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20 DE SETEMBRO DE 1990 3713

à homenagem que esta Câmara deve a Angelo Veloso e de exprimir à sua família e ao Partido Comunista Português as mais sinceras condolências.
Nós temos hoje a vida democrática como um dado do nosso quotidiano. Para os jovens não existe sequer já a experiência de outra forma de vida e isso leva a que, por vezes, a sociedade não valorize suficientemente, no dia-a-dia, aquilo que foi o exemplo de um conjunto de vidas que se dedicaram ao restabelecimento da democracia em Portugal. Por isso é muito importante para os Portugueses em geral, e para os jovens em particular, que exemplos como o de Angelo Veloso possam ser conhecidos, divulgados e particularmente sublinhados pela Assembleia da República, órgão de soberania que traduz na sua plenitude os valores democráticos por que todos os lutadores contra o regime salazarista se bateram ao longo de décadas.
Acresce que na vida política não vão sendo, infelizmente, muitos os exemplos de seriedade, de frontalidade, de coragem, comuns naturalmente a homens de todas as bancadas parlamentares, de todas as tendências políticas. Quando alguém que sempre revelou esses sentimentos ao longo da vida e do seu combate político morre é também importante sublinhar que a vida política é mais autêntica e que só é verdadeiramente digna desse nome quando disputada com coragem, com seriedade e com frontalidade.
Creio, portanto, que não é demais que esta Camará reflicta no exemplo de Ângelo Veloso e transmita com toda a sinceridade e com todo o empenhamento ao Partido Comunista Português as suas condolências, condolências estas que não são apenas para o Partido Comunista Português mas seguramente também para todos os democratas portugueses.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Herculano Pombo.

O Sr. Herculano Pombo (Os Verdes): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Gostaria de associar-me à homenagem que a Assembleia da República hoje decidiu prestar ao lutador corajoso que foi o ex-deputado Angelo Veloso, homem dotado de uma inteligência voluntariosa, combativa, imagem perfeita do militante que não dormia, que não descansava, que trabalhava sem quebras. Habituámo-nos a reconhecer nele a imagem do homem que parecia não ter dúvidas.
Fez campanha para as presidenciais e foi deputado à Assembleia Constituinte e à Assembleia da República. Enfim, era uma figura pública que ficará para sempre ligada à imagem que temos dos verdadeiros lutadores, daqueles que conseguiram, durante os tempos mais difíceis, trazer o País à liberdade!
Temos, acima de tudo, que agradecer-lhe, bem como a outros, que, como ele, também já partiram, e a alguns que ainda estão, felizmente, entre nós, todo o empenhamento, toda a coragem, toda a dádiva que colocaram para permitir que hoje a democracia em Portugal seja uma realidade.
Desejaria também dirigir à direcção do Partido Comunista Português e à família de Ângelo Veloso as sentidas homenagens e condolências do Partido Os Verdes.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Narana Coissoró.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Duas palavras para homenagear um antigo colega, membro desta Casa e do Partido Comunista, que desapareceu do nosso convívio. Conheci o ex-deputado Angelo Veloso na Assembleia da República. Sempre nos habituámos a respeitar os adversários com inteireza de carácter e com lhaneza do trato.
Ângelo Veloso, independentemente das suas convicções profundas, que estão nos antípodas das nossas, nunca se furtou ao diálogo, nunca se alheou da boa camaradagem com todos os deputados, nunca se eximiu a dar o seu contributo para os nossos trabalhos e a pôr empenho na defesa daquilo que ele entendia ser o interesse de Portugal e dos Portugueses.
Homens como Angelo Veloso são exemplo para todos os partidos, para todos os cidadãos, porque é neste trato, é nesta forma da defesa de convicções e nesta maneira generosa de lutar pelo ideal de cada um que a democracia f se distingue de outros regimes.
É por isso que estamos aqui a prestar-lhe esta homenagem, que é também uma palavra de solidariedade e de condolências para as suas duas famílias: para a família comunista representada pelo Partido Comunista Português e para a sua família natural, que perdeu o seu filho.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Lilaia.

O Sr. Carlos Lilaia (PRD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Foi com particular emoção que o meu partido tomou conhecimento do desaparecimento de Angelo Veloso. E foi com natural emoção porque Angelo Veloso era um daqueles dirigentes partidários a que, de facto, o PRD se habituou a respeitar não só pelo seu passado de luta antifascista, com contributos extremamente importantes, mas também pela luta desenvolvida em tempos recentes pela democracia, à qual deu grandes contributos, pela sua inteligência, voluntarismo, dedicação e empenho, o que proporcionou a consolidação deste processo que todos estamos a viver.
Por isso o PRD quer deixar aqui bem expresso um voto de muito respeito e de condolências dirigido ao Partido Comunista Português e, em particular, à família de Ângelo Veloso.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, vamos, pois, proceder à votação do voto de pesar pelo falecimento do ex-deputado Angelo Veloso.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade

Srs. Deputados, permitam que façamos uns breves momentos de silêncio em homenagem ao ex-deputado Angelo Veloso.

A Câmara guardou, de pé, um minuto de silêncio

Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel dos Santos.

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Na sequência da crise no golfo Pérsico a maioria dos países da CEE encontra-se em fase de revisão dos objectivos macro-económicos fixados para o corrente ano.
Este facto tem provocado debates esclarecedores protagonizados pelos Governos, envolvendo a generalidade