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1880 I SÉRIE - NÚMERO 54

no Plano de Desenvolvimento Regional? Poderiam socorrer-se também aí das experiências dos outros países europeus que V. Ex.ª aqui mencionou na sua intervenção.
Teria sido a pressa de enviar para Bruxelas o Plano de Desenvolvimento Regional que impediu isso? É que, até dia 31 de Março, ainda havia muito tempo disponível.
Na verdade, o Sr. Ministro Valente de Oliveira não foi a correr para Bruxelas para ser o primeiro, mas para fugir à Assembleia da República.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Muito bem!

O Orador: - Se assim não é, penso que ainda estaremos a tempo, se tivessem vontade política, de pedir de volta o Plano de Desenvolvimento Regional, que está em Bruxelas, a fim de VV. Ex.ªs, porque ainda faltam dez dias e porque os estudos já estão prontos, incluírem o Plano de Regularização do Vale do Tejo.

O Sr. Presidente: - Peço-lhe o favor de concluir, Sr. Deputado, uma vez que já ultrapassou dois minutos.

O Orador: - Isto porque o Governo teve a possibilidade de incluir projectos seleccionados em dois, três e até, em alguns casos, em apenas um dia. Agora, têm dez dias para incluir, se quiserem, o Plano de Regularização do Vale do Tejo.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Hermínio Martinho, a quem peço o favor de não ultrapassar os dois minutos de que dispõe.

O Sr. Hermínio Martinho (PRD): - Sr. Presidente, vou tentar não ultrapassar os dois minutos de que disponho.
Sr. Deputado Soares Costa, não posso deixar de intervir porque quero não só associar-me à iniciativa do Sr. Deputado em relação a uma questão da maior importância para o Ribatejo e para a economia nacional em termos agrícolas como ao mesmo tempo, manifestar aqui hoje, uma vez mais, a minha mágoa e a minha tristeza pelos sucessivos esquecimentos, não só por parte do Governo do PSD como por parte de todos os governos que até hoje estiveram no poder, em relação a esta questão.
O Plano de Regularização do Vale do Tejo é da maior importância. O Vale do Tejo é aquela zona em que a agricultura nacional consegue atingir níveis de produção idênticos aos dos países mais avançados do mundo, e não só da Europa, em termos agrícolas.
Existem, no Ribatejo, mais de três dezenas de milhar de hectares de terreno subaproveitados ou desaproveitados por falta de um plano de regularização e, até hoje - sublinho-o -, governo algum teve a coragem ou até a capacidade de apresentar um plano como aquele que agora temos.
Quero, por isso mesmo, felicitar a família Mendes Godinho, cujo dinamismo e capacidade todo o Ribatejo e o País conhecem, e, em especial, o Dr. João Mendes Godinho, obreiro de mais esta grande iniciativa que permite, penso eu, até pelos estudos que já fez, dar um sinal e um «pontapé» de arranque a esta questão da maior importância.
Com o projecto de navegabilidade o rio Tejo pode avançar-se com a questão da regularização do regadio em si mesmo, da drenagem - que tem maiores problemas que o próprio regadio - e até com o aproveitamento hidroeléctrico integral do Tejo, dado que, segundo suponho, as duas barragens previstas no Almourol e na Foz do Alviela permitirão produzir o dobro da energia que se produz hoje em dia na barragem do Castelo de Bode.
A terminar, dada a importância e até a unanimidade verificada nesta Câmara à volta desta questão, pergunto ao Sr. Deputado Soares Costa - e não vou abordar a questão levantada pelo meu colega de bancada Carlos Lilaia, questão da maior importância - o que é que é possível esperar do Governo ou até do Grupo Parlamentar do PSD para que esta questão decisiva não pare definitivamente, servindo o Ribatejo como ele merece e o País precisa.

O Sr. Presidente: - Para responde, se o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado Soares Costa.

O Sr. Soares Costa (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: A hora vai muito adiantada e embora o Sr. Presidente esteja certamente com problemas de tempo, teve a bondade e a gentileza de permitir que estes pedidos de esclarecimento fossem hoje solicitados e a resposta igualmente dada.
Se os Srs. Deputados não me levarem a mal e porque a questão suscitou algum consenso, permitir-me-ei responder a todos de uma forma global e começarei por dizer que, na realidade, estou satisfeito por ter trazido aqui esta questão e verificado que, embora com tom diverso - o que, naturalmente, também é normal em algumas bancadas da Oposição -, tenhamos assistido a algum consenso em volta de uma questão, parece, todos consideramos importante para o País, porque é, efectivamente, uma questão de interesse nacional. Foi, sobretudo, nesse quadro que me permiti trazê-la hoje aqui, pela forma e pelas vertentes do projecto que quis tocar.
Não estranho que alguns Srs. Deputados da Oposição tenham aproveitado a oportunidade para darem uma tónica ou uma vertente que não é, certamente, aquela que eu quis pôr na minha intervenção.
Desculpar-me-á o Sr. Deputado Gameiro dos Santos mas não posso aceitar que o facto de eu trazer aqui, ao Plenário da Assembleia, uma questão tão importante para o País e para a região do Vale do Tejo leve V. Ex.ª a interpretá-la como eu tendo feito uma crítica seja a quem for e muito menos, obviamente, ao Governo. Não é disso, Sr. Deputado, que se trata. Julgo que aquilo que disse da Tribuna não pode deixar dúvidas a ninguém sobre essa matéria.
Srs. Deputados, trazer este projecto à Assembleia - e isso é que julgo que é importante relevar - não foi vir aqui, uma vez mais, falar de assuntos que, em outras oportunidades e noutros locais, têm sido abordados sobre o problema do Vale do Tejo mas, sim, trazê-lo numa nova vertente e numa nova dimensão. Não sei se repararam mas a principal mensagem que eu aqui quis deixar estava, afinal, consubstanciada numa frase que referi e que é a seguinte: «É hoje possível levar produtos portugueses de Lisboa ou da Figueira a Barcelona ou a Roderdão, mas não é possível levar produtos portugueses de Vila Velha de Rodão