu que, efectivamente, «o problema era fácil de enunciar, mas pouco fácil de resolver». E por de mais conhecida a inquietação da nossa juventude em face dos fenómenos sociais que se lhe deparam e para a solução dos quais nem sempre utiliza os princípios mais apropriados, mercê da inércia, voluntária ou involuntária, de tantos que têm a seu cargo a honrosa missão de educar essa mesma juventude. Existem presentemente no (Mundo duas correntes político-sociais que se propõem conquistar a primazia na condução da humanidade. A corrente das direitas, apoiada nos princípios morais e religiosos, que são a base segura de uma sociedade organizada, regida pela trilogia famosa encabeçada pelo nome de Deus. A corrente das esquerdas, materialista e ateísta e esquecendo a dignidade do homem. Ambas as correntes lançam-se afoitamente à conquista da posição cimeira donde pretendem dirigir a humanidade.
No anúncio do aviso prévio, o ilustre Deputado avisante notava o desnível existente entre a acção doutrinadora das esquerdas — permanente, actualizada e persuasiva — e a das direitas — esporádica, inadequada e pouco convincente.
Tal afirmação, pelo que toca ao convencimento, só está certa quanto a muitas pessoas encarregadas da educação da juventude e que, faltando-lhes a fé nos princípios, não atingem o grau do convencimento necessário a manter essa mesma juventude dentro dos princípios imutáveis da moral, indispensáveis numa sociedade organizada.
Lamentavelmente, verificamos que muitas vezes tais princípios, de fácil explicação e melhor entendimento, são ensinados ou por pessoas de pouca fé ou, até, por pessoas de má fé.
Numa conferência notável, o Prof. Leite Pinto, antigo Ministro da Educação, proclamou que «a fidelidade às crenças, incluindo as religiosas, transforma os homens de fé em servidores de ideais».
A citação serve, especialmente, para concluir que o ideal transportado pela corrente tradicionalista do amor a Deus, à Pátria e à Família encontra, com muitíssima frequência, maus propagandistas, que chegam até a retirar-lhe o brilho das virtudes que lhe são inerentes.
Um pensador moderno, numa síntese feliz, deu bem a nota da luta permanente que há a travar entre as forças do bem e do mal, afirmando que «as ideias morais que se encontram na base das sociedades civilizadas terão sempre de lutar contra estranhos inimigos, enraizados no fundo do homem».
Efectivamente, somos testemunhas, a cada passo, da facilidade com que se impõe um errado, ou até pernicioso, princípio doutrinário e a dificuldade em dar audiência e continuidade aos princípios da moral e do direito, que têm de estar na base da felicidade dos povos.
Ora, vamos ver, em rápida síntese, o que se passa com a juventude em geral.
E certo que a melhor escola da juventude é a família e ó dentro deste recinto do lar que os filhos vão colhendo os ensinamentos indispensáveis ao início da vida.