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1394-(58) DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 77

Secretariado Nacional da Informação

22. Na despesa total deste Secretariado pesam em elevado grau os Fundos de Turismo, do Cinema e de Teatro, com a despesa de 62 598 contos em 1965 e 54 416 contos em 1964.
Representam quantia ligeiramente inferior a metade das despesas totais do Secretariado, que se elevaram a 135 072 contos, repartidos na forma que segue.

[ver tabela na imagem]

O aumento de 13 235 contos proveio de quase todas as rubricas indicadas, mas acentuou-se no Fundo do Cinema, com mais 6814 contos, e nas Casas de Portugal.
Nas despesas reservadas há a assinalar um acréscimo de 1000 contos. As outras verbas não sofreram alterações dignas de nota, quase todas no sentido ascendente.

Fundos

23. Para dar ideia do movimento dos três Fundos processados neste departamento, indicam-se a seguir as suas receitas e despesas.

[ver tabela na imagem]

As receitas subiram de 50 972 contos em 1964 para 59 093 contos, quase tudo no Fundo do Cinema, visto o aumento no Fundo de Turismo não ter atingido 1000 contos, ao contrário do que acontecia em anos anteriores.
Nas despesas as verbas são iguais às receitas nos casos dos Fundos de Turismo e do Cinema, mas variam muito no Fundo de Teatro, que, com receitas de 3493 contos em 1965, teve despesas de 6993 contos, como se nota no quadro que segue:

[ver tabela na imagem]

Uma parte da despesa não tem compensação em receitas. O Fundo está desequilibrado (ver Lei n.º 2041, de 16 de Junho de 1950, artigo 2.º).

24. Em 1965 a indústria do turismo contribuiu com um saldo positivo de 2 793 000 contos para a balança de pagamentos (pagamentos externos da metrópole) e a quase totalidade proveio do estrangeiro (2 344 000 contos).
Numa situação altamente delicada da balança do comércio (o deficit nas transacções correntes de mercadorias atingiu 5 893 000 contos, sendo o saldo negativo com o estrangeiro da enorme cifra de 8 058 000 contos), esta ajuda do turismo, apesar de relativamente baixa, comparada com o deficit de mercadorias, foi um precioso amparo na situação dos pagamentos externos. Melhorou de 1964 para 1965 de cerca de 500 000 contos.
A evolução do turismo de origem estrangeira pode mais fàcilmente ser avaliada pela comparação do número de dormidas. O número do dormidas passou do 945 700 em 1956 para 2 782 200 em 1965. Houve assim o aumento de 1 836 500, o que é agradável, dadas as insuficiências hoteleiras em certos meses do ano, como o de Agosto, em que mais se nota a concorrência.
Onde transparece a delicadeza do movimento turístico é na concentração em poucas localidades ou regiões. As principais são Lisboa (36,8 por cento), Funchal (10,2 por cento), Estoril (9,4 por cento) e ùltimamente Cascais (5,4 por cento). Por enquanto, em 1965 o Algarve, através das duas praias mais concorridas - de Monte Gordo e da Rocha -, acusa apenas 4,1 por cento do total das dormidas.
Os números mostram que o turismo em Portugal é essencialmente um turismo de mar, tirando Lisboa - Funchal, Estoril e Cascais. Até Coimbra, com tantas atracções e belezas, conta apenas 2,1 por cento das dormidas, pouco mais de 56 000 em 1965, num total do 2 782 000.
Estas cifras indicam a necessidade de alargar a esfera do turismo para localidades do interior onde seja possível atrair visitantes, quer pelas suas tradições históricas, quer pola existência de massas de água (lagos artificiais), quer pelo desporto da caça e da pesca, ou ainda pela existência de acampamentos em matas pitorescas e frondosas existentes em muitas regiões do País. Este seria o turismo do ar livre, que não utiliza, nem pretende utilizar, o mar.
O êxito dos lagos italianos, franceses, suíços e norte-americanos pode servir de exemplo.
Uma nova modalidade de turismo pode produzir grandes resultados em Portugal.
O desenvolvimento económico dos países do Norte da Europa, de condições climatéricas detestáveis, com longos Invernos e pouco sol, e o encurtamento de distâncias que hoje se medem por horas de voo, podem ser aproveitados pelos países do Sul. A modalidade já em vigor no Sul da França e em breve na Grécia, em Espanha e noutros países mediterrâneos consiste na construção