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24 DE JANEIRO DE 1973 4257

dúvida, o recrutamento e a fixação do professorado no distrito.
Mas não foi apenas a cidade de Aveiro a manifestar o seu júbilo pela criação da Universidade. Foi o distrito em uníssono, de Espinho e Vila da Feira a Anadia e Mealhada, fazendo alarde de uma unidade do mais alto significado, a expressar a todo o Governo, e em particular aos Profs. Marcelo Caetano e Veiga Simão, quanto apreciou o benefício que justamente foi atribuído à sua boa gente e aos seus filhos. Na verdade, e graças ao seu trabalho físico ou intelectual, o povo aveirense sempre tem valiosamente contribuído para a riqueza e prestígio da nossa terra.

O Sr. Pinho Brandão: - Muito bem!

O Orador: - Relembra-se, apenas como exemplo, que era do distrito de Aveiro - e tanto amava a sua terra! - o único galardoado com o Prémio Nobel atribuído a Portugal, o grande sábio Prof. Egas Moniz.
Seria injusto, neste momento de júbilo, não ter igualmente um aceno da maior simpatia e merecida consideração para com o governador Vale Guimarães, que sempre tem defendido os interesses da sua região com uma tenacidade e um devotamento inultrapassáveis e que tanto se bateu e lutou pela desejada Universidade aveirense.

O Sr. Pinho Brandão: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente e Srs. Deputados: Com um esforço inegável e uma visão larguíssima do problema da escolaridade, estamos assistindo a uma evolução rapidíssima de todo o esquema de ensino no nosso país, programa em que depositamos as maiores e as mais fundadas esperanças. Mas, meus senhores, não basta criar estruturas. É absolutamente indispensável que todos aqueles que irão dar ou estão dando vida às escolas, e muito principalmente às Universidades, saibam cumprir integralmente o seu dever, isto é, que os alunos estudem e os professores ensinem. Não se pode admitir, sejam quais forem as razões ou, as mais das vezes, os pretextos que invoquem, que os docentes não leccionem e os discentes não façam por aprender.
Outro problema muito sério a ter em conta, e que não pode ser menosprezado, é o do futuro emprego ou ocupação a proporcionar a todos aqueles, e serão muitos milhares, que no dia de amanhã se encontrem habilitados com os cursos técnicos ou universitários, que agora se lhes facultam. Mas essa questão sai já do âmbito do Ministério da Educação Nacional e, também, dos propósitos desta minha intervenção.
A terminar, desejaria apenas, em nome da gente aveirense, dizer ao Governo, com relevo especial para os Profs. Marcelo Caetano e Veiga Simão, o muito forte, entusiástico e sincero bem-hajam do povo de todo o distrito.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Leal de Oliveira: - Sr. Presidente: Continuando a valer-me da benevolência de V. Ex.ª ao conceder-me a palavra sempre que a tenho solicitado, irei hoje, em breve elocução, expor algumas amarguras que me toldaram o espírito mas não me esmoreceram, todavia, ainda, o ânimo e agradecer ao Governo decisões que muito beneficiaram o Algarve e alguns funcionários públicos.
Sr. Presidente: A Nação Portuguesa defende-se heroicamente no ultramar contra ataques de terroristas, que em nome da paz levam a guerra e a morte às populações brancas e negras que vivem e labutam em terras portuguesas há mais de quatrocentos anos.
A juventude de Portugal tem sabido defender o solo pátrio e à saciedade o tem demonstrado, quando a Nação a chama e mostra o caminho da honra e do dever.
Já será, talvez, lugar-comum afirmar que a retaguarda metropolitana tem de ser mantida intransigentemente fiel e leal aos que longe se batem, se mutilam e morrem pela Pátria e .por todos nós.
Não compreendo que alguns, poucos, sempre os mesmos, provoquem inquietações nas populações e levem as suas frustrações a ponto de perturbarem a ordem pública, a tranquilidade dos espíritos e, até, por contestações dialècticamente bem engendradas, a paz das almas.
Sr. Presidente: Estas minhas palavras pretendem tão-sòmente traduzir o intenso repúdio e repulsa que me provocaram as recentes deflagrações de petardos distribuidores de propaganda antiportuguesa.
Não é com a desordem que se gera a ordem promissora da paz, do desenvolvimento e do progresso económico-social e político que a Nação espera, tanto precisa e está vendo erguer, arduamente, penosamente até, por S. Ex.ª o Presidente Marcelo Caetano, adentro da sua exemplar e oportuna política de evolução, sensata, corajosa, mas sem riscos desnecessários, numa continuidade do que de positivo lhe foi legado.
Ao Governo peço que os culpados, os verdadeiros culpados, sejam punidos.
Sr. Presidente: Estou nesta Casa porque acreditei num homem, numa política e numa forma de governar conjunturalmente única e imprescindível na conturbada época em que vivemos.
Estou nesta Casa a cumprir um mandato que o eleitorado algarvio me outorgou com pleno aval para seguir, confiadamente, as orientações políticas, de base, emanadas de S. Ex.ª o Presidente do Conselho.
Não me tem sido muito difícil cumprir tais obrigações. As orientações vêm oportunas, firmes, claras, sempre que se tornam necessárias.
Assim sucedeu com as recentes considerações e clarificações do Chefe do Governo na sua última .comunicação ao País que me asseguraram mais uma vez das certezas das minhas convicções e de um firme comando dos destinos da Nação Portuguesa.
Não me restam dúvidas de que Portugal continuará Portugal se os Portugueses continuarem portugueses.
Outro assunto que muito me penalizou foi o conhecimento da decisão governamental de se não dotar o Sul do País da Universidade que tanta falta lhe faz.
Não ficou servido o Alentejo e muito menos o Algarve.
Para aquele, e sómente em Évora, está previsto um instituto universitário e para o Algarve um instituto politécnico, estabelecimento muito necessário mas, certamente, não suficiente para as necessidades e aspirações locais.