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2650 I SÉRIE - NÚMERO 83

Será que o Governo, que dispõe, agora, de tantas centenas de milhões de contos para os mais diverso sectores, não tem 7 milhões de contos para terminar de vez com a triste situação em que se encontra o Hospital de Gaia?
Presidente, Srs. Deputados: Vários responsáveis têm considerado esta unidade hospitalar como o hospital do futuro, só que o futuro nunca mais chega. Enquanto não chega, torna-se imperioso um inquérito à aplicação que foi dada às verbas até agora disponibilizadas, e, fundamentalmente, às condições de funcionamento dos diferentes serviços do Hospital de Gaia.
É preciso que o Governo garanta que não se pretende desarticular o Hospital de Vila Nova de Gaia, nem adiar sine die a construção e modernização das suas instalações e equipamentos, e assegure rapidamente à transferência do serviço de urgência para o Hospital de Santos Silva, onde, logicamente, passe a dispor de instalações novas e adequadas.
É preciso que, urgentemente, a população, servida por esta unidade de saúde, tome plena consciência do estado em que se encontra o seu hospital e seja informada com rigor, das medidas que o Governo vai ou não tomar sobre
esta unidade de saúde eternamente adiada.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente (Leonor Beleza): - Estão inscritos, para formular, pedidos de esclarecimento, os Srs. Deputados Fernando Andrade e Vilela Araújo.
Tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Andrade.

O Sr. Fernando Andrade (PSD): - Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Fernando de Sousa ouvi com atenção a sua intervenção.
De facto os senhores não se cansam de lançar a suspeição e o descrédito sobre os serviços e de saúde. Os senhores são um pouco como aquelas pessoas que, ao apresentarem um medicamento, só lêem as contra-indicações e os efeitos colaterais, não lendo as suas indicações específicas, isto é, não olham, para os serviços que funcionam efectivamente.
Referiu também a unidade de hemodinâmica do Hospital de Gaia, mas julgo que deveria ter falado de uma forma elogiosa, porque ela é, hoje, uma unidade de formação, onde os médicos a nível nacional, fazem cursos de formação para melhor praticarem o estudo da hemodinâmica. Além disso, muitos doentes do País vão ao
Hospital de Gaia fazer esse mesmo estudo, para depois, serem operados noutras unidades. Aliás, as unidades de hemodinâmica, pelo seu avultado custo e pela sua grande especificidade, não podem proliferar por todo o lado.
Por isso mesmo, uma unidade de muito boa qualidade, onde os profissionais são hoje formadores a nível nacional, deveria ter sido referida pelo Sr. Deputado. Além disso, o Sr. Deputado sabe tão bem como eu que as obras de remodelação dos, serviços de saúde de Gaia estão a ser feitas que o PIDDAG, em três anos, duplicou e o orçamento do Ministério da Saúde, em quatro anos duplicou. Isto significa uma atenção permanente do Governo às questões de saúde, significa que estamos atentos e que as melhorias das condições de saúde não se fazem de um dia para o outro.
Esqueceu-se inclusivamente de referir que foi feito, quase 1 milhão de consultas no Hospital e no Centro de Saúde de Gaia, o que é um dado importante no sentido da prevenção e da promoção da doença e da vigilância.
O Sr. Deputado esqueceu-se, de todos estes factores mas não é lícito olhar só para as contra-indicações e para os efeitos colaterais que advêm de um grande aumento da população em Vila Nova de Gaia, deveria também referir os bons serviços que têm, quer em cirurgia, quer em medicina, quer em hemodinâmica e noutros.

Vozes do PSD: - Muito bem!

A Sr.ª Presidente (Leonor Beleza): - O Sr. Deputado Fernando, de Sousa deseja responder já ou no final dos pedidos de esclarecimento?

O Sr. Fernando de Sousa (PS): - No fim, Sr.ª Presidente.

A Sr.ª Presidente (Leonor Beleza): - Tem, então, a palavra o Sr. Deputado Joaquim Vilela Araújo.

O Sr. Joaquim Vilela Araújo (PSD): - Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Fernando de Sousa, ouvi-o com imensa atenção, até porque se referiu a um distrito por onde, fui eleito. V. Ex.ª subiu àquela tribuna e debitou um discurso quase catastrófico em relação à situação concreta do Hospital de Vila Nova de Gaia e se eu pretendesse seguir o seu exemplo faria um discurso exactamente ao contrário daquilo que V.Ex.ª disse.
Lembro-lhe que o que separa Vila- Nova de Gaia do Porto, é apenas e tão-só, o rio Douro, já atravessado por algumas pontes, que aliás, conhece bem! Aliás, presumo que, ao preparasse para esta intervenção, proeurou saber o que se passa em Vila Nova de Gaia e à sua volta conhecendo, assim, os esforços que estão a ser feitos, neste momento, nos Hospitais de Santo António, e de São João e que, a breve trecho, se estenderão ao Hospital de Matosinhos. Isto significa que infelizmente, em caso, de qualquer ruptura no Hospital de Gaia, haverá bem perto unidades hospitalares capazes de, socorrer, caso fosse verdade - o que felizmente, não é! - essa visão apocalíptica brindou esta Câmara.

Porém, queria recordar-lhe o que se fez há bem pouco tempo no hospital que acaba de referir. Hoje, aquele hospital tem, porventura, o melhor bloco de cirurgia vascular não da Península mas de quase toda a Europa, tendo-se resolvido, assim, um problema terrível.
Provavelmente, V. Ex.ª conhece muito bem os esforços que têm sido feitos no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, nomeadamente na unidade que referiu do Hospital de Eduardo Santos Silva, e seria politicamente mais sério que, em vez desse rosário de problemas, alguns dos quais provavelmente próximos da verdade, V. Ex.ª apresentasse soluções concretas e diferentes daquelas que temos.