O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

24 DE JANEIRO DE 1973 4263

O Orador: - Muito obrigado, Sr. Deputado Castelo Branco, mas eu começo a estar um pouco embaraçado em saber se eram católicos, não católicos, pseudocatólicos! Afinal, o que eram as pessoas que foram presas?

O Sr. Henrique Tenreiro: - Desordeiros. Desordeiros!

O Orador: - Desordeiros? Vozes: - Traidores!

O Orador: - Desordeiros e traidores?

Repetindo: o Governo não se satisfez com privar esses fiéis da liberdade, encarcerou-os e impediu-os de exercer a sua profissão, o que significa para todos o desemprego, e a penúria para alguns.
Na sessão do passado dia 15, um Sr. Deputado perguntava angustiadamente: "Para onde vamos?".

O Sr. Casal-Ribeiro: - Para a capela do Rato!

O Orador: - Pela minha parte, respondo: vamos a caminho do despotismo.

O Sr. Casal-Ribeiro: - Eu pensei que V. Ex.ª ia dizer que vamos a caminho da capela do Rato!

O Sr. Agostinho Cardoso: - Sr. Presidente, dá-me licença?

O Sr. Presidente: - Faz favor.

O Sr. Agostinho Cardoso: - V. Ex.ª deu por terminada a intervenção do Sr. Deputado Miller Guerra ou eu posso ainda intervir?

O Sr. Presidente: - Não, Sr. Deputado.

Como não penso que V. Ex.ª foi posto em causa pelas palavras do orador, mas que quer comentar a matéria tratada, então tem V. Ex.ª outra ocasião para comentar a referida matéria em causa quando quiser. Todavia, se pensa que foi posto em causa pelas palavras do orador, posso dar-lhe a palavra para explicações.

O Sr. Agostinho Cardoso: - Sinto-me apenas atingido na qualidade de português. Não sei se isso chega para dizer duas palavras ao Sr. Deputado Miller Guerra?

O Sr. Presidente: - Será mais correcto que V. Ex.ª amanhã ou noutra sessão faça os comentários que achar convenientes.

O Sr. Joaquim Macedo: - Anunciada a decisão do Governo de mandar executar importantes obras de beneficiação do Aeroporto de Pedras Rubras, vários colegas do círculo do Porto já se referiram ao facto e, por isso, poderá parecer talvez desnecessária nova insistência. Tenho, porém, razões particulares para o fazer, pois há cerca de um ano chamei à atenção para algumas das deficiências do Aeroporto e das limitações graves que daí resultavam para o desenvolvimento da região Norte e da sua capital natural, a cidade do Porto. Não podia, assim, calar a minha satisfação pela decisão do Governo e deixar de louvar a rapidez de decisão e o espírito largo com que atendeu este justo anseio, louvor que torno extensivo aos serviços que intervieram no projecto.
O prolongamento da pista para o comprimento útil de 3600 m, o aumento da sua largura e a consolidação e beneficiação do seu piso; a ampliação e remodelação da aerogare, de modo a adaptá-la à operação simultânea de voos internos e internacionais, eliminando, assim, as incómodas improvisações presentes; a instalação, já em curso, de equipamento de aterragem por instrumentos, que permitirá operar com condições deficientes de visibilidade e evitar deste modo grande parte dos actuais cancelamentos de voos; em conclusão, um importante conjunto de obras, orçamentadas em cerca de 300000 contos, que dotará finalmente o Porto e o Norte, de um aeroporto adaptado às necessidades actuais, sem megalomanias nem exageros.
Acrescentando-se ainda as obras de alargamento e substituição do piso da estrada de acesso a Pedras Rubras, acabadas de concluir, e que vieram finalmente fazer desaparecer o que. pela extrema irregularidade do seu piso, mais parecia uma pista de ensaio de resistência de automóveis, temos de concluir, e com muita satisfação o faço, que pode começar para o Norte um período novo, no domínio do transporte aéreo, que, aliás, o próximo início de voos directos para Paris já deixa antever.
Mas neste quadro ridente das importantes e necessárias transformações do Aeroporto persistem ainda algumas deficiências, que, nem por serem aparentemente de menor importância, deixam de causar má impressão e sérios transtornos a quem o utiliza. Para eles peço a atenção do Sr. Ministro das Obras Públicas e Comunicações.
Comecemos pelas ligações telefónicas. A área do Aeroporto é uma das poucas quê nos arredores do Porto ainda são servidas por rede não automática. Se acrescentarmos ainda que os escritórios da TAP em Pedras Rubras são servidos apenas por uma linha, no sector de passageiros, facilmente se imagina as dificuldades em obter ligação telefónica, sobretudo nos períodos próximos da chegada e partida de aviões. Se estiver ainda demorada a construção e equipamento da projectada central automática da Maia. não seria possível ligar o Aeroporto directamente à rede do Porto?
Outra grave deficiência é a dos transportes públicos que servem Pedras Rubras. Dispõe-se actualmente de uma carreira de autocarros, que não é exclusiva do Aeroporto, mas serve também a zona do trajecto, com horários adaptados à chegada e partida normais dos voos regulares. Além do exagerado tempo de viagem entre Pedras Rubras e o Porto, resultante de se servir conjuntamente os passageiros das carreiras aéreas e as populações do percurso, surge ainda o inconveniente da obrigatoriedade de cumprimento de um horário não condicionado rigidamente às linhas aéreas. De modo que, quando há alterações na chegada e partida de aviões, e elas são frequentes, ou aterram em Pedras Rubras aviões não previstos, pela sua utilização como aeroporto alternante, não há ajustamento entre as carreiras de autocarros e o transporte aéreo e isso provoca evidentes dificuldades de escoamento de passageiros.
Quanto a táxis dispõe o Aeroporto de um parque de apenas dois carros de aluguer, retirados ao contingente