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17 DE JANEIRO DE 1972 3009

incansável labor surgem os seminários, para a formação do clero, as igrejas restauradas, as obras de apostolado e de piedade, a criação de estabelecimentos de ensino e uma vastíssima obra de assistência social.

Mas o sinal mais vivo que fez e fará persistir a memória do nome do grande bispo que foi D. José Alves Correia da Silva é o de haver tornado Fátima em altar do Mundo. Efectivamente, e já no domínio dos factos pertencentes à História, surgem as aparições de Nossa Senhora em Fátima, de 18 de Maio a 13 de Outubro de 1917, e o espontâneo movimento religioso que converteu a Cova da Iria no maior centro de peregrinações nacionais. Tais factos levaram o Sr. D. José, após um rigoroso processo canónico iniciado em 1922 e por carta pastoral de 13 de Outubro de 1930, a "declarar como dignas de crédito as aparições e permitir oficialmente o culto de Nossa Senhora de Fátima". Á autenticação e a organização do culto devido às aparições de Fátima constituem tarefa absorvente do Sr. D. José, que a ela se entrega apaixonadamente por amor da Virgem Nossa Senhora, sem que a sua humildade consentisse alardear a mínima parcela de serviço prestado à causa de Fátima. São suas as palavras seguintes:

O movimento de Fátima não foi criado, nem o podia ser, por ninguém. Como humilde bispo desta Diocese, sou apenas o instrumento de que a Providência Divina se serve para recebe as graças da excelsa Mãe de Deus. Nada se deve atribuir aos homens.

Pela palavra escrita e falada e, sobretudo, pela caridade que em tudo e perante todos dá testemunho, o Sr. D. José tornou-se num verdadeiro defensor e apóstolo do espírito genuíno da Mensagem de Fátima, que se espalha por toda a terra portuguesa e dela "fez raiar sobre o Mundo uma nova luz de esperança".

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E tão longe levou a sua acção notabilissima que um outro grande vulto da igreja portuguesa - o falecido arcebispo de Évora D. Manuel da Conceição Santos - podia referir-se ao prelado de Leiria noa termos seguintes:

O Sr. Bispo de Leiria é tudo para os seus irmãos no Episcopado e para todos, de Portugal inteiro e até do Mundo, porque ... é quase um bispo universal.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Aqui ficam as singelas palavras com que, na minha qualidade de católico e Deputado da Nação, me propus assinalar a passagem do centenário do nascimento da grande e modelar figura de bispo que foi D. José Alves Correia da Silva, cujo episcopado constitui, no dizer de um dos seus mais ilustres biógrafos, glória não Apenas da Diocese de Leiria, mas também "gloriada própria Nação", glória de todo o Mundo, onde chegou o culto de Nossa Senhora de Fátima, Virgem Peregrina, que, por inspiração do grande bispo de Leiria, correu o Mundo inteiro, até às terras de hereges e de infiéis, a levar fé, paz e bênçãos a todos os povos ...".

Vozes: - Muito bem!

O orador foi cumprimentado.

O Sr. Mota Amaral: - Sr: Presidente: Passada a inegável emoção do primeiro momento - misto de compreensível orgulho e nervosismo por sentir convergindo sobre as ilhas dos Açores a expectação atenta do mundo inteiro, que ficou para nós, Açorianos, da reunião cimeira Nixon-Pompidon?

E legítimo formular a pergunta nesta Casa da Representação Nacional, onde têm entrada as apreensões e os anseios de todo o povo português. E é até muito conveniente fazê-lo, porque a resposta a tal questão envolve considerações de ordem política que a Câmara e o Governo devem conhecer.

Foi uma das ilhas do arquipélago dos Açores o local escolhido para o encontro do Presidente dos Estados Unidos da América com o Presidente da República Francesa. Vincou-se, assim, uma vez mais, de forma inequívoca, a importância da posição geográfica privilegiada dessa parcela de terra portuguesa.

As ilhas açorianas constituem traço de união entre a Europa e o Novo Mundo. Durante muitíssimos anos elos serviram mesmo de apoio indispensável às comunicações de toda a ordem entre os dois continentes. E, por ocasião das duas grandes guerras mundiais, foram base imprescindível para o domínio do Atlântico, factor não de somenos importância pana a vitória final.

Aquilo, porém, que tem sido e é hoje ponto de passagem pode sempre transformar-se em fronteira, muralha, que separe as duas margens do Atlântico.

Assim pensou o estado-maior de Hitler, que chegou u traçar piau os para a ocupação militar dos Açores pelas potências do Eixo.

Em termos por certo diferentes do passado a estratégia formula-se hoje em bases novas a importância da posição dos Acartes mantém-se. Aí está o duplo acordo, recentemente celebrado entre Portugal e os Estiados Unidos, sobre, a utilização do Aeródromo dos Lajes a demonstrá-lo aos mais reticentes. Para quem acompanha a política interna norte-americana, a decisão da administração Nixon não pode deixar de ser encanada como um arisco calculado, e por isso mesmo revela o interesse posto ma. conclusão dos negociações.

O mero facto de o arquipélago dos Açores ser, de algum modo, na guerra como na paz, a chave do Atlântico Norte bem sido da maior importância para o todo nacional. Agora mesmo acabam as ilhas açorianas de prestai- mais um serviço ao País, proporcionando-lhe a ocasião de receber os chefes ide Estado de duas nações amigas, com cada um dos quais se avistou o Sr Presidenta do Conselho para conversações de muito interesse.

De tudo o que vem de ser referido têm os povos dos Açores em especial os do distrito autónomo de Ponta Delgada- consciência cada vez mais viva. E por isso profundamente os magoa contemplar o panorama da situação económico - social dos suas olhas, testemunha incontestável de um imerecido abandono.

É facto que ainda há bom pouco, pelo Decreto-Lei n.º 583/71, de 23 de Dezembro, adoptou o Governo a importantíssima medida de transferir pauta o Estado o encargo com os vencimentos do pessoal do ensino primário e ciclo preparatório em serviço nas ilhas adjacentes, encargo esse até aqui suportado pelas juntas gerais dos distritos autónomos. Libertou assim o Governo estes corpos administrativos, fundamentais na vida do arquipélago, do catado de asfixia financeira em que viviam, possibilitando-lhes retomaram a acção de fomento que tanto os tem prestigiado. Mas convém que se saiba que isto. Abrindo embora um horizonte de esperança, que não se divisava há longos anos, ainda não é todo.

E que o problema número um dos Açores consiste afinal no arranque do processo de desenvolvimento económico - social numa zona que além de tudo o mais tem contra si a exiguidade da dimensão e a fatalidade geográfica da insularidade.

E até aqui, apesar dos louváveis esforços feitos pelo Governo do Sr. Prof. Doutor Marcelo Caetano, através