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28 DE JANEIRO DE 1983 1355

Foi isto que eu quis dizer nas minhas perguntas e que o Sr. Deputado não respondeu.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Martins Canaverde deseja contraprotestar?

O Sr. Martins Canaverde (CDS): - Sim, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Martins Canaverde (CDS): - Sr. Deputado Sousa Tavares, há aqui um equívoco, eu não me estava a referir ao Partido Social-Democrata.

Risos.

O Sr. Sousa Tavares (PSD): - Então, era ao PS!

O Sr. Presidente: - Tem agora a palavra, para formular um protesto, o Sr. Deputado António Vitorino.

O Sr. António Vitorino (UEDS): - Sr. Deputado Martins Canaverde, a comparação que V. Ex.ª entendeu dever fazer com a defunta FRS revela verdadeiramente o espírito mórbido que perpassa por essas bancadas.

Risos.

A FRS está morta, não vale a pena ressuscitá-la, o que estamos aqui a constatar é apenas o óbito da Aliança Democrática, por muito lhe custe reconhecer isso.
Sempre esperei, apesar de tudo, Sr. Deputado Martins Canaverde, que a resposta que me fosse dar fosse a resposta que o Sr. Prof. Freitas do Amaral deu, na sua carta de demissão, à mesmíssima pergunta que eu lhe fiz: o que é que sufocou a Aliança Democrática?
O Sr. Prof. Freitas do Amaral explicou ao País que o que sufocou a Aliança Democrática foi a liderança desastrosa do Dr. Pinto Balsemão, foi a proposta inábil e inaceitável do «governo Vítor Crespo», foi o próprio atoleiro governativo que caracterizou toda a prática da Aliança Democrática nestes 2 últimos anos. O mínimo que se podia exigir, Sr. Deputado Martins Canaverde, era que fosse coerente com o ex-presidente do seu partido. Mudam-se os tempos, mudam-se os homens, e parece que, pelos vistos, por aí também se mudam das vontades!

Vozes da UEDS e do PS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, se assim o desejar, o Sr. Deputado Martins Canaverde, para contraprotestar.

O Sr. Martins Canaverde (CDS): - O Sr. Deputado António Vitorino, cujo brilho muito aprecio, começou por ser paradoxal. Afinal de contas, se o senhor diz que está aí para passar a certidão de óbito à AD, tem mais vocação para cangalheiro do que eu,...

Risos.

...que não passei nenhuma certidão de óbito à Frente Republicana e Socialista. Palavra que pensava que o Sr. Deputado, sempre com boa disposição, não tinha nada a ver com ar normalmente carrancudo dos cangalheiros e não o identificava, de maneira nenhuma, com

Uma voz do CDS: - Embrulha!

O Orador: - Quanto à opinião do Prof. Freitas do Amaral, devo dizer-lhe o seguinte: nós, no CDS, respeitamos a opinião dos nossos líderes, simplesmente não somos ecos que passamos a vida a repetir o que os nossos dirigentes, ou ex-dirigentes, dizem. Ele disse o que disse acerca da Aliança Democrática; nós temos cabeça para pensar e livre e democraticamente exprimimos aquilo que pensamos. O Sr. Deputado não tem nada que ficar surpreendido pelo facto de não me ter limitado a dizer o que o Prof. Freitas do Amaral já disse, até porque isso seria uma repetição do que V. Ex.ª tão bem conhece e seria, do seu ponto de vista, desnecessária. Ora nós não estamos aqui para praticar actos inúteis!

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Igualmente para protestar, tem a palavra o Sr. Deputado Mário Tomé.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr. Presidente, o meu protesto não terá regimentalmente muita razão de ser...

Risos.
O Sr. Silva Marques (PSD): - Então, não o faça!

O Sr. Presidente: - Então, não lhe posso dar a palavra!

O Orador: - Nenhum deputado é obrigado a responder e, por isso, o Sr. Deputado Martins Canaverde não tinha de responder às questões que lhe coloquei de uma fornia um pouco genérica. De qualquer forma, compreendo isso porque o Sr. Deputado e o CDS - aliás, como os outros partidos da AD -, não querem passar por mal agradecidos e para responder às questões que lhe coloquei teria de reconhecer que estão a ser mal agradecidos em relação ao tempo que vos foi concedido pelo general Eanes para tentarem reconstituir a AD. Tudo isto apesar de os trabalhadores exigirem a vossa saída do poder, na medida em que a degradação das condições da vida social e económica começou no primeiro dia da vossa governação!
Finalmente, aproveito para lhe perguntar o seguinte: aquilo que o Sr. Deputado Martins Canaverde considerou ser o grande papel dos partidos irmãos do CDS, da democracia-cristã, por esse mundo fora na recomposição, reconstrução e fortificação dos países tem a ver (é evidente que não me vai responder) com o papel da democracia-cristã no Chile, de Salvador Allende, e em no El Salvador, de Napoleon Duarte?

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Martins Canaverde, se assim o entender, para contraprotestar.

O Sr. Martins Canaverde (CDS): - Sr. Deputado Mário Tomé, por lapso não respondi às suas perguntas, no entanto, na sua primeira intervenção atacou mais, isto na minha óptica, o Sr. Presidente da República do que eu próprio e não era disso que se tratava na minha declaração política.
Nós estamos interessados, já que o Sr. Presidente anunciou a dissolução, que ela se faça rapidamente para