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4892 I SÉRIE - NÚMERO 100

que é que vai ser privatizado depois a seguir? É não se diga que não há liquidez já que as privatizações parcelares e modestas que foram feitas falhas de êxito. Aliás o Professor Alfredo de Sousa ainda ontem dizia que há liquidez no mercado para privatizar dezanove Tottas e Açores num ano. Isto para responder ao Sr. Deputado Duarte Lima.
Sr. Deputado António Barreto penso que tudo isto são pontos importantes e que ressaltam de certa forma da sua intervenção. No entanto há aqui uma questão que gostaria que V. Ex.ª me esclarecesse. Quando V. Ex.ª faz esta crítica a privatização significa isso que o PS se hoje ou amanhã vier a ser Governo vai fazer de uma maneira diferente? Será que o PS está a ler a cartilha da social democracia avançada europeia em que o problema da privatização já não é tabu em que privatizar a economia já não significa violar princípios fundamentais do dogma socialista em que o socialismo e estatismo são coisas completamente diferentes em que os primeiros ministros social democratas se movem quase tão á vontade como os primeiros ministros democratas cristãos ou liberais no tratamento dessas questões? Ou seja pergunto a V. Ex.ªs se o programa do PS se a intenção do PS é ir mais além se a sua crítica e porque não se foi tão longe quanto se deveria ter ido ou se efectivamente a sua crítica contem predominadamente outros aspectos.
É um ponto que para o CDS é importante conhecer porque se for assim então a nossa zona de consenso na crítica ao PSD obviamente que se alarga consideravelmente.

Aplausos do CDS.

O Sr. Presidente: - Antes de dar a palavra ao Sr. Deputado António Barreto para responder se assim o desejar informo que os Srs. Deputados de que estão abertas as umas na sala D. Maria para a eleição do Conselho Superior da Magistratura. Existe uma única lista proposta pelos Grupos Parlamentares do PSD do PS do PCP e do CDS. Nessa lista existem três quadrados para assinalar o voto que os Srs. Deputados desejariam e qualquer outro sinal no boletim levará a ser considerado como nulo o voto.
Estas eleições terão lugar até cerca das 18 horas e 30 minutos.
Tem a palavra o Sr. Deputado António Guterres.

O Sr. António Guterres (PS):- Sr. Presidente, é apenas para dizer-lhe que se bem me lembro o consenso da conferência de líderes era que o prazo fosse até ás 19 horas. Foi nesse sentido que informei o meu grupo parlamentar e penso que seria desagradável que alguns Srs. Deputados viessem e não pudessem já votar.

O Sr. Presidente:- Srs. Deputados, como a Mesa também não tinha a certeza da hora disse que a eleição se realizaria até cerca das 128 horas e 30 minutos, o que dá sempre margem par um pouco, mais ou um pouco menos.
Estamos todos de acordo.
O importante é que os Srs. Deputados logo que possível comecem a exercer o seu direito de voto.
Para responder tem a palavra o Sr. Deputado António Barreto.

O Sr. António Barreto(PS):- O Sr. Deputado Duarte Lima dirigiu-me diversos piropos mas não me recompensou com a qualidade que reconheceu em mim que foi a de fazer por um lado uma crítica global profunda ao Governo mas ter reconhecido que havia alguns aspectos positivos. Talvez no meu partido há mais liberdade do que no seu a verdade é que desse lado não há mais liberdade do que eu a verdade é que desse lado não há meio de o Sr. Deputado Duarte Lima reconhecer críticas ao Governo. É um sistemático acenar de cabeças e desse grupo parlamentar nunca há de facto a minha crítica.
O Sr. Deputado não pode louvar a minha liberdade sem tentar fazer igual e sem tentar dar também o exemplo ao seu grupo parlamentar da mesma liberdade.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Deste lado só há um registo.

O Orador:- Não creio que haja diferença de registo. Não é a primeira vez - comigo próprio e com outros camaradas meus já aconteceu vária vezes- que socialistas tiveram de reconhecer que o facto A, B, ou C foi bem feito ou foi mais ou menos ou foi no sentido positivo. Não é de todo a primeira vez! O que aborrece o Sr. Deputado é que há cada vez mais factos negativos e que sobretudo estes começam a tomar o corpo de uma filosofia global e de um impasse global em que o Primeiro-Ministro e o Governo se encontram actualmente.
O Sr. Deputado diz que o Primeiro-Ministro nunca disse aos portugueses que era fácil. Foi essencial Sr. Deputado vamos olhar para estas coisas não como actores que estão dentro e que estão muito envolvidos nisto tudo mas como se fosse uma sociedade sobre a qual nós pudéssemos ter alguma capacidade analítica. O essencial do que o Primeiro-Ministro disse á população portuguesa e ao eleitorado que votou nele em 1987, foi o que era possível desenvolver e enriquecer que nas metas 1990, 1995, 1998, em relação á Europa ficaríamos iguais a todos que era fácil enriquecer depressa que no essencial bastava votar, nele para dar uma maioria e estabilidade ao país e que com isso tudo se resolvia e que o mercado resolva os problemas.
O que estou a discutir não é se se deve privatizar A ou B ou nacionalizar C ou D mas sim que o Governo tem um enorme problema que é um problema doutrinário de fundo - fez tais profissões de fé e adoptou-as como princípios fundamentais de actuação pelo que não for por acaso que foi tão louvado por todas as correntes liberais do País há quatro anos e há dois anos - que não está resolvido. O Primeiro-Ministro espera o fim da Revisão Constitucional tem receio - e isto Sr. Deputado Basílio Horta diz respeito também á sua intervenção -, mas quanto ao que vai poder fazer a Revisão Constitucional a sua única preocupação é fechar a Assembleia da República fechar o Parlamento.

O Sr. Narana Coissoró (CDS):- Tem toda a razão.

O Orador:- .. e nós sabemos de facto se vai ou não haver reformas decorrentes da revisão Constitucional.