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17 DE MARÇO DE 1967 1511

cortadas e propágulos diversos, o tomate e tantos outros produtos hortícolas, frescos, dessecados ou de conserva, constituindo fonte inesgotável de rendimentos futuros.
E o porto de Lisboa será então o grande entreposto ideal para a sua dispersão pelos mercados do Norte da Europa e das Américas.
Este, em resumo, o panorama que porá, então, a coberto de migrações mimosas as gentes rurais do Império, acabando de vez com a situação difícil por que têm passado regiões cuja acidez ou dificuldades de granjeio apenas escondem potencialidades que aguardavam, tão-sòmente, que o espírito de iniciativa dos homens as transformassem em fontes de riqueza.
A inteligência e espírito de rara iniciativa do ilustre Ministro do Ultramar, Prof. Silva Cunha, caberá de certo, larga parcela nesta campanha, que será o mais seguro sustentáculo da política clarividente do muito ilustre chefe que por mercê divina, preside, neste momento histórico aos destinos da Nação.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Pinto de Mesquita: - Sr. Presidente: Tínhamos já no pensamento, no complexo da intervenção a fazer sobre as contas públicas de 1965, aludiu ao estado em que se encontra a linha férrea do Douro e à necessidade urgente da sua reestruturação actualizada, quer quanto à consolidação da via, quer quanto ao material rolante, quer quanto aos horários e correspondentes ligações.
Isto, Srs. Deputados, tanto pela respectiva importância económica actual e potencial quanto pelo papel que essa linha deve desenvolver como veiculo de turismo o possibilidades coordenadas de meio de ligação internacional a restabelecer condignamente.
Depois que ouvi a excelente e tão elucidativa intervenção do nosso ilustre colega Dr. Elísio Pimenta sobre turismo na passada sessão de 1 do corrente, inclinar-me, acompanhando-o a versar este assunto antes da ordem do dia.
É que, quanto ao turismo a desenvolver no Norte, o Sr. Deputado particularmente aludiu ao nosso Noroeste e assim, no seu (...), eu proponho-me voltar a folha para o além-Tâmega Paiva ou seja a região da bacia do Douro.
Esta, como o sabido, não é menos merecedora de promoção turística. Entre tantos membros desta Câmara que o têm devidamente salientado acorreu-me também tê-lo feito já, aquando da discussão do aviso prévio do ilustre Deputado Nunes Batata sobre turismo. Não posso esquecer-me de que, representando aqui também a cidade do Porto, lugar geométrico de convergência do Minho e do Douro, me cumpre seguir no séquito da intervenção do Sr. Deputado Pimenta, no propósito de a completar pelo que respeita ao nosso Nordeste transmontano e duriense.
A reportagem publicada em O Fumeiro dr. Janeiro de 7 último de uma execusão realizada à (...) fronteira do Castelo Rodrigo em colaboração com a CP ainda mais acentuou a conveniência desta intervenção.
Não poderei alargar-me hoje sobre as determinantes hão-de atribuir papel de eixo fundamental de comunicações rápidas ao caminho de ferro do Douro concluído na parte portuguesa em 1887 e pouco depois ligado por (...) de Santo Esteban a Salamanca.
Basta atender aos obstáculos que constituem, do norte o maciço do Marão e, do sul, o de Montemuro para se verificar o imperativo do aproveitamento pelo caminho de ferro à justa margem do rio. Esta posição de monopólio do facto, não obstante o esquecimento a que essa linha tem sido votada, tem permitido à CP continuar a receber dessa explosão pingues resultados, que, em circunstancias de acesso diferentes, pela concorrência de (...) meios de transporte, se tornaram insustentáveis.
Ainda bem que a CP parece querer debruçar-se reparadoramente sobre o assunto. Assim transparece da utilização da automotora em que se fez a dita excursão e, antes, da viagem, também de automotora, pela qual S. Exa. o Ministro das Comunicações tomou contacto do uso com a magnitude dos problemas em causa.
Nos ablativos do próximo Plano de fomento pode esta sua ocasião precisa de as atenções se concentrarem sobre tão prestimoso problema nacional, económico, turístico, cultural que (...).
Em primeiro lugar a necessidade da reestruturação da via, que alguns pontos tem de ser alterada, em razão do aproveitamento hidroeléctrico do rio.
Foram já substituídos, de (...) quatro grandes viadutos de ferro por definitivas obras de granito.
Falta, até à Régua, que o mesmo se faça ao de Moledo, e ainda que se reforcem outras pontes curtas a fim de permitirem aumento substancioso de velocidade e melhoria da rentabilidade pelo uso das máquinas Diesel.
Terão de aplicar-se para tal efeito canais mais pesados e maior número de travessas. Será preciso prolongar os desvios nas estacões, sobretudo para o cruzamento com os comboios de mercadorias e transportadores de minério.
Da enunciação sucinta destes problemas de infra-estrutura, como agora se designam, passemos mais de espaço ao respeitante ao tráfego de passageiros e que sobremaneira deve interessar ao turismo.
Para o aspecto turístico, é importantíssimo que o acesso ou saída do País se possa processar por Barca de Alva.
Não temos tempo de historiar que foram os capitais portugueses que financiam as ligações ferroviárias a Salamanca, linhas que pertenceram à Companhia Portuguesa das Docas, assim chamada pela importância que o porto de Leixões devia vir a ter para o trânsito de mercadorias com aquela região fronteiriça.
Isto na tradição da importância da navegação fluvial até àquela fronteira e que foi até suporte fundamental de abastecimento do exército de Wellington durante três anos do 1811 a 1814.
É um aspecto de possibilidades que não deve ser desprezado, hoje que o porto de Leixões está a atingir a sua pujança de tráfego em baldeação económica e o rio Douro vai transformar-se numa via fluvial em condições excelentes e que, como tal deve atingir a fronteira.
Ora isto só pode valorizar o caminho de ferro coadjuvante de ligações rápidas.
Tanto basta para nos apercerbermos da importância que tem para nós a manutenção da referida linha, que nunca nacionalmente, é de aceitar seja levantada com o fundamento de rentabilidade.
A nós cumpre ajudar na medida do possível a melhoria da sua exploração, para cuja precariedade bastante temos contribuído por pecaminoso desleixo.
Sr. Presidente: Para ilustração do que afirmámos quanto ao tráfego da nossa linha do Douto em ligação com a Espanha historiemos um pouco.
No princípio do século circulava o comboio rápido Porto-Medina trissemanalmente que fazia o percurso Porto-Barca de Alva em cinco horas e ia atingir em Salamanca a composição ordinária que diàriamente assegurava a ligação directa para Espanha (comboio correio que saía do