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4890 I SÉRIE - NÚMERO 100

e o mercado neg-lhos. A outros prometeu ganhar e nunca lhes disse o que era esse desafio. A todos prometeu riqueza fácil e agora oferece sacrifícios. A todos ainda há comemorações históricas e nacionalistas na esperança de que esse fátuo lustro sirva de alma para um Governo que a não tem.
Quando vai Cavaco Silva explicar ao povo que afinal se pode enriquecer depressa e facilmente? Quando lhe vai dizer que é preciso estudo trabalho e investimento? Quando lhe vai anunciar as escolhas que fez? Deixará Cavaco Silva o País inteiro á beira da ruptura?

O Sr. Presidente:- Sr. Deputado António Barreto como pode verificar pelo quadro á sua frente o tempo que já está a ultrapassar é já bastante. Embora esse tempo seja descontado no tempo global do PS agradecia-lhe que resumisse as considerações e terminasse a sua intervenção.

O Orador:- Sr. Presidente, queira desculpar. Faltam apenas poucas linhas.
O Governo Cavaco Silva parece um Governo do fim do fontismo do declínio da regeneração. Como já disse administra o subdesenvolvimento não prepara o desenvolvimento. E podem crer que esta situação é preocupante. Pense-se no preço a pagar pelas escolhas adiadas pelas opções não tomadas. Pense-se no preço que este pobre país terá de pagar porque um Primeiro-Ministro se enganou nos rumos de inflação e se enganou nos rumos de défice público se enganou nos prazos em que disse ser possível. Portugal ficar a par da Europa não teve querelas úteis mas teve sarilhos inúteis, confundiu teimosia, com firmeza e não percebeu que par enriquecer um povo tem de trabalhar, poupar e investir! Este Governo já não vale esse preço!

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente:- Tem a palavra para pedir esclarecimentos o Sr. Deputado Duarte Lima.

O Sr. Duarte Lima(PSD):- Sr. Deputado António Barreto ouvi com muita atenção a intervenção de V. Ex.ª, relativamente á qual começo por salientar uma diferença de registo. Sendo ela como não podia deixar de se esperar da sua parte uma intervenção critica e de oposição ao Governo é contudo uma intervenção num registo diferente daquilo que é habitual no seu partido. V. Ex.ª demarca-se da actuação do Governo mas não deixa de reconhecer em alguns pontos a actuação positiva que tem tido em determinadas áreas atitude que habitualmente o seu partido e a sua bancada não tem. Não quero portanto deixar de cumprimentar a seriedade intelectual de V. Ex.ª.
Desejava também colocar-lhe Sr. Deputado, muito rapidamente algumas questões.
Em primeiro lugar, penso que V. Ex.ª exagerou em algumas das afirmações que fez. O St. Primeiro-Ministro nunca disse que ia ser fácil todos enriquecem. V. Ex.ª não pode afirmar que alguma vez o Sr. Primeiro-Ministro ou o PSD o tenham dito.
Por outro lado relativamente ao excesso de expectativas que referiu e que realmente houve lembro-lhe Sr. Deputado que elas também não foram fomentadas pelo Governo.
Houve na verdade um excesso de expectativas em Portugal mas elas resultaram da comparação que se fez entre o fracasso governativo do passado antes de 1985 e a gestão bem sucedida do primeiro governo minoritário do Professor Cavaco Silva.
estamos neste momento, numa fase de desinflação de expectativas mas estas não foram fomentadas propositadamente pelo Governo como V. Ex.ª também sabe.
Falou ainda em conflitualidade de uma maneira que não tem nada a ver com a realidade. Existe conflitualidade social em Portugal. Claro que sim. Mas Sr. Deputado António Barreto o que é a conflitualidade social em Portugal comparada com a que existe noutras democracias mais sólidas na Europa como em Inglaterra em França e até mesmo aqui ao lado em Espanha?
A conflitualidade que existe no nosso país é uma conflitualidade que consideramos positiva. Uma sociedade aberta uma sociedade democrática tem de ter níveis de conflitualidade. O que é preciso é entender que a conflitualidade tem de ser geradora de sínteses criadoras. Ora isso, tem acontecido em Portugal. Tem havido conflitualidade das forças sociais em relação ao Governo mas em termos finais tem havido sínteses criadoras acordos que se tem saldado de uma forma positiva.
O Sr. Deputado falou também nas privatizações mas se nessa área o Sr. Primeiro-Ministro pode ser acusado de alguma coisa é de ter sido moderado em relação ao discurso que fez sobre as privatizações de nunca ter apresentado as privatizações e o seu partido nesse aspecto - não digo que seja essa a sua posição individual pois sei que sempre teve uma posição demarcada em relação aos sectores dominantes do seu partido - como força política foi uma força de travagem.
Outra forças políticas houve em Portugal em queriam fazer a privatização de uma forma perfeitamente acelerada e impossível.
Por isso mesmo a primeira solução legal aqui consagrada foi necessariamente uma solução de compromisso. Aquilo que o Sr. Primeiro-Ministro diz é real. O Sr. Deputado sabe que neste momento não há liquidez no nosso país para se fazer um programa ultra acelerado de privatizações. O que é que o Sr. Primeiro-Ministro diz é que é preciso fazer as privatizações com a prudência que a liquidez nacional exige de modo que a poupança nacional possa acorrer neste momento ás privatizações para que as empresas públicas não caiam nas mãos de grupos estrangeiros dominantes. Penso que V. Ex.ª não está a defender que em Portugal haja grupos estrangeiros dominantes a tomarem conta da maior parte das empresas que sejam privatizadas.
Há menos economia paralela em Portugal. Há e V. Ex.ª reconheceu-o. Mas faço-lhe também algumas perguntas há menos desemprego em Portugal. Sr. Deputado António Barreto? Terá de responder que há. -Há menos salários em atraso em Portugal? Claro que