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2980 I SÉRIE-NÚMERO 91

àqueles que apostam na desmoralização dos portugueses, na diluição da autoconfiança nacional e na propagação do derrotismo, que estão a prestar um mau serviço a Portugal

Aplausos do PSD.

A confiança de um povo em si próprio e no seu país é um factor decisivo que importa manter, sobretudo em épocas de crise global como aquela em que vivemos. E os que, voluntária ou involuntariamente, por acção ou omissão, contribuem para fragilizar essa confiança, estão objectivamente a enfraquecer a criatividade e a vontade colectiva de que, nos últimos anos, temos dado provas incontestáveis, perante nós próprios e perante o mundo.
O pessimismo decadentista de alguns políticos com responsabilidade!», que mais parecem andar em busca do tempo perdido, mostra bem que os adversários do progresso de Portugal não são apenas o atraso de desenvolvimento e as carências que ainda atingem uma parte da população - os adversários do progresso de Portugal são também a obsessão crítica, a mentalidade masoquista e a descrença fatalista que alguns pretendem incutir na sociedade portuguesa.
Aqueles que se recusam a reconhecer a transformação positiva de Portugal e se comprazem na elaboração de cenários negros, miserabilistas ou fatalistas, geralmente por motivos de mero jogo político, não estão apenas a cometer um acto de miopia ou até de menor honestidade intelectual; estão, sobretudo, a desvalorizar as realizações do nosso povo e a revelar uma injustificada falta de orgulho e confiança na capacidade dos portugueses.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr Presidente. Srs Deputados- Como em raras épocas da sua história, Portugal tem fones razões para acreditar no futuro. Já não estamos condenados ao fim da escala e deixamos de ser a lanterna vermelha da Europa. Os índices de desenvolvimento económico e de bem-estar cresceram significativamente nos últimos anos Somos um país credível e respeitado na cena internacional onde gingam o primado do direito e o respeito pela pessoa humana Consolidámos uma democracia moderna com instituições funcionais, onde a unidade do Estado em muito é fortalecida pelo contributo de um poder local autónomo e actuante na promoção dos interesses das populações, e de uma realidade autonómica regional, plenamente sucedida e potenciadora do progresso e bem-estar das nossas comunidades insulares, freio que o sufrágio eleitoral realizado no último ano. mais uma vez, veio, insofismavelmente, confirmar.
Não significa isto que o Governo esteja repousado sobre qualquer forma de autocontentamento, fechado as dificuldades da conjuntura ou insensível as manchas de pobreza que ainda subsistem na sociedade portuguesa e que impedem o acesso de alguns a níveis satisfatórios de qualidade de vido. Como Primeiro-Ministro, sou, aliás, um dos primeiros insatisfeitos; sem entrar pelo discurso demagógico e fácil de outros, estorço-me, no meu trabalho quotidiano, por criar condições para colmatar as insuficiências sentidas ainda muito por uma parte da nossa população e promover]uma melhor justiça social.

Aplausos do PSD.

Julgo mesmo ser adequada uma palavra tranca e directa aos portugueses, principalmente no momento em que vivemos, num mundo em profunda mudança e numa Europa; em crise: compreendo as suas dificuldades, partilho as incertezas que os atingem, percebo as angústias que alguns sentem, mas quero dizer-vos, com firmeza e convicção, que, mantendo a confiança e a esperança em nós próprios, no País e no futuro, com trabalho sério, e mantendo o rumo certo, vamos lazer melhor do que outros países dotados de recursos mais abundantes e conseguir vencer. Estou convicto de que. seguindo pelo caminho traçado, poderemos continuar a ser uma nação de multiplicação de oportunidades, uma nação renovada, onde cada um se sente estimulado a afirmar plenamente a sua capacidade com a certeza de ver o seu mérito reconhecido.
A democracia e a liberdade, anunciadas em 1974, foram paulatinamente vencendo os equívocos e as fortes ameaças de que foram alvo, para hoje, serenamente, se afirmarem enraizadas com solidez na sociedade portuguesa. O direito a uma informação livre é disso um exemplo. Levámos quase 20 anos a libertar a comunicação social do abraço tutelar do Estado. Foi uma abnegada luta por nós travada feita de princípios e de convicção. Abrimos a rádio ao dinamismo da sociedade civil, privatizamos os jornais e pusemos fim ao monopólio estatal na televisão.

Aplausos do PSD

Portugal é um dos mais antigos Estados-Nação da Europa e um dos países mais jovens da Comunidade Europeia. Esse país, o nosso, pode entrar no século XXI como uma pátria moderna e orgulhoso da evolução que foi conseguida em tão curto prazo, desde a cauda da Europa à proximidade dos níveis de vida hoje conhecidos por países mais desenvolvidos do continente.
Remendos durante décadas para a periferia do sistema internacional, primeiro, pela natureza do anterior regime e. depois, pela tentativa de instauração do modelo socialista e pela ingovernabilidade crónico, encontramo-nos hoje numa situação ímpar para nos afirmarmos no mundo e para prepararmos o futuro das novas gerações. Essas gerações não nos perdoariam se, por tibieza ou receio das dificuldades de fazer o que deve ser feito, desperdiçássemos os novos horizontes que rasgámos
Sr. Presidente, Srs Deputados: Uma prova irrefutável da credibilidade e do prestígio internacionais de Portugal foi a forma como soubemos exercer a presidência da Comunidade Europeia entre Janeiro e Junho de 1992
Contrariando a previsão sombria dos que achavam que Portugal não estava preparado para tamanha tarefa, presidimos à Comunidade Europeia com uma competência e eficácia unanimemente reconhecidas pelos nassas parceiros, ao mesmo tempo que defendemos com firmeza os interesses nacionais
Discursando no Parlamento Europeu acerca da presidência portuguesa em Junho de 1992, o Vice-Presidente e porta-voz da Comissão da Comunidade disse: «Desejaria apresentar os meus parabéns, muito pessoais, ao Primeiro-Ministro português, aos membros do Governo português e seus colaboradores. A presidência europeia confirmou, de forma impressionante, que um pequeno país pode fazer muito pela Europa De resto, um país não é grande ou pequeno em função do seu número de habitantes mas, sim, em virtude do que faz pela Europa. Portugal fez muito pela Europa, Portugal é um grande país».

Aplausos do PSD

Eis uma apreciação que não pode ser tomada por auto-elogio e que resume bem o sentimento generalizado entre os outros Estados-membros da Comunidade Europeia.