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17 DE JANEIRO DE 1972 3011

dentro dos quadros administrativos, danado assim satisfação plena àquilo que desde há muito constitui uma justa aspiração, tanto dos profissionais como dos suas escolas.

Deixo ao Sr. Ministro das Obras Públicas e ao Sr. Secretário de Estado da Agricultura uma palavra de gratidão pela compreensão e pelas dotações. Deu o Sr. Ministro ao Liceu de Lamego um pavilhão gimnodesportivo pré-fabricado e um tanque de aprendizagem de natação.

Aquele é papa suprir, em parte, a falta de um pavilhão gimnodesportivo na cidade, aliás já comparticipado em 50 por cento, mas que a Câmara Municipal não pode construir por ser insuportável o restante para o seu orçamento.

Até parece que o Sr. Ministro se surpreendeu quando o informaram de que às capitais de distrito eram dados totalmente e que as outras terras, naturalmente por serem mais pobres, só recebiam um parcelar subsídio.

E continuo eu, porque as causas não em série, a não crer mas promessas de desenvolvimento das berras subdesenvolvidas.

Também visitou, como é natural, o precário edifício onde funciona a Escola industrial e Comercial, pois que, com cinco anos de existência, ainda não lhe foi possível, por falta de espaço, iniciar o ensino industrial, necessariamente o anais útil e urgente à região, o mesmo vindo a suceder ao ensino agrícola se o Ministério da Educação Nacional não adquirir uma propriedade já vistoriada pelos respectivos serviços e com franca e total aprovação.

Subsidiou as cantinas da Escola Técnica e do Liceu e a biblioteca do ciclo, e por todos os concelhos deixou bem marcada a sua presença.

Não só foi benéfica, como necessária, ia ida do Ministro a Viseu, dando, assim, às entidades de todo o distrito um reconfortante optimismo, que veio, em parte, fazer esquecer algumas anteriores reuniões a nível ministerial que nada de positivo deixaram para o distrito.

E o Ministro Veiga Simão passou pelas terras que mestre Aquilino celebrizou com a designação "do Demo" e que teimam com tenacidade em sair da sua penúria e seguir os caminhos frutuosos que a civilização lhes oferece.

Com muitas visitas deste género, aquelas terras, que conservam a bênção de Deus, também serão bem queridas pelos homens.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em 30 de Abril de 1970, o governador civil, o presidente da Câmara, o director da Escola e eu fomos ao Sr. Subsecretário da Administração Escolar pedir seis pavilhões necessários para o funcionamento das aulas teóricas, em Outubro, na Escola Industrial e Comercial de Lamego, sem os quais mão podia admitir mais inscrições.

Imediatamente atendido o pedido, o Sr. Subsecretário ordenou ao director da Escola que o fizesse por escrito para a Direcção-Geral do Ensino Técnico

Em 5 de Maio oficia o director da Escola, cumprindo a ordem.

Depois de várias insistências, quer pelo director para os seus serviços, quer por mim novamente ao Sr. Subsecretário, mantinha-se a promessa dos seis pavilhões e que já tinham sido requisitados para servirem em Outubro de '1070, bem como o respectivo mobiliário.

Mas só em Maio de 1971 recebeu o director da Escola um ofício do director-geral a informar que "foi considerada a aquisição de quatro pavilhões, estendo' a respectiva proposta dependente de decisão ministerial".

E :em 10 de Novembro de 1971 dá o director da. Escola conto ao director-geral de que já tinha sido recebido o material escolar requisitado para os seis pavilhões.

Como os pavilhões ainda por lá andam, o material escolar foi amontoado numas caves, sem luz nem ar e a sofrerem todos os danos próprios.

Como não pude acompanhar o Sr. Ministro na visita à Escola, perguntei-lhe se tinha- visto o estado em que estava aquele rico mobiliário destinado a seis pavilhões, que aguarda os quatro que facto de vir, sabe-se lá quando.

Sucede, Sr. Ministro, que, apesar da insistência do director da Escola junto do seu superior e da minha no Ministério, há quase um ano que nada mais soube dos pavilhões.

O Sr. Ministro não o vira, pelo que moda sabia, como é natural.

Impressionado, fez-me uma pergunta com um pouco de censura, a qual me dá motivo para extrair positivas conclusões.

"E o Sr. Deputado está um ano sem saber dos pavilhões, quando devia., pelo menos, de quinze em quinze dias lembrar, insistir e contestar junto do Ministério?"

Imediatamente lhe respondi:

"E verdade, Sr. Ministro, mas são .tantas as vezes que nós, os provincianos, temos de ir aos mesmos gabinetes lembrar promessas feitas, solicitar as maio variadas comparticipações e construções para os nossos tão distantes distritos que até, muitas vezes, sentimos as consequências da insistência."

Para exemplo, contei estes dois casos, entre muitos que podia citar, e também é bom que os nossos muito estimados eleitores o saibam.

Há dois anos fui com um colega ao presidente da Junta Autónoma de Estradas solicitar a ligação da estrada pombalina à estrada nacional n.º 222, junto ao rio Douro, no concelho de Lamego, numa extensão que terá q máximo de quinhentos metros, facilitando a ligação de carneiras diárias de passageiros e .transportas pesados que ali terminam com a estação do caminho de ferro da Régua, que dista, quando muito, dois quilómetros.

O Sr. Presidente da Junta Autónoma de Estradas- deu imediata concordância e que satisfaria o custo da obra com verbas suplementares, mas só me pedia que pusesse o caso ao director de estradas do distrito, para ele o solicitar e mandar o estudo correspondente.

Com esta porte mão fiquei muito de acordo, imas logo no sábado imediato fui a Viseu e procurei o director, a quem dei conta da diligência, tendo concordado, em princípio.

Devo esclarecer que já há um projecto feito dessa referida ligação da estrada nacional n.º 222, pelo que se tornava só necessário desenhar aquele lanço e fazer a respectiva estimativa.

Passado algum tempo, perguntei ao director se já tinha mandado o estudo, ao que me respondeu: "Não tenho desenhador, hei-de ver se o arranjo."

Volvidos mais uns tempos, voltei a perguntar e vem a mesma resposta.

Pedi-lhe, então, que conseguisse um desenhador particular e que eu pagava o seu custo.

Nem assim.

Voltei à Junta e o director de serviços comprometeu-se a telefonar nesse mesmo dia para Viseu e a pôr à disposição do director a verba necessária para o desenho ser feito por ajuste particular.

E estamos a 17 de Dezembro de 1971, Sr. Ministro, e até hoje nada.

Há dinheiro, há necessidade e urgência pela obra, o que não há é boa vontade e diligência de s serviços.

Aproveito, para pedir ao Sr. Ministro dos Obras Públicos a realização dá obra e um desenhador para Viseu. . Outro caso.