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14 DE ABRIL DE 1973 5093

entre irmãos, da preversão da juventude, dos gestos de gratuita, de inútil, de satânica destruição."

O Sr. Montalvão Machado: - Ainda há poucos dias tive oportunidade de fazer, desde aqui, um apelo ao Sr. Ministro das Obras Públicas e das Comunicações.
Tratava-se, então, de obter as indispensáveis rectificações a efectuar na estrada de Braga a Bragança, por forma que essa estrada possa efectivamente vir a representar uma via de penetração e de expansão desde o litoral minhoto ao interior transmontano, passando pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês, e servindo, portanto, toda a gama de interesses que estão na base do imprescindível desenvolvimento regional, designadamente no que concerne não apenas ao fluxo de mercadorias e serviços, mas também, primacialmente até, a uma intensa valorização do termalismo e do turismo.
Não podemos nem queremos esquecer, no noroeste de Trás-os-Montes, que o termalismo e o turismo são duas faces, perfeitamente complementares, de uma robusta promessa de desenvolvimento económico, pois dispomos, na região de Chaves, do primeiro conjunto termal do País (Carvalhelhos, Chaves, Vidago e Pedras Salgadas) e ainda do encanto e pureza de vastas serranias {o Geres, o Larouco, as Alturas do Barroso), em cujos sopés estão encastoadas as manchas de água de algumas das maiores albufeiras da metrópole.
Não venho hoje renovar esse apelo ou sequer apresentar novas reclamações.
Hoje venho agradecer - agradecer singelamente em nome das populações do Noroeste de Trás-os-Montes - ao Sr. Ministro das Obras Públicas a próxima construção do Hospital Distrital de Chaves, conforme notícia há poucos dias divulgada pela imprensa diária.
São tantas e tão profundas as necessidades que o novo hospital virá satisfazer, que não valerá a pena discriminá-las uma vez mais, mas tão-somente exprimir, desde aqui, e em nome das sacrificadas populações de cinco concelhos (os de Chaves, Montalegre, Boticas, Vila Pouca de Aguiar e Valpaços), um muito vivo regozijo e uma profunda gratidão.
Vai acabar o desespero de mais de trinta anos, no momento em que se acende, com firmeza, uma luz de esperança.
Sabemos todos neste País o que tem sido a atenção devotada e o esforço persistente do Sr. Ministro das Obras Públicas.
Mas para os Transmontanos essa atenção devotada e esse esforço persistente tem um sentido, um significado todo especial.
Este: o de sabermos que o Sr. Ministro das Obras Públicas, homem de Estado com a lúcida consciência de que o País é um só, e necessariamente solidário, não esquece Trás-os-Montes.
Como também há dias escreveu o distinto jornalista de um matutino de Lisboa, sabemos que o Sr. Ministro das Obras Públicas "possui o carácter e a têmpera do serrano" e, mais, que está vivamente empenhado numa "arrancada decisiva em Trás-os-Montes".
Por isso mesmo, para os Transmontanos, a notícia da próxima construção do Hospital Distrital de Chaves não vale apenas por si mesma - e tanto seria já!
Sabemos que tem, na inteligência clara e na vontade inflexível do ilustre titular das Obras Públicas, um significado bem maior - o de mais um passo, seguro e bem determinado, no caminho que todos queremos ajudar a percorrer, de "uma arrancada decisiva em Trás-os-Montes".

O Sr. Veiga de Macedo: - Muito bem!

O Orador: - Por meu intermédio, aqui estão a prestar o seu inabalável testemunho de confiança as populações reconhecidas e profundamente gratas de mais de metade do distrito de Vila Real.

O Sr. Santos Almeida: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Acaba de chegar ao nosso conhecimento ter sido já confirmada a adjudicação da empreitada de construção da estrada centro-nordeste em Moçambique, obra que, pela sua extraordinária dimensão e interesse no campo económico como no político e até no estratégico, bem merece ser assinalada nesta Câmara. Que mereceria mesmo um destaque bem maior do que aquele que poderá resultar desta nossa intervenção, forçosamente simples, já que não somos francamente muito dados a grandes exteriorizações de alegria e agradecimento.
Usamos, portanto, o nosso modo sóbrio, mas nem por isso menos sentido, de manifestar ao Governo o nosso enorme regozijo por verificarmos terem sido vencidas todas as dificuldades que naturalmente se levantaram para a realização de tão grandiosa obra, cuja enorme importância no progresso de Moçambique achamos até desnecessário enaltecer.
São, Sr. Presidente e Srs. Deputados, cerca de 1000 km de estrada nova, compreendendo mais de 10 km de pontes - entre as quais uma de enorme dimensão sobre o célebre Zambeze -, a acrescentar aos 1240 km construídos nos últimos dois anos e aos cerca de 700 km actualmente em construção, e que representavam já um considerável passo.
É a almejada ligação a Lourenço Marques, por estrada asfaltada, de cidades como Quelimane, Nampula e Porto Amélia, afastadas entre si centenas e centenas de quilómetros. (Lourenço Marques-Porto Amélia quase 2000 km, repara-se.)
São cerca de 1200 000 contos, Sr. Presidente e Srs. Deputados, a investir numa obra de extrema importância económica e que tão bem atesta a nossa confiança inabalável no destino de Moçambique.
É até uma resposta mais àqueles que duvidam ainda dessa nossa confiança - que nunca vacilou, aliás -, e a sua importância política merece o maior realce.
Realmente, quem honestamente se debruce um pouco sobre as grandes realizações que estamos levando a cabo em Moçambique - Cabora Bassa, Massingir e agora a estrada centro-nordeste, para só falarmos nestes três colossais empreendimentos - não poderá deixar de admitir, sem reservas, estar-se realmente seguindo uma política de promoção e desenvolvimento que forçosamente virá a ter fortes reflexos na nossa economia, permitindo que se acelere ainda mais o progresso no campo social e que não deixa lugar a dúvidas quanto à nossa firme decisão de não nos deixarmos abalar pelos vis ataques a que temos estado sujeitos no campo da guerra como no campo diplomático.