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7 DE MARÇO DE 1968 2643

Se fizermos uma análise da variação regional dos consumos das farinhas espoadas de trigo, verificaremos que, contrariamente ao que tem sido preconizado em todos os regimes cerealíferos desde há 41 anos, é nas regiões tradicionalmente produtoras de milho e centeio que se têm registado aumentos muito importantes.

Para não piorar a situação do consumidor considerado economicamente mais débil - o das zonas rurais hoje em vias de abandono quase total -, recorre-se à bonificação da farinha espoada de trigo (2.ª qualidade).

Estes e outros artificialismos suportados pelo Fundo de Abastecimento, que se destinava a auxiliar a lavoura, desencadearam novos problemas, com prejuízo manifesto para a economia nacional, além da indisciplina e irredutibilidade de posições já tomadas, a que urge pôr termo para moralizar e disciplinar uma actividade económica de tão grande importância para a vida da Nação.

Os cereais para a alimentação humana são laborados por duas indústrias de moagem:

1) A indústria de moagem de farinhas espoadas de trigo;

2) A indústria de moagem de ramas de trigo, milho e centeio e de farinhas espoadas de milho e centeio, designada por Comissão Reguladora de Moagens de Rama(C. R. M. R.).

1) A indústria de moagem de farinhas espoadas de trigo dispõe de cerca de 70 unidades fabris, das quais cerca de 50 tem o seu equipamento actualizado ou em vias de actualização.

Estas actividades industriais estão agremiadas na Federação Nacional dos Industriais de Moagem, vulgarmente designada por F. N. I. M.

A sua capacidade anual de laboração, considerando uma média diária de oito horas de trabalho, cifra-se em 366 000 t. Se, porém, considerarmos o regime de laboração contínua, a sua capacidade teórica anual seria de cerca de l 100 000 t.

Como era de esperar, mais de 60 por cento desta capacidade de laboração distribuem-se por unidades localizadas nos distritos do Porto, Lisboa e Setúbal.

Na prática, as referidas 70 unidades laboram anualmente cerca de 500 000 t de cereais no fabrico de farinhas espoadas de trigo e respectiva incorporação de milho e centeio nas farinhas de 2.ª categoria. Destas 500 000 t cerca de 12 por cento são absorvidos no fabrico de bolachas e massas, destinando-se o restante ao consumo público, no fabrico de farinhas para panificação.

2) A indústria de moagem de ramas dispersa-se por cerca de 38 000 unidades, inscritas no organismo de coordenação económica a que já fiz referência (C. R. M. R.).

As instalações de moagem de ramas para consumo público representam cerca de 13 por cento do total; as instalações do tipo artesanal, 42 por cento, e as instalações destinadas a uso próprio, 45 por cento.

A capacidade técnica de laboração anual, em 24 horas de trabalho diário, é estimada da seguinte maneira, segundo elementos reportados a 1964:

Toneladas
Moagens para consumo público 2 051 237
Moagens tipo artesanal 2 708 784
Moagens de uso próprio l 612 224
Soma 6 462 245

A laborarão anual destas unidades está calculada em cerca de 670 000 t de farinhas panificáveis, donde se pode concluir que a capacidade de laboração é superior em cerca de dez vezes às necessidades de produção de farinhas em rama (trigo, milho e centeio) destinadas à alimentação humana. (Vide quadro II):

QUADRO II

Circuito económico do ciclo cereais-farinhas-pão

Anual