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3008 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º141

fizeram que tivesse percorrido, sempre vitoriosamente, os seus estudos no liceu, no seminário e na Universidade de Coimbra, onde conquista sempre as mais distintos classificações, pelo que ganha a estima, admiração e respeito de colegas e superiores. Findo o curso do Seminário do Ponto, matricula-se na Faculdade de Teologia em Outubro de 1892, vindo a formar-se em 26 de Julho de 1897. Em 5 de Agosto de 1894 recebe a ordenação sacerdotal, celebrando, a 8 do mesmo mês a primeira missa. Em 1897, a 16 de Setembro, é chamado a desempenhar a actividade docente no Seminário Diocesano e, mais tarde, no Liceu do Porto. Em 1905 foi nomeado cónego.

Aquecido pela chama viva da sua fé actuante, jamais se dispôs a viver numa "comodidade excessivamente plácida, por detrás dos muros da Igreja", acreditando, como afirmou Papini, que o "cristianismo de formas, de costume, de conveniência, não é o verdadeiro cristianismo, mas uma sombra, uma máscara, um feto e um, aborto do cristianismo, um cristianismo de pusilânimes, de madraços, de tíbios, de hipócritas, de fariseus baptizados". (Cf. Curtos aos Homens, p. 199.) Numa fidelidade intransigente a Verdade havida como tal, o então cónego Corseia da Silva desenvolve (afanosamente um laborioso e profícuo apostolado, mão se conformando com a actuação de muitos que por ignorância ou indolência não fazem o que Deus pediu ao nosso amor finito em nome do Seu infinito amor" e acreditam que Cristo pagou com o Seu sangue e que nada mais há a fazer, para comprar a salvação, do que assistia- à missa amiúde com o corpo mais do que com a alma e receber de vez em quando um dos sacramentos da Igreja [...]"!

Com uma constante expressão de bonomia a deixar transparecer uma bondade e afabilidade inexcedíveis e que a todos prendia e edificava de maneira imensa, na vida e obra do Sr. D. José se manifestou sempre o valor apologético da caridade afirmado no Evangelho:

Nisto conhecerão todos que sois- meus discípulos, se tiverdes caridade uns com os outros. (Jo. 13.35).

Daí que pela acção desenvolvida e pela palavra, escrita e falada, procurasse utilizar o argumento que a todos, crentes e não crentes, mais vence e convence - o de dar testemunho sentido e vivido da caridade -, vivendo para o seu próximo, tornando-se assim num padre que foi, sem dúvida, um verdadeiro discípulo de Cristo, a quem também não faltaram as perseguições e vexames que teve de sofrer por causa da sua fé intrépida.

Mas se o apostolado dinâmico e notabilíssimo feito na Diocese do Porto Dão. chegasse para o consagrar como um Homem da Igreja, bastaria a grandeza da obra que, como bispo restaurador da Diocese de Leiria e como primeiro bispo de Nossa Senhora da Fátima, realizou.

È precisamente como bispo que o Sr. D. José apõe, no seu governo pastoral, evidentes e inequívocos sinais de uma clara e forte vontade, uma inteligência lúcida, uma firmeza de ânimo e um ímpar espírito é visão apostólica, jamais precisando, na defesa da cidadela cristã e nacional, de se conformar com o espírito do mundo ou vez alguma de pactuar com a antinação.

O Sr. Veiga de Macedo: - Muito bem!

O Orador: - E a sua acção no governo da Diocese foi tanto mais notável quanto é certo ter sido exercida após um longo período em que as freguesias haviam estado sem visitas pastorais e numa época em que sobre o País o sopro devastador de uma revolução anticristã se desencadeara".

E que, em 1882, por sentença de 4 de Setembro do cardeal D. Américo, bispo do Porto, aprovada por Carta Régia de 14 do mesmo mês, fora extinta a Diocese de Leiria, que tivera, até então, uma plêidade gloriosa de prelados notáveis. Tal medida, considerada de injustiça flagrante e que de facto já existia desde 80 de Setembro de 1881, data em que, pela Bula Gravissimum Christi Ecclo-siam Negendi et Qubernandi Múnus, o Papa Leão XIII autorizara o remodelação diocesana, provocando reacções várias, não havendo mesmo faltado a apresentação, em 18 de Março de 1882, de um projecto de lei, que não chegou a ser discutido, da autoria do Deputado pelo círculo de Leiria, Dr. Adriano Xavier Lopes Vieira, e tendente a salvar a Diocese da extinção de que estava ameaçada.

Iniciada uma campanha pró-restauração, somente em 17 de Janeiro de 1918, e em coroação de esforços de algumas individualidades, entre as quais é da maior justiça lembrar, pela persistente e esclarecida combatividade, o nome do padre José Ferreira de Lacerda, há poucos meses falecido, é restaurada a Diocese de Leiria pelo Breve Quo Veliementius, de Bento XV.

A 15 de Maio de 1920, e pela Bula Gommissum Humi-litate Nostrae, foi o Sr. D. José Alves Correia da Silva nomeado bispo de Leiria, sendo sagrado a 25 de Julho na Sé do Porto e dado solenemente entrada na cidade de Leiria a 5 de Agosto do mesmo ano.

Ocupando durante 37 anos, de 1920 a 1957, o sólio da Diocese restaurada, é então que o Sr. D. José nos patenteia, de maneira exuberante, a sua ião rica personalidade ao serviço da missão de restituir aos homens da sua diocese, mediante um acender de ânimos e um agitar das mentes, o sentido dos passos de Deus.

O Sr. Veiga de Macedo: - Muito bem!

O Orador: - Efectivamente, numa época em que a actividade pastoral não era tarefa fácil, pelas maquinações das alfurjas maçónicas que ameaçavam o rico património da Nação e os interesses supremos de Deus, e em que as próprias autoridades da época, no dizer de um historiador da Diocese (Dr. Afonso Zúquete, in Episcopado Glorioso), ligadas (por três pontinhos ...) a cegos preconceitos anticlericais ...", estudo faziam para tornar pesada a atmosfera política e religiosa da época ...", o Sr. D. José surge-nos em toda a grandeza com a sua figura de bispo que não tendo medo da Verdade,- se afirma o lutador de rija têmpera, cuja combatividade e energia, sempre crescentes, nada e ninguém faz deter ou desanimar e se manifesta sempre numa heróica fidelidade a Deus, à Igreja e aos interesses da Pátria e dos fiéis.

Partindo do pressuposto de que toda a verdadeira revolução se faz dentro do homem - e isso competia sobremaneira à actividade docente da Santa Madre Igreja, através de um despertar de vocações sacerdotais e da formação integral do padre - , é este problema que constitui uma das suas principais preocupações e o objecto dos maiores cuidados e desvelos do Sr. D. José. E tal não deve admirar se nos lembrarmos de que para o grande prelado a missão do padre não é só a de sacrificar no altar celebrando a Santa Missa, a de ressuscitar as almas no Santo Tribunal da Penitência, a de evangelizar no púlpito", mas também a de ser o educador das almas e o consolador da pobre humanidade que vive na dor". (Provisão de 8 de Setembro de 1926).

O Sr. Albino dos Reis: - Muito bem!

O Orador: - Por toda s Diocese se sente e nota a lufada renovadora da sua intensa acção pastoral, e do seu