O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2 DE FEVEREIRO DE 1973 4489

saltam fronteiras e que cada vez mais, com os satélites, será possível haver como que uma internacionalização de certas ideologias, eu creio bem que não é apenas na escola ou nos centros, mas a nível mais elevado, que há que actuar para garantir de facto a inviolabilidade das crenças nacionais.

O interruptor não reviu.

O Orador: - A achega que V. Exa. me deu é perfeitamente pertinente e cabe inteiramente no contexto da minha intervenção. Sem escola, sem família, sem orgânica estatal, dando apoio directo à formação e à organização da juventude -é evidente que nós assistimos também internacionalmente ao mesmo problema-, pergunto, e pergunto aos meus pares: Nós devemos criar uma juventude internacional, contrariando as políticas seguidas em todos os países, ou devemos dar-lhe antes um conhecimento da problemática internacional e uma constituição e formação nitidamente portuguesa? Aliás, não fazemos mais do que aquilo que os outros fazem.
Haja em vista a problemática e a política definida e seguida nos países que vão desde a China de Mao Tsé-Tung e todos ou outros países socialistas até esta ponta da Europa, onde nós vemos imbuir a juventude em princípios que a definem e moldam como juventude com características próprias. Ou acaso será que temos de admitir que uma juventude de um país como a U. R. S. S. não está formada nos princípios que definem o Estado e princípios políticos da sua própria organização?

O Sr. Ricardo Horta: - E de que maneira!

O Orador: - Muito obrigado.
Continuando: Deseja-se, isso sim, é que cada jovem se devote desde novo ao conhecimento dos interesses legítimos da comunidade nacional, dando-lhe a generosidade dos sacrifícios aceites, em prol do bem comum, não por heroísmo, mas como quem pratica dever de solidariedade natural.
Por isso somos e continuaremos a ser pelo desassombro no julgamento das instituições para que, quando forem tidas por ultrapassadas, por inoperantes ou por desnecessárias, sejam pura e simplesmente retiradas da vida pública do País, mas em contrapartida repudiamos que para tal se conseguir ou justificar se vão progressivamente estrangulando, se lhe retirem pouco a pouco os apoios, se lhe subtraia toda a possibilidade de diálogo e se amoleça a vitalidade dos homens que a elas se dedicam, transformando-os em meros profissionais burocratas de coisas.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A juventude quer clareza nos princípios, honestidade nos métodos, doação à causa e um certo grau de sacrifício pessoal e colectivo para se atingirem as metas propostas e acção e participação clara no trilhar dos caminhos do futuro.
Assim sendo, confiamos e cremos em que à novel Mocidade Portuguesa não falte, nem os apoios básicos do Governo que, mais do que se justificam, se impõem, nem tão-pouco o daqueles que se orgulham da juventude e dos exemplos que tem vindo a dar, um pouco por todo o mundo, na defesa da Pátria, que nela tem a certeza de residir a semente que guarda todo o potencial herdado de portuguesismo e férrea determinação de continuar a ser portuguesa.
Sr. Presidente e Srs. Deputados: Por assim pensar, confiamos e cremos que assim será.
Tenho dito.

O orador não reviu. Vozes: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados: vamos passar à

Ordem do dia

Continuação da efectivação do aviso prévio do Sr. Deputado Magalhães Mota sobre os meios de comunicação social e problemática da informação em Portugal.
Tem a palavra o Sr. Deputado Almeida e Sousa.

O Sr. Almeida e Sousa: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Aproveitando o aviso prévio agora em discussão, pode parecer impertinente da minha parte - e, se o for, só tenho a pedir desculpa- que, depois de ter sido vencido nesta Câmara aquando da aprovação da base XII da Lei de Imprensa, insista ainda na ideia que era a minha, e continua a ser, acerca do ensino do jornalismo em Portugal. Fui vencido, mas, tenho de confessar, não fiquei convencido. Passou-se ano e meio sobre essa aprovação, a problemática do ensino em Portugal acelerou-se por forma que ninguém então ousaria adivinhar, e hoje, quando reflicto sobre as ideias que aqui expus e que não lograram a completa aquiescência de VV. Exas., não consigo deixar de pensar serem essas as ideias que mais estarão na linha do sobre-humano esforço que, neste campo, a Nação vem fazendo.
Oito anos de escolaridade obrigatória, se bem cumpridos e bem aproveitados, hão-de por certo modificar inteiramente a mentalidade e as necessidades de cultura deste País. Ao fim de oito anos de escola, se a escola for, em ensino e em educação, o que por certo todos queremos seja, não se poderá dizer apenas que os Portugueses saberão ler. Ao fim de oito anos de escola e de educação, estou certo que há-de haver muitos portugueses que hão-de saber querer, que hão-de saber querer ser do seu tempo e do seu mundo, hão-de saber querer ir mais além. E aqueles que o quiserem, a Nação bem precisa deles. Nunca serão de mais.
Penso que na actual estrutura da vida e do trabalho, o jornal será ainda um dos grandes veículos da cultura e da actualização.

O Sr. Ávila de Azevedo: - Muito bem!

O Orador: - Só a leitura nos poderá fazer pensar e reflectir, formar o espírito crítico que nos é indispensável, fazer o exame de consciência que, dirigido ao que somos, ao que valemos e ao para que servimos, poderá fazer avançar os homens e, consequentemente, a Nação no caminho do progresso e do bem.

O Sr. Ávila de Azevedo: - Muito bem!

O Orador: - Não acredito - desculpem-me se estou errado, ou se é uma maneira egocentrista de ver o mundo que mo faz ver assim -, não acredito que