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20 DE SETEMBRO DE 1990 3717

verbalmente, já entrei em contacto com o seu presidente-, continua sem reunir! Parece que nada se passa no País em matéria económica; não há nada para dizer ao País, não há avaliações a fazer... O Sr. Deputado chama informação a isto?...
Sr. Deputado Rui Carp, neste momento, e em matéria económica, verifica-se um claro défice de informação!

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Coelho.

O Sr. Carlos Coelho (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: A cena internacional, com particular destaque para a crise do golfo, tem suscitado a nossa preocupação e tem, de certa forma, impedido que outros factos relevantes da vida política nacional mereçam igualmente a atenção de todos nós e tenham uma justa relevância.
Queria, portanto, referir-me aos eventos que, na área da juventude, irão ter palco em Lisboa durante esta semana. Porém, não o farei sem antes assinalar a circunstância de termos finalmente iniciado o ano lectivo, fazendo-o sem preocupações, sem exaltações, sem dramatismos, corroborando assim a posição que o PSD tomou na anterior reunião da Comissão Permanente a propósito de alguns projectos de resolução e desmentindo as previsões catastróficas de alguns partidos da oposição, que anteviam «o Carmo e a Trindade» para o início deste ano lectivo.
É também neste fim-de-semana que Lisboa será o palco da 3.ª Conferência dos Ministros da Juventude do Conselho da Europa. Será a terceira vez que esta conferência terá lugar, sendo sintomático que, na primeira linha dos países que são hóspedes desta conferência, Portugal tenha sido contemplado.
Sob a presidência do Sr. Ministro Couto dos Santos, os ministros da Juventude de todos os países que integram o Conselho da Europa vão tentar chegar a uma posição consensual sobre a mobilidade dos jovens na Europa. E se há um ano, quando o tema desta conferência foi escolhido pelas instâncias do Conselho, era já importante a questão da mobilidade dos jovens no terreno europeu, após os acontecimentos no Leste e a queda do Muro de Berlim, esta temática traduz acrescida importância. A mobilidade dos jovens na Europa reveste-se agora de um valor estratégico para a aproximação de todos os povos e países que se podem reclamar de uma cultura europeia.
Também nesta semana a preocupação, que a JSD já enunciou, de dar mais atenção às questões do ambiente vai ter expressão concreta. Na verdade, a JSD propôs que o Conselho Consultivo da Juventude fosse alargado a um representante das associações ecologistas, enquanto já amanhã promoverá uma descida do Tejo, com análise da poluição das suas águas e com observação dos problemas de desertificação dos terrenos ao longo de todo o leito.
Por outro lado, igualmente durante esta semana e no início da próxima, irão ser promovidas medições dos índices de poluição na cidade de Lisboa, onde cada vez custa mais viver, quer do ponto de vista da densidade do ruído, quer na perspectiva da qualidade do ar.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Gostaria também de assinalar a circunstância de ainda ontem, em conferência de imprensa, o presidente da JSD, Pedro Passos Coelho, ter convidado, e de certa forma desafiado, todas as organizações de juventude para, conjuntamente, promoverem um grande festival da* juventude, cujas receitas possam contribuir para a elaboração de projectos de recuperação da zona de Monsanto.
Todos aqueles que conhecem bem Lisboa sabem qual pode ser o valor estratégico de Monsanto para uma vida equilibrada neste centro urbano. Monsanto está praticamente abandonado, uma vez que os poderes públicos, com particular destaque para os poderes municipais, não se têm empenhado relevantemente na recuperação desse espaço. De qualquer modo, se os jovens reclamam melhor qualidade de vida, fazendo do ambiente uma das suas bandeiras políticas fundamentais, faz sentido que sejam também eles os principais protagonistas da recuperação deste espaço.
As receitas deste festival da juventude poderiam assim contribuir também para a elaboração de projectos de recuperação propostos por jovens, devolvendo, portanto, a esta camada etária o seu legítimo papel de protagonista.
Por conseguinte, esta semana, em que os ministros da Juventude da Europa aqui vêm e em que a principal organização da juventude toma posições importantes sobre o ambiente, desenvolvendo esforços para a concertação de iniciativas com outras organizações da juventude, afigura-se uma semana suficientemente rica, sob o ponto de vista da preocupação e da actividade em matéria de juventude, para merecer a atenção desta Câmara e também da comunicação social.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Herculano Pombo.

O Sr. Herculano Pombo (Os Verdes): - Fá-lo-ei muito brevemente, Sr. Presidente, pois tenho ainda uma intervenção para produzir, abas a propósito da política de ambiente seguida pelo Governo e que o Sr. Deputado Carlos Coelho costuma apoiar tão efusivamente.
No entanto, gostaria de, desde já, saudar este empenhamento da JSD na defesa das questões do ambiente e de, ao mesmo tempo, estranhar a forma como a JSD vai descer o Tejo desde o Poço do Bispo a Vila Franca de Xira -tanto quanto sabemos, é a subir...-, ainda por cima em barco a motor e poluente.
Gostaria de recordar aqui que a primeira vez que, de facto, se desceu o Tejo, entre Trilho (a sua nascente) e Lisboa (a sua foz), os dois partidos ecologistas dos dois países ibéricos (Os Verdes portugueses e os Ecologistas espanhóis), o fizeram há já dois anos, de canoa e, portanto, não poluindo e descendo todo o Tejo.
De qualquer modo, como a JSD desce sempre a subir e sobe a descer, troca as voltas ao ambiente. Porém, a JSD terá de perceber, nesse seu conselho nacional que vai realizar ao ar livre, que a política ambiental, desde que nela se fala, tem estado nas mãos de dirigentes nacionais do PSD. Com efeito, desde que há sectores dos governos empenhadamente fazendo o que se chama uma política de ambiente, embora sectorial - o que é uma contradição -, esses sectores têm estado sempre nas mãos do PSD. Assim, se é facto que o Tejo está hoje poluído, que nada se fez ainda para a sua despoluição, que o