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2140 I SÉRIE - NÚMERO 62

resignadas a um triste viver, sem esperança e quase sem sentido. Encontrarão também aldeias desabitadas, fantasmas de um passado que a emigração para os grandes centros - normalmente para Lisboa- ou para o estrangeiro determinou.
Não fora a acção das autarquias e das agremiações regionalistas, bem como o auxílio do Governo do Prof. Cavaco Silva, e a situação ainda seria mais triste e desoladora.
Falo do auxílio deste Governo porque sei, por conhecimento directo, que alguns dos seus ministros e secretários de Estado nutrem por aquela região um especial carinho. Refiro-me mais concretamente, e talvez por um imperativo de justiça, aos Drs. Fernando Nogueira, Carlos Encarnação e Álvaro Amaro e ao engenheiro Carlos Loureiro.

eporto-me agora aos temas atrás referenciados.
Quanto à rede viária, está já em construção, remodelação e rectificação a estrada nacional n.º 342, entre Condeixa e a Lousã. Importa que esta obra seja concluída com urgência, não se permitindo que os prazos sejam ultrapassados. Importa também que a mesma seja reclassificada em itinerário principal e rapidamente prolongada até Góis e Arganil.
Urge também que a estrada nacional n.º 2, entre Vila Nova de Poiares e Alvares, no concelho de Góis, seja alargada, rectificada e melhorada.
É de extrema necessidade que a estrada que parte desta última, mais propriamente da Portela do Vento, para a Pampilhosa da Serra (creio que a estrada n.º 112) seja total e convenientemente reparada.
Sei que o Governo já iniciou algumas destas obras e tem as outras nos seus planos. Daqui, desta tribuna, só peço ao Governo generosidade e urgência. As populações servidas por estas vias verão diminuídas as suas atribulações.
Quem, como eu, percorreu já por duas vezes, numa ambulância dos Bombeiros Voluntários de Pampilhosa da Serra, aquela estrada, acompanhando dois familiares em perigo de vida até aos Hospitais da Universidade de Coimbra, pode dar testemunho, vivo e vivido, da extrema urgência que deve ser posta na reparação das mencionadas estradas.
Falando ainda em estradas, lembro à Câmara Municipal da Lousã e ao Governo a necessidade de se porem de acordo quanto à reparação da estrada, dita florestal, de Cacilhas à Catraia.
Estes nomes nada dirão à quase totalidade dos Srs. Deputados que não sejam adeptos do automobilismo, mas dirão muito, com certeza, ao meu companheiro e deputado Belarmino Correia e ao Sr. Deputado do PS Júlio da Piedade Henriques.
A reparação desta estrada permitirá o aproveitamento turístico da zona mais bonita da serra da Lousã e das suas aldeias e um acesso mais fácil à zona do Pinhal.
Deixando as estradas, volto-me agora para o caminho de ferro.
Lousã e Miranda do Corvo são servidas pela linha da Lousã, que vai de Coimbra a Serpins.
Até há alguns anos, os comboios chegavam à estação nova, em Coimbra, e dali podiam chegar, pela estação velha, a todas as vias férreas do País com ligação ao estrangeiro. Hoje em dia os comboios param à entrada de Coimbra.
Sei que o Governo pretende e vai resolver a situação, pois fui informado que há um protocolo assinado para a electrificação da linha e ligação subterrânea à linha do Norte.
Também aqui lembro a urgência que há na realização do empreendimento, para benefício das populações servidas pela linha da Lousã e resolução do grave problema que é o trânsito dentro da cidade de Coimbra.
Em relação a caminho de ferro, deixo ainda duas interrogações: não será possível nem viável o prolongamento da linha da Lousã até Arganil e mesmo até à linha da Beira Alta? E, num futuro mais longínquo, não poderia pensar-se numa ligação ferroviária entre Tomar e Miranda do Corvo?
Uma simples consulta ao mapa de Portugal dará uma ideia dos benefícios que tais realizações acarretariam para as populações a servir por tais vias de comunicação. Tenho a certeza de que o Governo não deixará de considerar estas interrogações e praticará, quanto a elas, uma política justa e adequada.
Mas enquanto não forem electrificadas ou prolongadas as vias férreas em causa, uma coisa desde já se impõe: que o Governo chame a atenção da CP para a eliminação, tanto quanto possível, das passagens de nível perigosas ou, pelo menos, para a sua conveniente sinalização e para u limpeza das carruagens que efectuam as ligações entre Coimbra e Serpins.
Desde que estou na Assembleia utilizo, com frequência, o comboio daquela linha. Para me sentar já tive, por diversas vezes, de utilizar o lenço ou um papel. Não se compreende tanto desleixo e tanto lixo! Como homem de boa fé, espero que a situação em breve melhore.
Sucintamente reporto-me agora ao turismo da região, com uma serra linda como a da Lousã, que «zune» no Verão por força de milhões dessas operárias maravilhosas que são as abelhas e onde, de Inverno ou de noite, se «ouve» o silêncio, entrecortado pelo pio dos mochos ou o raro e longínquo uivar de algum dos poucos lobos que ainda restam na serra, com albufeiras maravilhosas, como as das barragens do Cabril e de Santa Luzia. Porém, por falta de estruturas hoteleiras quase não há turismo na região.
Creio ser rentável investir neste sector, embora, para tanto, seja necessário criar linhas de crédito bonificado.
Mas a este assunto voltarei um dia com mais tempo, pois não quero deixar de trazer a esta Assembleia o fenómeno característico da serra da Lousã, qual seja o das aldeias abandonadas pelos seus primitivos habitantes e cujas casas foram hoje compradas, por elevados preços, por citadinos que procuram o descanso e a tranquilidade da serra nos seus fins-de-semana.
Deixo aqui também algumas palavras sobre o ambiente na região. Felizmente ainda ali respiramos ar puro, sem qualquer espécie de poluição a não ser a resultante do tráfego automóvel, que, por ser reduzido e tendo em atenção as extensas zonas verdes, não constitui problema à poluição atmosférica.
O mesmo se poderá dizer em relação à maior pane dos rios e ribeiros, onde a água ainda corre pura e cristalina.
Importa que, neste aspecto, seja exercida alguma vigilância em algumas situações pontuais, nomeadamente nos rios Ceira e Zêzere. Vigilância e cuidados sérios tem de ser utilizados tias captações e canalizações de água para consumo doméstico.