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5230 I SÉRIE - NÚMERO 107

Quero dizer lhe que nos socialistas vemos com muito apreço que na Polónia se esteja a dar uma abertura no sentido da participação de todas as sensibilidades e sentidos políticos lá existentes no sentido de resolver pela via democrática o problema desse país.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Brito.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Presidente Srs. Deputados: O texto apresentado pelo PSD não tem nada absolutamente nada a ver com o processo em curso na Polónia. É um texto como o Sr. Deputado Silva Marques explicou - aliás muito bem e com toda a clareza - que tem meros e exclusivos propósitos internos. E o velho estratagema usa acontecimentos internacionais para fazer política interna para fazer política nacional. Portanto insere-se perfeitamente na campanha desencadeada pelo primeiro ministro Cavaco Silva em Faro que é uma campanha anticomunista através da qual o PSD procura desesperadamente enfim com as unhas partilhar segurar se ao poder numa altura em que começa a se derrotado em todas as t entes em que perde vertiginosamente influencia no País em que depois da de rota nas eleições para o Parlamento Europeu e agora com uma enorme preocupação várias derrotas que se avizinham nas eleições para as autarquias locais.
E neste quadro que o PSD pensa. A tábua de salvação é o anticomunismo. Vamos tentar comprometer o Partido Comunista mas não só também o Partido Socialista.
Este voto é digamos o exemplo mais típico do desfecho de funções pois e um texto que envergonha a Assembleia da Republica no contexto internacional e eu gostaria que o primeiro ministro polaco tivesse conhecimento deste texto e soubesse da sua proveniência. Este texto envergonha-nos junto de todos os polacos que estão interessados num processo de renovação da Polónia e de resolução dos grandes problemas do sei pó o Al as acompanhamos com a maior atenção e com apreço os esforços feitos tanto pelos diferentes sectores da sociedade polaca incluindo os comunistas polacos como por Wojciech Jaruzelski no sentido de encontrar uma solução para os graves problemas que atingem a Polónia e consequentemente os polacos. Por isso vemos com grande respeito e admiração todos esses esforços.
Srs. Deputados do PSD o nosso voto e completamente contrario a tudo isto. Este vosso voto e digamos uma tentativa de aproveitamento oportunístico é uma parasitação do processo polaco para objectivos que são exclusivamente de um partido que não tem linha não tem orientação que se é perdido e que procura agarra se a ultima tábua de salvação o anticomunismo.
Porém é curioso o facto de este partido o PSD ter a sua frente ou estar a ser dirigido ideológica e politicamente neste momento por um homem que foi Comunista. Estão bem entregues mas o País não esta pois esta entregue a irresponsabilidades a inconsequência a alguém que não tem a mínima noção dos interesses nacionais e de como defendê-los. É esta a nossa posição.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Portanto em relação a isso não cedemos em nada pelo que vamos votar contra tanto em relação ao nosso voto como ao do PS que ao fim e ao cabo parece ir no encalço da nossa própria iniciativa e com isso assumimo-nos frontalmente tal como somos. Não somos comunistas envergonhados somos comunistas e temos orgulho em sê-lo estando perfeitamente de acordo e tranquilos com a nossa consciência.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Luis Filipe Menezes (PSD): - Peço a pala a Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito?

O Sr. Luis Filipe de Menezes (PSD): - Para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado Carlos Brito.

O Sr. Presidente: - Não pode Sr. Deputado porque foi definido em conferência de líderes que se atribuía a cada grupo parlamentar uns minutos para interferir ou para utilizarem como quisessem mas dentro de um certo limite.
Para uma intervenção tem a palavra o Sr. Deputado Narana Coissoró.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Sr. Presidente Srs. Deputados: O CDS não pode naturalmente deixar de congratular-se com a nomeação do Sr. Mazowiecki para o lugar de primeiro ministro num país de regime Comunista.
Trata se em primeiro lugar de um acto de grande coragem pó parte deste representante do Solidariedade em assumir numa nova difícil as rédeas de um pais em estado de quase falência economicamente em que as liberdades foram esmagadas durante 45 anos em que e preciso renovar as próprias estruturas mentais da sociedade em que é preciso por outro lado deter os próprios radicais que pedem cada vez mais e mais e gritam: Queremos pão não queremos o primeiro ministro.
Perante todo este quadro não podemos deixar de admirar a figura do Professor Mazowiecki que aceita ser o primeiro ministro em colaboração com o Partido Comunista a fim de tomar sobre si os encargos deste pais que todos admiramos.
O CDS não podia deixar de admirar naturalmente esta figura democrata e cristã como sempre disse ser e é na verdade. Para ele vão as nossas felicitações e os nossos votos para que este difícil encargo que recebe de governar o Pais juntamente com o apoio do Solidariedade e dos ministros que a ele não pertencem e que são seus adversários políticos tenha a maior sorte em indicar para a Polónia os caminhos da liberdade que todo o povo anseia desde há 45 anos.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados passamos a votação do voto n.º 77/V de congratulação pela actual situação na Polónia apresentado pelo PSD