7 DE NOVEMBRO DE 1967 1662-(157)
4. Importante significado tem o interesse de várias entidades privadas, ou não dependentes do Estado, que se vêm dedicando ao incremento da produtividade nas actividades que representam.
A Corporação tia Indústria criou, em 1964, o seu centro do produtividade, cujas iniciativas se desenvolvem no campo da formação de dirigentes de empresas e de contramestres, em colaboração com o F. D. M. O., o I. N. I. I. e os organismos corporativos que integram a Corporação. Em 1965 efectuaram-se «Jornadas de produtividade» em Coimbra, Aveiro e Leiria, iniciativa que se julga dever prosseguir pela projecção que este tipo de acção directa tem nos núcleos industriais da província.
Finalmente, pode vir a revestir-se de largo alcance a decisão da mesma Corporação, que se espera ver perfilhada por outras, de promover a criação de centros técnicos e gabinetes de estudos de produtividade nos organismos corporativos primários (grémios e sindicatos).
Muito embora o I. N. I. I. se tenha empenhado, desde a sua criação, em interessar a maior soma possível de organismos corporativos na fundação de centros de produtividade, através dos quais se possam, difundir e ampliar as acções de estudo, formação, promoção e assistência técnica naquele domínio, são muito poucos ainda os que possuem departamentos destinados a esse tipo de funções e, os que existem, ocupam-se, de maneira geral, quase exclusivamente com actividades de formação.
É este um aspecto das nossas actuais infra-estruturas sócio-económicas que exige particular ponderação, pois sem. uma adequada rede de centros de produtividade não será fácil levar ràpidamente até aos dirigentes e técnicos das empresas o somatório de conhecimentos e conselhos capazes de os ajudar a resolver os respectivos problemas técnicos, a modernizar a organização e os métodos de trabalho.
Por isso, a iniciativa da Corporação da Indústria, desde que coordenada com as acções de outras entidades, poderá, na verdade, vir a ter os mais benéficos efeitos sobre o incremento da produtividade em Portugal, embora se deva condicionar o êxito da actividade destes centros à prévia existência de número suficiente de técnicos devidamente especializados em cada organismo e dos meios materiais e financeiros proporcionados à extensão e responsabilidade das tarefas a realizar.
Aliás, alguns grémios de industriais iniciaram já acções que demonstram a receptividade que tal iniciativa lhes pode vir a merecer. Assim, o Grémio. Nacional dos Industriais de Electricidade, além de colaborar em diversas comissões e grupos de trabalho (Planeamento, Tarifas, Coordenação de Protecção, Normalização e Normas de Qualidade, Revisão dos Regulamentos de Segurança, etc.), tem dedicado particular atenção aos problemas da formação e aperfeiçoamento profissional, com o apoio da Electricité de Franca. O Grémio dos Industriais de Cerâmica promoveu, após o 1.º Colóquio ide Produtividade na Indústria do Barro Vermelho, a criação, em 1966, do Centro Técnica da Indústria de Cerâmica, destinado a impulsionar a sua modernização através de adequadas acções de estudo, formação, promoção e assistência técnica. O Grémio Nacional dos Industriais de Serração de Madeiras colaborou no colóquio da especialidade promovido pelo I. N. I. I. e dispõe hoje de uma escola de limagem e afinação de máquinas, um centro de aprendizagem e um gabinete, de estudos de problemas (de produtividade. Os Grémios Regionais dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas da Norte e Sul realizaram uma série de cursos para encarregados de obras da construção civil e,, em colaboração com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil, levaram a cabo uma série de conferências para empreiteiros. Os Grémios dos Industriais Metalúrgicos e Metalomecânicos do Norte e do Sul, em colaboração com o I. N. I. I. e a Corporação da Indústria, realizaram cursos sucessivos de formação, de que beneficiaram já várias dezenas de contramestres. Os Grémios Nacionais dos Industriais de Construção e Reparação Naval, de Produtos Químicos para a Agricultura e para a Indústria e de Montagem e Fabricação de Veículos Automóveis, utilizando monitores da Corporação da Indústria ou do I. N. I. I, têm igualmente, efectuado cursos para contramestres, com dezenas de participantes.
5. A Comissão de Produtividade da Associação Industrial Portuguesa desenvolveu, desde Outubro de. 1963 até 31 de Dezembro de 1966, uma acção já concretizada em 67 cursos, jornadas e sequências de estudo, nos quais participaram cerca de 1200 pessoas, trabalhando em mais de 400 empresas, em que foram tratados temas interessando especialmente a administração e direcção superior das empresas. À mesma Comissão se deve igualmente a realização, em Lisboa e Porto, da Semana da Qualidade, que congregou, pela primeira vez no nosso país, as atenções e esforços de numeroso grupo de pessoas interessadas nos problemas da qualidade dos produtos.
Tem especial interesse referir que a Associação Industrial de Moçambique, através do Gabinete, de Estudos Técnicos, organizou em Lourenço Marques, em Julho de 1966, um ciclo preparatório de formação de produtividade. A esta iniciativa seguiu-se o l.º Ciclo de Formação em Produtividade, constituído por quatro cursos, regidos por técnicos do I. N. I. I. ou seus colaboradores.
O Centro de Estudos de Gestão e Organização Científica (C. E. G. O. C.), da Associação Comercial de Lisboa, realizou, nos seus quatro anos de existência, 107 estágios (cursos) de formação e aperfeiçoamento dos dirigentes e quadros superiores e médios de empresas, com o total de 2369 participantes.
A Junta Central das Casas dos Pescadores e, por seu intermédio, a Organização Corporativa das Pescas têm vindo a desenvolver, desde 1940, uma acção de formação, que se traduziu pela criação da rede de escolas elementares e profissionais de pesca em diversos portos do litoral do continente e ilhas. A Organização dispõe ainda, desde 1952, do Gabinete de Estudos das Pescas.
O Grémio dos Industriais de Transportes em Automóveis criou, no início de 1966, um centro de selecção e formação profissional para o pessoal das empresas rodoviárias.
O Centro de Cooperação dos Industriais de Máquinas e Ferramentas (C. I. M. A. F.) organizou já dezenas de cursos para preparação de contramestres da especialidade, e a Associação Portuguesa de Fundição, a quem se deve o 1.º Congresso de Fundição, em 1965, e a preparação do segundo, a realizar em 1967, mantém em funcionamento comissões técnicas dedicadas aos problemas da formação profissional, desenvolvimento dos mercados, vocabulário técnico e ferro fundado e ainda o Instituto de Soldadura.
Finalmente, o Sindicato Nacional dos Empregados de Escritório do Distrito de Lisboa desenvolve, com apreciável extensão e nível, uma actividade formativa profissional que deve constituir exemplo para outros sindicatos, organismos de que tanto há a esperar no campo da preparação profissional dos seus associados.
6. Deve ainda referir-se que funcionam hoje em Portugal cerca de duas dúzias de gabinetes consultores particulares em assuntos de organização, tecnologia e eco-