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1756 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 94

Isto é: poderíamos ter feito umas contas complementares que nos diriam que os distritos de Lisboa e Porto tinham uma média simples de poder de compra total que lhes dava uma supremacia assim estabelecida:

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Ora, acontecia que cada um dos três agrupamentos apresentava para os respectivos rendimentos totais cerca de um terço da população total do continente! Mais rigorosamente:

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A distribuição populacional ainda agravava o caso, uma vez que o grupo dos dois distritos dos habitantes com maior poder de compra médio era o que apresentava menor número de habitantes, cabendo exactamente ao grupo dos dez distritos dos habitantes com menor poder de compra médio o mais elevado número de habitantes.
Assim, a capitação de poder de compra médio por habitante de cada um dos grupos que estão a ser considerados subordinar-se-ia ao seguinte quadro comparativo:

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Ora, o projecto que temos em exame vem confirmar a ordem de grandeza dos termos da asserção geral que ficou posta naquela minha intervenção de 1965 - aliás, esses indicadores referiam-se ao ano de 1962, aplicando-se, como se disse, a poder de compra. Com efeito, o projecto «apresenta um quadro - mas com referência ao produto e ao ano de 1964- que nos permite a observação de um quadro derivado, que diz:

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A capitação do produto (esta capitação é, como se sabe diferente da do poder de compra, mas interessa-nos a ordem de grandeza relativa, que, nas suas diferenças específicas de conceitos - poder de compra e produto -, conduz, no entanto, a raciocínios iguais, quanto a assimetrias) é-nos dada pelo seguinte quadro para o ano de 1964:

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(a) Base: Lisboa = 100.

Sr. Presidente, prezados colegas: Lê-se no projecto muito sobre as disparidades económicas regionais - e lá se diz, que uma análise a que se procedeu durante a sua feitura permitiu confirmar a existência de vincados desequilíbrios entre as regiões por que se divide o continente. Os tais desequilíbrios, aliás, digo eu - e muito me repito nisso -, de que o «homem da rua» de há muito já se apercebeu, com todas as más consequências que de tal estado de coisas podem advir quanto à própria noção - que se apossa do seu espírito- de que há terras que são «filhas do Governo», outras havendo que não passam de «enteadas ..., não acarinhadas».
E o que é pior e também corroborante de opiniões, expressadas umas recalcadas outras - coisa indesejável -, e que no próprio projecto se diz que os exames objectivos da vida económica do continente permitiram (dando a impressão de que só agora!) «... confirmar a existência de vincadas disparidades regionais no continente português e o seu agravamento no último decénio».
Ora, seguindo os dizeres do projecto e tomando-se os anos de 1953 e 1964 quanto a capitação do produto, teremos:

Capitação do produto, perante a média continental

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