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1470 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 81

para lhes surpreender, ou um comentário, ou uma opinião timidamente esboçada, ou um simples desabafo. E, em todas estas vozes, recolhidas na rede das minhas relações quotidianas, julgo ter podido reconhecer aspirações legítimas, queixas e reclamações justas, quando, através de uma observação directa e fria, me foi possível cotejá-las com a nudez dos factos a realidade das situações e a objectividade de cada fenómeno ou de cada problema que sobre elo se equacionou Não se pense, porém, que, no lado da tudo isto, ou não tenha igualmente- surpreendido juízos um tanto precipitados e injustos e interceptado queixumes e reclamações, inconscientes, ambições sem legitimidade. Nesses momentos, quedo-me a sopesar, através da meditação silenciosa das coisas e das pessoas a dificuldade das funções dos que governam e administram, a ingrata sorte e as graves responsabilidades daqueles que ao bom público oferecem o esforço da sua inteligência e do seu espírito, o sacrifício do seu tempo, das, suas finanças o do sou próprio bem-estar. E tudo isto sem mesmo contactarem, em grande parte dos casos com a compreensão e o reconhecimento dos homens.
Mas Sr. Presidente o maior desconforto da posição do quem governa daqueles homens que, embora colocados, no topo de uma estrutura social ou política, todavia, e quase por definição, servem, ou devem servir, toda a comunidade, o maior desconforto da sua posição, Sr. Presidente está em quer é a eles, e não a outrem a que a opinião pública de hábito insuficientemente informada, propende para atribuir os erros da administração publica. Nem mesmo lhe ocorre o pensamento de poderem concorrer nisso outras causas que se ocultam na raiz dos problemas, como certas doenças no das plantas.
O termo de confronto é alegórico de o deficiências de que os serviços públicos o desfalecimento dos quadros, a sobrecarga das acumulações, o pouco rigor selectivo dos recorrer, uma menos. feliz distribuição das tarefas no calendário e pelas unidades de trabalho, a distribuição da vigilância, o dogmatismo de uns ao lado de uma faculdade ilimitada de imprevisão de outros. E nestas causas se inserem ainda aquelas que são, por natureza, difíceis de detectar e que, merece de um conjunto riu circunstâncias, chegam a familiarizar-se com a noção das impunidade. Deste complexo técnico burocrático é que sobem os pareceres e as informações à mais alta instância hierárquica de um governo.
Por outro lado, ninguém pode garantir que, por vezes, não levem já em si tais pareceres e informações o vírus que de antemão se poderia deveria o despacho do qual se poderia ou deveria esperar todo o êxito de uma obra ou plano, mas infelizmente só vem apenas a recear ou a verificar o insucessos! E assim se desperdiçam oportunidades de uma solução feliz, se perde o sentido das proporções o a noção das prioridades na aplicação das verbas orçamentadas a na execução dos planos a que estas foram atribuídas.
A par do todos estes obstáculos o limitações, importa não esquecer, no caso de Timor, o facto de esta província se encontrar ainda na fase da reconstrução resultante da guerra, ao mesmo tempo que defronta o ritmo normal da evolução da época, em que se vive.
Não obstante o tom de gravidade destas minhas reflexões, pareceu-me que elas poderiam ajudar a interpretar melhor as contas públicas da, província de Timor relativas ao ano económico de 1965
Na parte que se lhes oferece, o parecer abre com esta observação que peço herança para transcrever.
O problema mais sério de Timor reside no deficit cada vez mais acentuando da sua balança de comércio

O de 1965 ultrapassa o de todos os anos anteriores.

Reflectido na balança de pagamentos, que fechou com deficit em 1965 (acrescenta o parecer) o problema só se resolvo com grande investimento de escudos nos planos do fomento ou canalizados paia mis que não são imediatamente reprodutivos

E conclui
E evidente que esta situação não podo prolongar-se indefinidamente

E mais adiante

Os investimentos do plano do fomento precisam de ser vigiados. Não é sistema investiu somas muito grandes em obras sem reprodução No dia em que não pudessem canalizar-se investimentos para a província, consumos cairiam verticalmente.
O laconismo frio desta ultima advertência é assaz elo quente.
De facto tacto, meios senhores, Timor não vive de serva própria como o seu sândalo, precisa de plantas hospedeiras a existência. Sobre este problema mais adiante Timor continua a debater se com precariedade de uma economia parasita dos planos de fomento da metrópole e dos encargos do Departamento da Defesa e dos Ministérios do Exército e da Marinha, além de subsídios eventuais de previdência diversa, especialmente das províncias, ultramarinas do Macau, Moçambique e Angola, das quais recebeu em , respectivamente, 5000, 400O e 3500 contos. Os investimentos da metrópole, canalizados para a província desde 1958, através dos planos de fomento, com a inclusão do Plano Intercalar, em 1963, ultrapassar bem 330000 contos. Praticamente um terço das receitas ido Timor, no mesmo lapso de tempo. A parte a nota simpática de solidariedade humana e de unidade política traduzida nos investimentos da metrópole e nos subsídios das províncias umas do ultramar, não se poderá negar que a realidade é dura e não tolera entusiasmos nem Ligeirezas. Isto sem embargo de o parecer notar que é uma das províncias ultramarinas onde o Índice das receitas ordinárias mais tem progredido», suportando favorável confronto com as províncias da África ocidental.
Meus senhores perso não ofender a realidade dos factos se afirmar que na percaridade da situação económica de Timor muita influência tem exercido um sofisma com que se tem conseguido divertir a atenção dos governantes e entreter a boa fé do público Reconstituo o silogismo que o acoberta.
A principal fonte de riqueza de Timor, diz-se, quase única, é a agricultura. Por outro lado a principal força produtiva dessa riqueza é a mão-de-obra nativa Logo, se Timor não tem riqueza é porque o nativo não trabalha ou rende pouco contentando-se apenas com uma pequena produção de subsistência primitiva
Devo dizer, em abono de verdade e da justiça que assiste à população nativa de Timor, que a conclusão não e consequentemente em relação a grande número de nativos produtores de café e copra ou criadores de gado, ou mesmo simples produtores de arroz, ou do milho, nu feijão. E os restantes não têm estado tão confiados aos seus caprichos e a sua própria indolência que não tenham tido das auto-unidades locais incentivos de trabalho para a sua pequena economia do subsistência e contribuir ainda para a realização de capital na província