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2994 I SÉRIE - NÚMERO 87

um pouco mais aprofundada das questões europeias de maior actualidade, quero, para terminar, agradecer aos Srs. Deputados, em nome do Governo, o contributo que aqui quiseram trazer.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado António Guterres.

O Sr. António Guterres (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Pretendo apenas dizer algumas palavras, muito breves, de balanço deste debate.
De facto, este debate foi uma iniciativa do PSD e é seguramente um dos mais claros fracassos parlamentares do PSD nesta sessão legislativa.

Risos do PSD.

O debate veio confirmar integralmente algumas preocupações da nossa parte. Em primeiro lugar, em matéria de união política, toma-se claro que o PSD e o Governo tem a mesma posição que tom em relação à regionalização: tudo muito bem, desde que não se faça!

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Em segundo lugar, em matéria da união económica e monetária, parece claro que o Sr. Ministro das Finanças vai continuar no período em que espera ter possibilidade de aplicar as políticas em que acredita porque, neste momento, tudo continuará a ser subordinado a um interesse eleitoral de curto prazo. Quando o PS propõe a corresponsabilização de todos num projecto comum que permita realizar aquilo de que o País necessita, o Governo responde que não é preciso, que seguirá o seu caminho sozinho e que não precisa do contributo do PS para coisa alguma.

Risos do PSD.

Sr. Presidente e Srs. Deputados, quero, ainda, no fim deste debate, afirmar o seguinte: foi tentado indiciar uma divergência entre nós quanto ao ritmo, quanto à pressa! Nós temos, de facto, alguma pressa - e e quero afirmá-lo aqui! - porque sentimos a debilidade da posição portuguesa, a posição de um pequeno país na periferia ocidental da Europa, de uma Europa que caminha, quer queiramos quer não, para leste, com uma Alemanha unida, com a democracia a nascer nos antigos Estados satélites da União Soviética. Com a própria evolução da União Soviética imprevisível neste momento, mais tarde ou mais cedo, o caminho comum que a Europa ocidental tem percorrido vai ser alargado necessariamente aos países da Europa Central e de Leste. Quanto mais cedo se consolidarem as instituições europeias - no plano político, no plano económico, no plano monetário - maior será o papel que Portugal poderá desempenhar nesse quadro. Quando mais tarde se consolidarem as instituições europeias, menor será o papel que um país periférico ocidental poderá desempenhar!
Temos pressa não porque queiramos seguir os recados seja de quem for mas, sim, porque esse é o nosso entendimento sincero do interesse de Portugal!

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Pacheco Pereira, pediu a palavra para que efeito?

O Sr. Pacheco Pereira (PSD): - Para exercer o direito de defesa da honra e consideração da bancada do PSD, Sr. Presidente. É porque o Sr. Deputado António Guterres fez referencias directas à actuação da bancada do PSD que nos merecem o direito de utilizar esta figura.

O Sr. António Guterres (PS): - É verdade!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Pacheco Pereira, sendo certo que já solicitei anteriormente ao seu colega de bancada deputado Duarte Lima - e espero não ter de repetir-me - que não entremos num processo de espiral em relação ao uso da figura de defesa da honra e da consideração, dada a razoabilidade da moderação que até agora existiu nesse âmbito, concedo-lhe a palavra para exercício do direito de defesa da honra e da consideração da sua bancada.

O Sr. Pacheco Pereira (PSD): - Sr. Presidente, compreendo a sua preocupação, tanto mais que tentámos sempre estar na pane de cima da espiral...
Em relação às palavras do Sr. Deputado António Guterres, quero dizer que compreendo muito bem que ele se tenha reservado para o fim deste debate para tentar fazer, e tentar fazer passar, uma apreciação sobre o debate. Mas essa apreciação, evidentemente, mostra mais o balanço que o próprio PS interiormente está a fazer do debate que se realizou do que uma apreciação daquilo que aconteceu.
A realidade é que nós passámos aqui várias horas, tivemos várias intervenções, quer do PSD quer do Governo, que foram substantivas, avançaram com propostas, deram elementos, deram dados; discutiram-se as questões políticas, apresentaram-se caminhos, avançaram-se soluções. Não vejo, francamente, o que é que subsiste da posição do PS senão uma enorme pressa. Eu compreendo a pressa... mas a pressa não é uma posição: é uma atitude! E, tal como se passa com muitas atitudes nesta matéria, as suas razões, normalmente, não são explícitas nem são explicáveis.
Talvez fosse bom que o PS deixasse de descrer das capacidades dos Portugueses de não se deixarem tornar um povo periférico, já que não há qualquer razão, bem pelo contrário, para julgarmos que vamos a caminho da periferia porque, de facto, estamos no centro - mais no centro não se pode estar!
Compreendo que o PS, com o problema da pressa, queira outra coisa... Ou seja: os objectivos do PS é que não estão explicitados, o que motiva o PS é chegar a algum sítio e eu duvido que o sítio onde o PS quer chegar tenha alguma coisa a ver com o interesse nacional.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para dar explicações, se assim o entender, tem a palavra o Sr. Deputado António Guterres.

O Sr. António Guterres (PS): - Sr. Presidente, sinceramente não vejo grande necessidade de dar explicações, no entanto não vou deixar de fazê-lo.
O rigor da intervenção do Sr. Deputado Pacheco Pereira pode medir-se pelas seguintes frases: "Portugal está no centro da Europa" - em termos geoestratégicos, naturalmente!...

Risos do PS.