O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

1042 I SÉRIE-NÚMERO 30

zado no dia 20 do mês de Dezembro findo, acerca da agressão de que foi vítima, em Vizela, o jornalista Afonso Barata Camões.
Da Ordem dos Médicos, com sede em Lisboa, enviando a cópia de um comunicado emanado do Conselho Nacional Executivo da Ordem e que foi distribuído à imprensa.
Do SITAVA - Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos, com sede em Lisboa, remetendo cópia da moção aprovada na assembleia de delegados sindicais, que se realizou no passado dia 16 de Dezembro.
Da direcção da Rede dos Emissores Portugueses, com sede em Lisboa, tecendo considerações acerca do que considera comportamento incorrecto da direcção dos serviços de radio-comunicações, pedindo advertência para a mesma direcção.

Telegrama

Da CHINGUAR - Sociedade Agro-Pecuária, Lda., da Baixa da Banheira, solicitando intervenção no sentido de poder ser resolvido um processo relacionado com vendas de gado à Junta Nacional de Produtos Pecuários.

«Telexes»

Da comissão de trabalhadores da Fábrica-Escola Irmãos Stephens, E.P., da Marinha Grande, dando conta da situação caótica em que se encontra e a falta de apoio que se verifica com a possível e desejável recuperação da empresa.
Do plenário de trabalhadores da CIFA, em Valongo, exigindo que sejam tomadas urgentes medidas que impeçam o desemprego a mais de 1700 trabalhadores.
Da delegação da ilha do Faial do Sindicato dos Professores, exigindo, de harmonia com a deliberação tomada no plenário realizado no passado dia 15 de Dezembro, que sejam concedidas verbas mais vultosas destinadas ao ensino infantil e especial.

O Sr. Secretário (Reinaldo Gomes): - Foram apresentados na Mesa, na última reunião plenária, os seguintes requerimentos: ao Ministério do Trabalho, formulado pelos Srs. Deputados Maia Nunes de Almeida e Carlos Espadinha; ao Ministério dos Assuntos Sociais, formulado pelo Sr. Deputado Fernando Verdasca; a diversos ministérios (6), formulados pelo Sr. Deputado Magalhães Mota.
O Governo respondeu a requerimentos apresentados pelos seguintes Srs. Deputados: Magalhães Mota, nas sessões de 25 e 29 de Maio, 28 Outubro e 3 de Novembro; Fernando Reis Luís, na sessão de 1 de Junho; Gomes Fernandes, António Vitorino e Jorge Miranda, na sessão de 2 de Junho; Teresa Ambrósio, na sessão de 6 de Julho; Gomes Fernandes, na sessão de 8 de Julho; Mário Lopes, na sessão de 30 de Julho; António Reis, na sessão de 12 de Agosto; Fleming d'Oliveira, na sessão de 19 de Outubro; António Taborda, na sessão de 9 de Novembro; Armando Lopes, na sessão de 29 de Dezembro.

O Sr. Presidente: - Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Mário Tomé.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Enquanto toda a oposição reclama eleições gerais antecipadas, enquanto a opinião pública se
pronuncia pela necessidade de eleições gerais antecipadas, o general Ramalho Eanes assiste impávido e sereno à demissão de Balsemão, à demissão de Freitas do Amaral, ao estoirar dos conflitos internos no seio da AD, às fugas de ratos e ratazanas, e, até agora, a sua única preocupação foi a de garantir condições que permitissem à ÁD remendar minimamente os buracos, maquilhar-se à pressa, alisar as saias amarrotadas e passar as mãos pelos cabelos em desalinho, na tentativa de se apresentar ao público como capaz de corresponder à «patriótica» exigência do Presidente: formar um governo sólido.
Que quererá dizer, na linguagem de Eanes, um governo sólido? Que quererá dizer na linguagem do homem que não mexeu um dedo para demitir um governo estigmatizado pelo ódio dos trabalhadores, apesar de estes terem, ingenuamente, entregue nas suas mãos aquilo que só eles poderiam e deveriam fazer?
Que significará um governo sólido na «cifra» presidencial, quando, perante as demissões, os encontrões, os disparates, as trocas de tintas, os ditos por não ditos, os atentados públicos dos responsáveis da AD, se permite e incentiva a recomposição, ainda que titubeante e efémera, da coligação moribunda?
Que será um governo sólido para a nossa Pitonisa de Belém, que janta com os operários da Quimigal (e os operários aceitaram esse convidado!!!) - enquanto um governo desacreditado, desprezado e demitido atira sobre as costas dos trabalhadores e do povo em geral aumentos desmesurados e incomportáveis que irão, por sua vez, provocar novos e mais gravosos aumentos em cadeia de bens de primeira necessidade - e não assume a dignidade institucional de dissolver a Assembleia, pôr com dono os resíduos letais do ex-governo AD, impossibilitando-o de mais actos lesivos dos interesses dos trabalhadores e do povo em geral?
Não será difícil perceber que tipo de governo é o governo sólido do Presidente da República. Basta termos em atenção os encómios que toda a direita teceu à sua intervenção na passagem do ano: «legenda de sobriedade, perene arauto do diálogo e da conciliação», no dizer do jornal fascista primário O Dia.
Ou seja, a direita rejubila porque o Presidente apontou para que fossem os portugueses a pagar a crise!, porque permitiu que o Governo extinto decidisse, como de costume, que esses portugueses pagassem ainda mais no dealbar do novo ano e segundo os critérios de «justa repartição», que são os aumentos iguais para todos e salários à percentagem, critérios esses que estão de acordo com a «austeridade social justamente repartida» que parece ser a chave do programa do Prof. Vítor Crespo, que assumiu como suas as indicações de Ferras da Costa, da CIP.
O governo sólido é, pois, o governo que a direita precisa, o governo que a CIP impõe. É, assim, o Presidente da República, que jantou com os operários, a assumir como suas as exigências da CIP!!
O governo Vítor Crespo, a formar-se, será de facto o Governo que vai executar o programa da CIP exposto, com a clareza já característica, pelo seu presidente, que deve ser doutor!...: acabar com as «greves políticas», ou seja, só vai haver greve quando convier ao patronato ou este não vir grandes inconvenientes; aplicação do pacote laborai reaccionário, por forma a permitir os despedimentos a granel e a bel-prazer dos patrões e a institucionalização do aumento dos ritmos exaustivos e da repressão nas empresas; pagamento das indemnizações aos monopolistas espoliadores e aos ladrões primários,