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1510 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 83

onde já é possível dar no trabalho nível de remuneração próximo do atingido nos países europeus mais avançados.
Isto não significa, contudo, que não seja de pugnar, também, para o despertar desse mesmo nível de desenvolvimento, que se multipliquem núcleos de irradiação de progresso económico em zonas que não ultrapassam ainda estádio relativamente baixo quanto a possibilidades de descimento económico e melhoria da posição social. E, conforme as directrizes a taxa na política do integração económica, esses núcleos poderão revestir, umas vezes, a função de simples reforçadores de fenómenos de desenvolvimento preexistentes, especialmente em importantes aglomerados populacionais em estádio de já apreciável evolução económica e social, mas localizados em regiões de sinal ainda, eminentemente negativa quanto ao fácies das assimetrias espaciais. É o caso típico das regiões envolventes das grandes cidades e vilas do interior continental e dos territórios ultramarinos. Mas a par desses núcleos outros haverá que implantar, com maior urgência, por razões de ocupação e outras de igual valor.
Isto o que julgo de dizer numa intervenção muito genérica e desta índole em relação a política de integração do espaço português.
Vamos, para finalizar, dizer agora algo mais objectivo em relação à sempre mais melindrosa política referente nos complexos domínios do agrário. E mais melindrosa, insisto, principalmente, pelo facto de não gozar a estrutura agro-florestal das possibilidades de mutação rápida que é possível admitir nos domínios de muitas actividades industriais e dos serviços.
Certas políticas de reestruturação florestal só começam, de facto, por exemplo, a dar resultados palpáveis, quanto a nível de rendimentos, no fim de vinte ou mais anos.
O mesmo se manifesta em muitas explorações agrícolas, vitícolas ou de carácter (...).
E durante esse longo (...) do tempo o mundo dará inúmeras voltas, e usos e costumes, sucedâneos e outros factores sofrerão alterações, muitas vezes modificando até a própria eminência que condiciona a resolução de problemas desta índole. Daí ter uma reestruturação agrária, nos tempos correntes, de ser sempre dotada, dentro do possível de uma, elasticidade que faculte alterar rumos e orientações futuras.
É política assente do Ministério da Economia, como e do conhecimento público, intensificar, como disse já, a par de novas correntes de exploração de produtos agrícolas e florestais, em regime de economia de mercado, outros novos, ou tradicionais rumos dirigidos no sentido de conseguir um prudente auto-abastecimento em géneros fundamentais ao sustento do povo português. E isto mesmo que para tal haja de se admitir a instituição de artifícios que compensem os mais elevados custos de produção.
É o caso, acima de todos relevante da política a seguir quanto a produção de cereais panificáveis, em que a redução apreciável, que é (...) levar a cabo, de áreas de cultura cerealífera, por via de reestruturação florestal do Sul do continente, levara a intensificai, e mesmo a, extensificar as culturas do trigo o do centeio ao norte do Tejo. E então justifica-se, plenamente, uma nova campanha da produção de cereais, mas com as devidas cautelas por forma a não se cometerem de novo, erros que só por si, possam levar a agravar a já pire Ai u harmonia da paisagem ágio florestal desse extenso território.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Porém, o conhecimento mais perfeito que existe hoje das condições (...) e climatológicas do território decerto evitarão estas faltas, que seriam na realidade indesculpáveis.
Nas províncias ultramarinas, onde o pão de trigo já é elemento básico da alimentação de extensas camadas da população, justifica-se igual política aí, decerto, mais difícil quanto a resultados significativos, atendendo ao condicionalismo mais apertado destas culturas pelos factores (...) e parasitários. Serão, porém também, decerto vencidas estas dificuldades e eliminadas da importação das províncias de além-mar, verbas assaz importantes da balança comercial.
Em posição igualmente destacada quanto à política de auto-abastecimento figura a falha, ainda hoje muito notada, relativa à produção de alimentos ricos em proteínas de origem ou mal. Não terá, porém, esta falha dificuldade em ser também (...) desde que se (...) e conjuguem as produções de (...) lote e lacticínios vários nas províncias de aquém e além-mar e se fomente, como se está já prudentemente fazendo a pesca nos (...) europeu e africano notável acção a que ficara ligado o nome prestigioso do Sr. (...) Henrique (...).

ozes: - Muito bem!

O Orador: - E assim não será de considerar impossível que Portugal venha mesmo a figurar como exportador importante de géneros que hoje falham no «cabaz de compras» de e camadas extensas da sua população.
Agora, a outra faceta da mesma política económica, isto é, a que diz respeito ao acréscimo substancial das exportações agrícolas segundo o concerto de uma política de mercado. Devemos, então, distinguir dois aspectos mais importantes. Um diz respeito à melhoria de exportação, em quantidade e valor daqueles produtos que já figuram em posição destacada na nossa balança comercial. Será o caso do vinho, do cacau, do café e da tradicional cortiça, entre alguns dos mais importantes.
Em muitos casos, como o referente aos três primeiros produtos convirá além de melhoria cultural ou treno lógica, proceder, sem demora, nas regiões produtoras a uma diversificação de culturas.
E quanto ao último produto citado será (...) não só valorizá-lo pela mais profunda industrialização da matéria prima como também pelo indispensável estabelecimento de acordos de defesa a fazer, para interesse de todos com os restantes países produtores dos territórios que (...) o mediterrâneo. A par da melhoria da situação económica que será de prever para a exploração dos montados de (...), o seu irmão gémeo nesta difícil luta o azinho, poderá, também, ser apoiado tendo em atenção os novos usos industriais que se antevê poderem vir a valorizar, grandemente, os seus frutos. E assim se conseguirá resolver, simultaneamente o difícil problema do revestimento florestal dos (...) territórios submetidos à influência climática (...).
Finalmente e apenas uma citação nesta breve síntese e esta referente ao segundo aspecto mencionado da política de mercado de produtos agrícolas e florestais.
Quero referir-me ao estabelecimento de novas ou renovadas correntes de exportação. Este é o caso saliente, entre vários da (...) gama de frutas, produtos hortícolas e flores oriundos dos territórios metropolitano e ultramarino.
São assim os frutos secos - a amêndoa o caju a avelã e outros - a banana, os citrinos, as pomoídeas e (...) a uva de mesa, o ananás e o abacaxi, as flores