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1030 I SÉRIE - NÚMERO 31

nais, naturalmente, Casa de Trás-Os-Montes e Alto Douro, em Lisboa, e meios universitários e culturais.

Aplausos do PS e do Deputado do PSD Costa Andrade

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, inscreveram-se os Srs. Deputados Narana Coissoró e Duarte Lima.
Tem a palavra o Sr. Deputado Narana Coissoró.

O Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Armando Vara, a si, um transmontano candidato à Câmara Municipal da Arnadora, naturalmente para, com a sua experiência das duas velocidades, passar da segunda para a primeira velocidade aqui perto de Lisboa, gostaria de lhe colocar uma questão, dentro desta lógica do «gato e do rato», de uma pretensa bipartidarização, em que andam o PS e o PSD. 0 que temos visto, nos últimos dias, através de um monopólio quase total da comunicação social, é o PSD a apresentar o País em tecnicolor e o PS a fazer o possível por apresentá-lo a preto e branco.
Ora, parece-me que se trata do retomar da velha tese de que há um país para mostrar aos próprios portugueses ou aos próprios transmontanos a preto e branco e um outro, para mostrar aos lisboetas e aos das outras partes, em todas as cores, como lugares de grande sucesso o que, diga-se a verdade, pouco aproveita ao País. É que o País não é ignorante, conhece já as auto-estradas, percorre-as, sabe quem são os bons e os maus empresários e também conhece a paisagem rural e as suas misérias.
Por outro lado, também o PSD tem uma grande fé no sucesso dos transmontanos. Basta lembrar a enorme «satumalia» que fez em Mirandela com toneladas de marisco e arroz à valenciana distribuídos por milhares de turistas convidados de todo o lado com a presença do primeiro-ministro. Quer dizer, o PSD tem também o seu Trás-os-Montes a cores, em contrapartida com o Presidente da República que mostrou a Área Metropolitana de Lisboa a preto e branco.
Ora, o País já compreendeu que pode mostrar-se Trás-os-Montes como terra de mel e leite a jorros e estampar a miséria na Área Metropolitana de Lisboa. 0 País não vai nisso! São excursões, é turismo, são formas de passar as segundas e terças-feiras, pagas por nós contribuintes para alguns Deputados verem o que gostam de ver segundo o seu interesse partidário.
0 que lhe pergunto, Sr. Deputado, é o seguinte: relativamente a este País de duas velocidades, o que é que fez o PS, juntamente com o PSD, no Comité das Regiões, para dar voz na Europa aos transmontanos?

(O Orador reviu.)

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Armando Vara.

O Sr. Armando Vara (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Narana Coissoró, é evidente que qualquer força política pode mostrar o País a cores ou a preto e branco. De qualquer forma, uma vez que o PSD, segundo as suas próprias palavras, anda a mostrá-lo a cores e o PS a preto e branco, é caso para perguntar o que anda a fazer o CDS-PP! Mostra-o a preto e branco, a cores ou a cinzento?
E, já agora, deixe-me expressar-lhe a minha perplexidade perante a sua afirmação de que isto são simples passeatas. Será que aquilo que o Dr. Manuel Monteiro andou

a fazer, quando foi ter com os agricultores e com os pescadores, quando percorreu o País de norte a sul, não passa de ma série de passeatas, que cada um paga a seu bel-prazer? E com certa perplexidade, confesso-lhe, que o oiço dizer isso.
Em relação à questão substantiva, devo dizer-lhe o seguinte: o que o PS fez, nomeadamente quanto ao distrito de Bragança, foi incluir um dos seus autarcas mais prestigiados no Comité das Regiões.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Duarte Lima.

O Sr. Duarte Lima (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Armando Vara, ouvi-o com toda a atenção e gostaria de tecer alguns comentários à sua intervenção.
Começo por dizer que não vou fazer ironia, como o Sr. Deputado Narana Coissoró, por V. Ex.4 ter sido candidato à Câmara Municipal da Arnadora, porque conheço-o bem e sei que isso não é impeditivo do interesse que V. Ex.ª, como Deputado, sempre tem demonstrado, em todos os fora onde participa, pelo desenvolvimento do nosso distrito. Portanto, em relação a isso, penso não termos pontos de vista divergentes, pelo que não posso deixar de prestar-lhe essa homenagem.
Em segundo lugar, também não quero cometer a indelicadeza de qualificar, nem de longe nem de perto, as vossas jornadas parlamentares como uma excursão. Julgo que foi bom terem feito as vossas jornadas parlamentares no distrito de Bragança e parto do princípio de que essa deslocação foi, do vosso ponto de vista, uma deslocação de trabalho, também ele parlamentar, a fim de chamar a atenção para aquilo que, em vossa opinião, é uma determinada realidade do País. Portanto, também aqui não irei fazer ironia e jamais me passará pela cabeça qualificar essa visita de trabalho como excursão.
Em terceiro lugar, gostaria de referir que também não é difícil concordar com uma parte da sua intervenção. Desde logo, com o seu diagnóstico relativamente ao que foi o esquecimento da região até 25 de Abril de 1974. Nascemos lá, fomos lá criados e, por isso, perfilho totalmente do diagnóstico feito pelo Sr. Deputado Armando Vara. Perfilho igualmente alguns pontos de vista aí enunciados, em que diz que o desenvolvimento do interior é um problema nacional. É verdade, Sr. Deputado, o desenvolvimento do interior não é apenas um problema local mas também nacional. Esse desenvolvimento não pode ser feito de forma caótica, como o foi mesmo durante alguns anos após a Revolução - por um lado, por responsabilidade da administração central mas, por outro, por responsabilidade da administração local, como é sabido -, ele tem de ser feito de uma forma integrada, no que concordo consigo. Estou também inteiramente de acordo consigo relativamente à necessidade de duplicação dos fundos comunitários - deixe me só lembrar-lhe que esse é já um compromisso publicamente assumido pelo Governo.
De facto, pela voz do Sr. Ministro Valente de Oliveira, já por duas ou três vezes foi assegurado que relativamente às regiões autónomas e aos investimentos nas autarquias, em particular as do interior do país, haverá, e tem de haver, uma duplicação dos fundos comunitários.
Portanto, também aqui não há divergências entre mim e..

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Não é isso que dizem os números!