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9 DE NOVEMBRO DE 1967 1683

coes e nos dispensaram desvanecedor acolhimento. Desde o Sr. Governador-Geral aos Srs. Governadores de distrito, que em suas residências nos prodigalizaram a mais requintada e acolhedora hospitalidade, aos chefes de serviço, funcionários qualificados, autoridades locais, entidades particulares, até anónimos, etc., sempre prontos a darem-nos esclarecimentos sobre os mais diversos problemas que surgiam, num desbobinar constante de ideias, sugestões e comentários, a todos lhes endereçamos, deste lugar, uma palavra de agradecimento, de muita simpatia e compreensão, que torno extensiva à imprensa e à rádio, que estiveram presentes, dando o devido relevo à nossa visita e ao objectivo que ela encerrava.
Embora incorra no risco de alguma falta, por desastrado esquecimento, introduzirei um pequeno parêntesis para informar V. Ex.ª, Sr. Presidente, de que as primeiras terras de África em que meus pés se fixaram foras as de Luanda, onde o Sr. Deputado Pinheiro da Silva, secretário provincial de Educação, e o Sr. Deputado Neto de Miranda, presidente da Comissão Provincial da União Nacional, nos aguardavam e nos proporcionaram uma bela visita pela cidade, que se alinda e moderniza, sem perder o cunho do nosso génio criador, que soubemos transplantar para os trópicos.
A nossa presença em Angola limitou-se a uns escassos 60 minutos, tempo suficiente para começarmos a tomar consciência das grandes- dimensões da velha casa lusitana.
Antes de finalizar, desejava, de igual modo, referir quanto nos sensibilizou a cortesia, ou, melhor, a camaradagem, com que nos distinguiram os colegas Deputados por Moçambique, que, em virtude da nossa presença, suspenderam totalmente os seus afazeres normais para acompanharem nossos passos durante a nossa permanência, decerto com sacrifício de seus trabalhos e incómodo de suas pessoas, e inclusive alguns partilharam connosco a grande escalada ao Norte da província, com todo o sortilégio de surpresas, imagens e imprevistos de que fomos testemunhas.
Estou certo de que ninguém levará a mal se fizer uma referência particular ao Sr. Deputado Moreira Longo, Sr. Deputado Janeiro Neves e Sr. Deputado Gonçalo Mesquitela, que abriram de par em par as portas de suas casas para nos receberem com manifestações inequívocas de amizade sincera.
Finalmente, ao Sr. Governador-Geral II seus mais directos colaboradores, ao Sr. Dr. Soares da Fonseca, ilustre Icader desta Assembleia, a S. Ex.ª o Ministro do Ultramar, que tudo determinaram para o bom êxito da nossa missão, só encontro uma expressão que traduz todo o meu reconhecimento: Obrigado! Bem hajam.

Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Cuttleiro Ferreira: - Sr. Presidente: Ao retomar as minhas actividades parlamentares, Sr. Presidente, respeitosamente vos saúdo, com a mais viva simpatia, veneração e respeito e a manifestação dos meus desejos de bem - servir o mandato que me foi confiado.
Em duas legislaturas, que tantas são as que levo ao serviço da Nação, várias vezes tive oportunidade de me fazer eco, sem brilho, é certo, mas com vivacidade, do grande desejo que Évora tem de poder dispor de um hospital anticanceroso provido dos meios indispensáveis para uma luta, luta contínua, poderosa e sem tréguas, contra os malefícios de tão terrível, sob todos os aspectos, doença.
Não irei repetir os argumentos, convincentes argumentos, que tantas vezes proclamei, nesta Câmara, para que se conseguisse a aprovação estatal, absolutamente necessária, de um tão indispensável hospital em Évora.
Obtidos meios financeiros pela generosidade ilimitada dos condes de Vilalva, parece que não seria necessário esperar doze anos ... doze longos anos de expectativa cruciante, para se conseguir do Governo da Nação o desejado despacho que permitiria a construção do Hospital do Patrocínio ... Doze anos de espera foi tempo demasiado.
Durante esse período, e porque pertenço, desde o início, à Delegação da Liga Portuguesa contra o Cancro em Évora e à Fundação do Patrocínio, conheço como poucos os obstáculos que tivemos que transpor, os contactos que foi necessário estabelecer, as relações, agradáveis umas. menos agradáveis outras, que tivemos que manter.
Desde S. Ex.ª o Presidente do Conselho até ao mais modesto dos contínuos dos variados Ministérios com que tivemos de contactar, por toda a parte foi um esbanjar de tempo e energias. S. Ex.ª o Presidente do Conselho foi o conselheiro, como sempre, preciso, objectivo e realístico. S. Ex.ª previu todas as nossas dificuldades, mas, infelizmente, não era de S. Ex.ª que dependia o despacho final.
Aqui fica o meu agradecimento a S. Ex.ª, não só pelo incentivo recebido, como pela paciência que nos soube insuflar, que durou doze longos anos.
Sei que não estão terminadas as nossas atribulações, mas a espera de doze anos dá-nos a certeza de que, com fé e perseverança, venceremos.
Batemos por dois anos o tempo de duração do cerco de Tróia, que, afinal, foi vencido pelo consabido estratagema do famoso cavalo de pau. Para se vencer o cerco que foi feito ao Hospital do Patrocínio, e pela parte que pessoalmente me diz respeito, foi necessário o estratagema da teimosia asinina.
Ainda não compreendi, e jamais o compreenderei, certamente, por que determinadas pessoas e responsáveis tanto se encarniçaram contra esta tão útil obra.
Não vale a pena qualquer reflexão sobre o assunto ... Apenas uma palavra ... Perdoai-lhes, Senhor, não sabiam o que faziam.
Mas alguém, e alguém que tudo merece, deu o despacho decisivo: S. Ex.ª o Ministro das Obras Públicas, o Eng.º José Albino Machado Vaz.
Não tenho a honra, propositadamente, de conhecer S. Ex.ª pessoalmente, mas isso é razão para que o meu reconhecimento seja ainda maior. Não foi uma decisão - o despacho de S. Ex.ª- ditada por amizade ou simpatia. Foi uma decisão de estudo frio e objectivo, aquecida por um coração que pulsa pelos que sofrem.
S. Exa. não é eborense ... não é alentejano, nem mesmo honorário, por ora, mas decidiu pró Évora ... pró Alentejo ... pró Nação. Uma só palavra, Sr. Ministro: obrigado.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vai passar-se à

Ordem do dia

O Sr. Presidente: - Continua em discussão na generalidade a proposta de lei sobre a elaboração e execução do III Plano de Fomento.

Tem a palavra o Sr. Deputado Galheiros Lopes.