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1352 I SÉRIE-NÚMERO 39

À desagregação da AD, o presidente Eanes dizia: «arranjem um governo sólido que eu permitirei que vocês continuem»!
Ao contrário do que os trabalhadores do nosso país exigiam - a dissolução, o mais cedo possível, da Assembleia e o fim da AD e da sua política antipopular -, o general Eanes tentou dar a mão à AD para que a AD pudesse criar um «governo sólido», isto é, um governo com a capacidade repressiva para levar a cabo toda a política antipopular que hoje está por detrás do desmantelamento da CTM, da SETENAVE, da LISNAVE e de toda a política de despedimentos e de aumento de preços. E os senhores nem isso souberam aproveitar!...
É por isso, Sr. Deputado, que a sua lamúria e o seu queixume não têm qualquer razão de ser.
É que o general Eanes fez tudo - foi mesmo o homem que neste país mais fez - para que a AD sobrevivesse e se sustentasse. O general Eanes foi o maior suporte da AD; o general Eanes foi o homem que, com a AD a estrebuchar em total dissolução, ainda vos disse: arranjem um governo sólido, têm elementos para isso; o Ângelo Correia até já arranjou um grupo de operações especiais, vestido a preceito,...

O Sr. Mário Lopes (PSD): - O Ângelo Correia, não! O Sr. Ministro Ângelo Correia!

O Orador: - ... e vocês têm todas as possibilidades de levar por diante a salvação do País, não deixando os créditos por mãos alheias, ou seja, fazendo a vontade da CIP do Sr. Ferraz da Costa, da CCP e da CAP!
Foi isso o que os senhores nem sequer foram capazes de fazer, o presidente viu-o!
O Dr. Freitas do Amaral, afastando-se da total irresponsabilidade da vossa política, afastou-se da bacanal política para ficar como reserva, a reserva que ele pensa que poderá assumir-se em defesa dos interesses da direita mais reaccionária que os senhores quiseram assumir, mas que não foram capazes.
Os trabalhadores, no entanto, lá estarão; eles têm lutado e estão dispostos a continuar a lutar, não só para impedir que o próximo governo de gestão seja formado pela AD, mas também para impedir qualquer solução de compromisso com os interesses reaccionários da CIP, da CAP e da CCP e para impedir que o Prof. Freitas do Amaral possa aparecer alguma vez - ou ele ou alguém como ele - com o intuito de impor aqui um regime ainda mais reaccionário do que aquele que os senhores quiseram implantar.

O Sr. Mário Lopes (PSD): - Mas afinal, quais eram as perguntas que queria fazer?!

O Sr. Presidente: - Também para um pedido de esclarecimento...

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr. Presidente, apenas queria acrescentar uma coisa, para terminar.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado já excedeu o seu tempo. Aliás, ia já sentar-se, pelo que suponho que terminou a sua exposição.
Tem a palavra o Sr. Deputado Veiga de Oliveira.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Prescindo, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem então a palavra o Sr. Deputado Magalhães Mota.

O Sr. Magalhães Mota (ASDI): - Sr. Deputado Martins Canaverde, referiu-se o Sr. Deputado à problemática económica que não foi considerada aquando da decisão da dissolução da Assembleia da República.
O meu primeiro pedido de esclarecimento é exactamente no sentido de saber se a problemática económica se agravou muito ou se se modificou substancialmente desde o pedido de demissão do Primeiro-Ministro até à data da dissolução da Assembleia da República e quais foram os vectores que influenciaram essa deterioração da situação económica.
Em segundo lugar, quando o Sr. Deputado Martins Canaverde fala nos circunstanciais dirigentes dos partidos políticos -e, na realidade, os partidos ultrapassam esses circunstanciais dirigentes -, creio que não estava a pensar no ex-presidente do seu próprio partido.
Em todo o caso, gostaria de lhe pedir que confrontasse a sua própria opinião, tal como ela resultou da sua exposição, com a posição que sobre a AD e o seu futuro foi expressa pelo Dr. Freitas do Amaral.
Em terceiro lugar, o Sr. Deputado Martins Canaverde criticou a hipótese que chamou de dissolução a prazo da Assembleia da República. Gostaria de lhe pedir que recordasse à Câmara a posição tomada pelo seu partido aquando da dissolução da Assembleia da República efectivada em 1979 nas mesmas e precisas circunstâncias.
Por último, uma vez que se tratou de uma declaração política feita em nome do CDS e tendo nós ouvido aqui na terça-feira passada uma declaração política feita em nome do PSD em que concepções diferentes sobre o futuro da Aliança Democrática pareceram ter vindo ao de cima, gostaria que o Sr. Deputado esclarecesse a Assembleia sobre o pensamento do CDS em relação a essa posição do PSD, recentemente reforçada pelas questões postas ao seu próprio partido pelo presidente do PSD.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Sousa Tavares.

O Sr. Sonsa Tavares (PSD): - Sr. Deputado Martins Canaverde, gostava que me esclarecesse quanto ao sentido de uma frase que, de certa maneira, pode ser equívoca; trata-se da sua afirmação de que certos partidos estarão a rever as suas ideologias.
Gostaria de saber se o Sr. Deputado, ao considerar que o seu partido teve uma aliança eleitoral e de governo com um outro partido, entende que comprometeu esse partido eternamente, ou se, pelo contrário, esse partido conservou a sua liberdade de rever os seus gestos e atitudes políticas e, provavelmente, de reencontrar a sua verdadeira ideologia.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado António Vitorino.

O Sr. António Vitorino (UEDS): - Sr. Deputado Martins Canaverde, embora a sua intervenção tivesse um interlocutor pressuposto, que até esteve ausente - o Sr. Deputado Fernando Condesso -, ela, no fundo, resume-se, pela sua falta de convicção e pelo tom fúnebre