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210 I SÉRIE - NÚMERO 8

admitidos na RDP, antena 1, 60 jornalistas, a maioria dos quais da A Tarde, do O Dia e do Tempo, e quase todos com duplos empregos.

Vozes do PCP: - É uma vergonha!

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Não sabe?

O Orador: - Os noticiários de onda curta, os tais dirigidos a emigrantes que são uma das preocupações de V. Ex.ª, do Governo e do «famoso» Secretário de Estado José Vitorino.

Risos da UEDS, do PS e do PCP).

São uma vergonha, quer do ponto de vista do seu conteúdo, como do português que empregam e da própria gramática utilizada no «chorrilho» de palavras proferidas durante os noticiários.
É certo que a onda curta está completamente desprezada, mas os noticiários das ondas curtas, que são fundamentais para o emigrante que houve rádio, são controlados pelo CDS. É completamente vergonhoso, do ponto de vista da deontologia profissional.
As promoções na RDP, por exemplo, obedecem a dois critérios únicos e exclusivos: ser fiel à AD e ter furado algumas das greves que os jornalistas fizeram na rádio portuguesa!

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Aliás, é caso curioso: todos os fura greves na RDP foram sistematicamente promovidos nos últimos anos. É caso para dizer: se o crime não compensa, furar greves, pelos vistos, compensa e muito.

Risos da UEDS. do PS e do PCP.

Na Rádio Comercial, um exemplo apenas: havia um programa da autoria de um jornalista - aliás, insuspeito pela parte da bancada da esquerda democrática-, chamado Fialho de Oliveira que fazia salvo erro, à l da manhã, uma crónica pequenina chamada «O recado». Houve pressões e mais pressões sobre o jornalista e sobre a direcção de informação da Rádio Comercial; o programa acabou há cerca de três semanas ou um mês, suspenso certamente porque a ironia e a mordacidade das criticas de «O recado» não convinham ao Governo, em vésperas de eleições autárquicas.
Na RDP Comercial foram proibidas expressamente as notícias e a cobertura de manifestações e concentrações sobre o caso ANOP. Estão proibidas! Há censura efectiva na RDP! Sobre o caso ANOP, exactamente! Está admirado, mas é assim!

Risos do PCP!

Igualmente sobre o caso RDP. É proibida qualquer cobertura, aquando de qualquer das greves gerais que têm sido decretadas.
No dia 30 de Outubro o chefe de informação da RDP Comercial, fez esta gracinha: há uma revista de imprensa pelas 17 horas e 30 minutos e verificou-se que no dia da extinção do Conselho da Revolução, no dia em que este cessava funções -acto que a UEDS, como é sabido, apoiou foi ele quem intencionalmente fez a revista de imprensa. Ele e outro senhor responsável pela informação da RDP que nunca entram sequer na redacção. Mas nesse dia resolveu fazer a revista de
imprensa. E o que é que disse? Referiu as notícias dadas pelo O Dia, A Tarde, o Diário de Lisboa, e te., e terminou a sua intervenção, a propósito da extinção do Conselho da Revolução, dizendo o seguinte: «Dos mortos não reza a história».
Na RDP Comercial, pretende-se abafar a informação, encurtar os seus tempos, impedir a sua coordenação, fazendo «tábua rasa» do conselho de redacção. Não há carros, gravadores, estúdios ou máquinas de escrever. Não há, sobretudo, espaço na grelha de programas para produzir mais e melhor informação.
Na antena l, com a excepção referida, o controle dos serventuários dóceis da AD e do Ministro Rebelo de Sousa; na RDP Comercial, a absoluta falta de meios e de espaço para produzir informação digna desse nome.
Sr. Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro com o pelouro da Comunicação Social: neste debate (que já vai longo) tenho-me preocupado porque sendo já duas as interpelações recentes em que participo directamente -uma, ao Ministro Angelo Correia e agora esta - pergunto o que é que há de comum entre as duas interpelações e entre os dois respondentes aos interpelantes. Fui pensando, pensando e cheguei à conclusão: já sei porque é que o Sr. Angelo Correia é Ministro da Administração Interna, é porque V. Ex.ª, Dr. José Alfaia, é Secretário de Estado Adjunto para a Comunicação Social!

Risos e aplausos da UEDS, do PS, do PCP, da ASDI e da UDP.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado César de Oliveira, de acordo com o seu pedido à Mesa esta não o interrompeu, mas devo dizer-lhe que V. Ex.ª gastou 2 minutos da intervenção final do seu partido.
Para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado César Oliveira, tem a palavra o Sr. Deputado Silva Marques.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr. Deputado César de Oliveira, não vou fazer uma observação geral à diatribe (no bom sentido da palavra) ou ao libelo (para elevar a linguagem) que V. Ex.ª acabou de proferir. Mas calma, porque se V. Ex.ª pretende utilizar - o que é legítimo - o estilo satírico, cuidado porque pode estar a sátira a cair-lhe em cima.
Queria pura e simplesmente informá-lo -uma vez que foi tão exigente relativamente aos erros ou às dificuldades do português de certos jornalistas- de que V. Ex.ª também pode dizer blagues.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado César de Oliveira, se quiser responder, tem a palavra.

O Sr. César de Oliveira (UEDS): - Esta deve ter sido uma das tais intervenções de fundo que a RTP há bocadinho comunicou que a AD fazia!

Risos e aplausos da UEDS, do PS, do PCP e da ASDI.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Silva Marques, nós estamos na fase das figuras regimentais...

O Sr. Silva Marques (PSD): - É para um protesto.

O Sr. Presidente: - Então, faça favor.