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2 DE FEVEREIRO DE 1973 4487

queiro, para efeitos de uma eventual intervenção, me sejam fornecidos os elementos seguintes:

1.° Indicação dos preços médios pagos à lavoura:
a) Em cada um dos anos de 1972 a 1968;
b) No período de 1967 a 1963 e no de 1962 a 1958;

2.° Quais as novas unidades industriais, de cada um daqueles dois grupos, que se espera venham a ser instaladas, para melhor equilíbrio com a crescente florestação em marcha e a incrementar para o futuro.

O Sr. Trigo Pereira: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Cada um dos membros desta Assembleia tem de considerar-se, a si próprio, um homem do seu tempo, e, por assim ser, não pode deixar de intervir e de participar na condução das acções que podem contribuir para uma melhoria das condições de vida da Nação.
Dentro deste contexto, quer queiramos, quer não, comportamo-nos como um elo na cadeia dos factos e das ideias que desde o dealbar das civilizações vai insensivelmente ligando as gerações até ao presente e, depois deste, nos ligarão até ao futuro, por mais distante que o consideremos.
Temos, assim, atrás de nós, e sempre, um conhecimento adquirido e uma experiência vivida que nos serve de apoio e de ânimo para todas as inovações que sonhamos.
Experiência, conhecimentos, culto, moral e símbolos que dignifica perfilhar e seguir e, mais, nos dão ânimo e razão para prosseguir no esforço de o transmitirmos às gerações vindouras, não com a mesma forma exterior, porque essa nos cabe afeiçoar ao tempo em que vivemos, mas preservados religiosamente puros quanto ao cerne da sua essência.
De entre aqueles, algum português poderá negar que hoje e sempre foram aceites como valores fundamentais:

Deus e a Sua Glória;
A Família e o seu relicário de virtudes, e com ela as comunidades locais e profissionais e outras em que legitimamente o indivíduo se integra e a sua personalidade se projecta;
A Pátria, ontem como hoje, plurirracial e pluricontinental;
A justiça social que a todos faça chegar a parte a que cada um tem direito e, com ela, o reconhecimento da propriedade e da livre empresa.
O respeito pela dignidade humana e a necessidade de a defender, quando ameaçada, sem ódios, mas também sem tibiezas;
A fraternidade entre povos e raças diferentes;
O repúdio da violência como processo da resolução de problemas políticos e sociais;
O culto das verdadeiras tradições e dos símbolos maiores em que todos estamos contidos.

Estas, e outras mais, as máximas que presidiram à minha formação e à de muitos outros, num período de estuante força juvenil e aceitação sem reservas das verdades que em si contêm e representam e que hoje, claramente afirmo, em nada foram desmentidas.
Foi através destes princípios que se uniu a maioria, se não mesmo a quase totalidade, de jovens deste país no desejo de estar ao serviço da Nação.
Foi através destes princípios que se uniram homens saudáveis de corpo e alma, conhecendo perfeitamente os deveres, as obrigações e os direitos de ser português.
Foi também através destes princípios que se uniram e ajudaram a formar e deram corpo à Organização Nacional Mocidade Portuguesa, representada por um símbolo perene de pureza e de determinação, que é o da Bandeira da Ala dos Namorados.
Símbolo da pureza das intenções da juventude na defesa da honra da Pátria agredida e violentada como hoje, da honra e da liberdade de uma juventude que continuava e continua a querer ser livre e independente, mas conscientemente portuguesa -estritamente portuguesa -, glorioso quadrado esse, o de Aljubarrota, que nos deu exemplo do querer e de uma determinação que é bem símbolo grande e impoluto que nos cumpre defender e seguir e que diariamente, bendito Deus, vemos repetido em determinação bem portuguesa por essas terras de África.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Quer queiram, quer não queiram, naquela Organização Nacional educou-se e formou-se uma juventude genuinamente portuguesa, de que nos orgulhamos.
Hoje mais do que nunca, olhando à nossa volta, perscrutando o futuro, analisando o presente e os desvarios das doutrinas, das solicitações e dos meios de prostituição, moral e física, usados na perversão da juventude, que alguns desejam se esqueça e repudie as origens e os padrões de avaliação por nós usados, havemos de considerar que felizmente os homens dos anos 30 estavam no bom caminho e, mais ainda, que todo o esforço então despendido tem sido sobejamente compensado.
Srs. Deputados, situações semelhantes àquela que hoje atravessamos já as tivemos nós e as tiveram antes outras pátrias, e por isso vem a propósito lembrar aquele momento em que, numa Assembleia como esta em que se discutia o futuro assente nas realidades do momento e em que todos admitiam que a sociedade e as instituições haviam chegado a um estado de degradação que tornava improvável qualquer recuperação sem o uso da violência, um dos presentes arremessou uma maçã quase totalmente podre para o meio dos seus pares e inquiriu como é que daquele fruto se poderia reconstituir outro sadio, fresco e puro.
Diria que, à semelhança do nosso caso, o ancião, abrindo-o, deu a resposta à sua pergunta retirando as sementes e dizendo que, se elas fossem lançadas à terra e acompanhado e acarinhado o desenvolvimento da árvore que delas havia de nascer, se consiguiriam de novo os frutos pretendidos.
Pois esta será a imagem mais correcta que no momento nos ocorre, ao verificar os cuidados postos pelos responsáveis do actual movimento da Mocidade Portuguesa, que não podemos deixar de apontar como exemplo de abnegação face às vicissitudes e exigências da vida, de sã e reflectida determinação na con-