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21 DE MAIO DE 1993 2309

O Orador: - É uma evidência! Á questão do «corredor» era falsa; não impedia absolutamente nada o acesso às fontes de informação.
O Sr. Deputado fez um comentário com pouca convicção à nossa sobranceria, mas, no entanto, no meu discurso fiz referência aos nossos defeitos, às nossas insuficiências, aos nossos erros. Somos humanos, relativos, só que somos livres e não temos medo, porque estamos sujeitos ao juízo do povo português.
Aplausos do PSD.
O Sr. Deputado perguntou-me qual o verdadeiro sentido da minha referência ao Sr. Procurador-Geral-Adjunto. O Sr. Deputado falou de dureza, disse que me exprimi em termos duros. Então, compare com a forma como se exprimiu o Sr. Procurador-Geral-Adjunto, e tirará uma conclusão. Eu fui suave, tive a suavidade das pétalas ...,

Risos.

... a doçura do pólen, a brancura de um querubim, em termos comparativos.

Risos.

Aplausos do PSD.

É verdade, Srs. Deputados, comparem as minhas declarações com as do Sr. Procurador-Geral-Adjunto. Eu baseei--me nos factos. Verificarão, pois, se o meu comentário é ajustado ou não.
O Sr. Deputado perguntou-me ainda qual é o verdadeiro sentido de levantar a questão. Julgo que estamos aqui para debater as questões nacionais. Eu não me substituí a ninguém, eu falei, é minha obrigação debater aqui as questões nacionais. E outros devem, precisamente, desempenhar-se das suas funções nos seus locais próprios. É essa a diferença. Cada um no seu lugar! É difícil, mas cada um no seu lugar.
Queixas, Sr. Deputado?... Eu fiz alguma queixa? O tempo das queixas era o do anterior regime e mesmo assim nunca fiz queixas de ninguém nem nunca farei.
Influenciar o Sr. Procurador-Geral da República?... Mas quem poderá influenciá-lo? Poderei eu influenciar com um discurso o Sr. Procurador-Geral da República? O Sr. Deputado admite essa hipótese? Isso é desmerecer da credibilidade do Sr. Procurador-Geral da República - e eu jamais faria essa injustiça.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Queira concluir, Sr. Deputado.

O Orador: - Vou terminar imediatamente, Sr. Presidente.
O Sr. Deputado Alberto Costa disse que eu não lhe fazia lembrar Francisco Sá Carneiro. Ainda bem, Sr. Deputado, porque os senhores, hoje, agarram-se ao casaco de Francisco Sá Carneiro, depois de terem integrado uma das mais violentas e aviltantes campanhas de grosseria contra um grande homem nacional que se chamou Francisco Sá Carneiro.

Aplausos do PSD.

Todos nós temos memória, ela é uma dado fundamental da nossa personalidade e frontalidade. Ninguém se esqueceu dos métodos, inclusivamente dos métodos mais vis, como o caso da célebre nota com a efígie de Sá Carneiro, o caloteiro, empregues para tentar denegrir essa grande personalidade portuguesa, divirjamos ou não dela.
Sr. Deputado, não falemos disso! Ainda bem que não lhe lembro Francisco Sá Carneiro.
Mas, Sr. Deputado, passemos à poesia e ao Mário de Sá Carneiro. Eu fiquei comovido com o excerto que proferiu, o do labirinto. Permita-me transcrever uma outra passagem do inolvidável poeta: «Um pouco mais de sol e eu seria brasa/Um pouco mais de azul e eu seria além/Para o ser faltou-me um golpe de asa/Se ao menos eu ficasse aquém.»
O vosso problema é que os senhores nem ficam além nem aquém!

Risos.

Aplausos do PSD.

Por último, o Sr. Deputado Alberto Costa perguntou-nos, emocionado, quem convidaríamos nós para, da próxima vez, promover a polémica das grandes questões nacionais. Exactamente o Sr. Deputado Alberto Costa! Vamos tomar nota e não deixaremos de o convidar.

Aplausos do PSD, de pé.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Octávio Teixeira.

O Sr. Octávio Teixeira (PCP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Silva Marques, julgo que houve algo nas jornadas parlamentares do PSD do passado fim-de-semana que a comunicação social não nos contou e que ressalta agora da sua intervenção. É que parece que a partir dessas jornadas o lugar de ideólogo do Grupo Parlamentar do PSD deixou de ser monopólio do Deputado Pacheco Pereira: regressou o Sr. Deputado Silva Marques, e já há meses que não o ouvíamos.
Quanto às jornadas parlamentares do seu grupo parlamentar, o Sr. Deputado falou no debate que gera polémica. Ora, talvez possa dar-nos mais alguns esclarecimentos sobre esse debate e essa polémica, na medida em que as notas informativas de que dispomos e que foram transmitidas pela comunicação social não mostram que tenha havido debate. Pelo menos no dia em que usou da palavra o Sr. Dr. Miguel Cadilhe, parece que não houve muito debate, mas apenas uma censura forte sobre a política económica e financeira do Governo. Mas debate não houve. Pelo menos, tanto quanto se sabe através do que foi transmitido pela comunicação social, parece que ninguém falou nem ninguém ripostou.
Ainda sobre a mesma matéria, gostaria de saber se, por acaso, aos ataques à política económica feitos pelo Dr. Miguel Cadilhe foi dada alguma resposta por parte de quem ainda continua a ser o titular da pasta das Finanças, é certo que embora nominalmente. Ou seja, gostaria de saber se nessa altura terá havido o tal debate relativo à crítica frontal que foi feita à política financeira que está a ser seguida.
O Sr. Deputado referiu ainda que o PSD está virado para as realidades do nosso país. Ora, não me parece que assim seja, porque está à vista a realidade da crise e o seu partido e o seu governo não estão a dar-lhe a atenção devida nem a tomar as medidas para impedir que a crise se aprofunde. Aliás, as manifestações dos agricultores, dos trabalhadores, dos estudantes e de tantas outras camadas sociais do nosso país mostram que nem o seu grupo parlamentar, nem o seu partido, nem o seu governo estão virados para a realidade.
Na sequência daquelas palavras, o Sr. Deputado referiu dois resultados da política do seu governo: a inflação e a