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2 DE FEVEREIRO DE 1995

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0 Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - Foi um desastre anunciado!

0 Orador: - Não cometi, portanto, nenhuma incorrecção,...

0 Sr. João Amaral (PCP): - E tinha autorização para dar uma facada pelas costas?!

0 Orador: - ... não tive qualquer gesto de menor polimento para com os Deputados ausentes desta Câmara.
De qualquer forma, seria interessante, se o Sr. Presidente e todos os Srs. Deputados me permitirem, rebater aqui dois ou três aspectos dos esclarecimentos que tiveram a gentileza de me pedir.
Sr. Deputado Luís Capoulas Santos, procurei fazer um discurso sério. 0 senhor disse que foi o discurso da política que vem sendo seguida, mas que eu estou contra «l.e, pois já estou a preparar a oposição. 0 senhor disse ainda uma série de coisas acerca da minha pessoa e eu digo-lhe que manterei a postura de referir que a agricultura portuguesa é um sector com dificuldades, mas que, evidentemente, apresenta hoje um conjunto de indicadores de positividade. Ora, os senhores não podem esconder esses ind-,oadores de positividade, evidenciando apenas que o rendimento baixou (obrigado, já todos o sabemos!) e que há dificuldades (muito obrigado, já todos o sabemos!).
Sr. Deputado, a minha intenção foi trazer para aqui um conjunto de indicadores que, de facto, são positivos, isto é, que o rendimento e a produtividade aumentaram o que a política agrícola está definida. 15to, Srs. Deputados, não podem rebater. E se algumas da minhas palavras 9;assarem na televisão ou em qualquer outro órgão de comunicação social, o Sr. Deputado pode ter a certeza de que -não vou bater nenhum record da gargalhada e também não vou bater nenhum record por infundar alguma esperança àqueles que lutam tenazmente para que a agricultura portuguesa progrida. Esse record não o baterei - muitos o fazem comigo -, mas pode ter a certeza de que agricultores e trabalhadores sentirão uma palavra de alento ouvindo um discurso que refere que algumas coisas melhoraram porque eles são interventores...

Vozes do PSD: - Muito bem!

0 Orador: - ... e que algumas coisas vão melhorar mais porque nós estamos aqui e estamos interessados em que as coisas progridam.

Aplausos do PSD.

Não vai ser um record de gargalhadas mas, isso sim, com certeza, uma postura de esperança para todos aqueles que lutam no meio de tudo isto.

0 Sr. José Vera Jardim (PS): - Com os vossos discursos, podem eles bem I

0 Orador: - Por isso votam em nós, como sabe.
Sr. Deputado Narana Coissoró, agradeço a postura de boa disposição com que abordou a minha intervenção. Devo dizer que não estava metido em buraco nenhum. quando a Sr.-, Deputada Conceição Seixas fez a sua intervenção, pois, como bem compreenderá, esta Sala não é nenhum buraco; antes pelo contrário, é uma Sala cheia de dignidade, e era aqui que eu estava. Só que, na altura, não dispunha de. tempo...

0 Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - Tiveram 50 minutos!

0 Orador: -... e não me atrevi a incomodar o Sr. Presidente fazendo uma intervenção quando não tinha tempo.
0 Sr. Deputado disse que a Sr.ª Deputada Conceição Seixas falou de pecuária e que eu não. Mas falei de sanidade animal - Sr. Deputado, vou ter o prazer de lhe oferecer o meu discurso - e rebati todos os índices que a Sr.3 Deputada disse que tinham piorado. Rebati-os porque eles não pioraram; na realidade, melhoraram, e isso é que está em causa. Aliás, a Sr., Deputada Conceição Seixas, se bem se lembra, passou um enormissimo atestado de incompetência ao Ministério da Agricultura,...

0 Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - E fez muito bem?

Aplausos do CDS-PP.

0 Orador: - ... o que penso ser profundamente injusto, pois nesse ministério trabalham, não muitos, porque os senhores não são muitos, mas alguns militantes do vosso partido, e não vos fica bem insultar dessa forma ao desbarato.

Protestos do CDS-PP.

Srs. Deputados António Murteira e André Martins, VV. Ex.ªs' referiram a exploração do Sr. Roussel e, como porventura saberão, conheço a exploração do Sr. Roussel muito melhor que vós. Não sei mesmo se os senhores a conhecem, se tomaram contacto com os estudos que foram feitos, se tomaram contacto com as perspectivas que foram montadas. Não sei se tomaram contacto com tudo isso, mas eu sim.

0 Sr. João Amaral (PCP). - Cuidado!

0 Orador: - E, a determinada altura, pareceu a todos os responsáveis que a exploração agrícola do Sr. Thierry Roussel era rentável.

0 Sr. António Murteira (PCP)- - Não a todos!

0 Orador: - E mesmo a inserção em área protegida, como sabeis, tem uma política de excepcionalidade que foi considerada pertinente naquela matéria.
Porém, estamos agora perante unia exploração que, por condicionalismos de vária ordem, alguns dos quais têm a ver com a política de preços e de comercialização europeia, não, resultou. E agora, Srs. Deputados, a culpa é do Governo porque entendeu que uma exploração agrícola de um empresário ia ser viável e, afinal, não foi?!

0 Sr. André Martins (os Verdes). - Essa situação foi escondida!

0 Orador: - 0 Governo é o menos culpado no meio de tudo isto porque apoiou até onde podia apoiar e deixa de apoiar quando entende que o empresário baixa os braços e dá aquela exploração como não rentável.

0 Sr. António Murteira (PCP): - E agora quem é que paga?!

0 Orador: - 0 que se passa com o Sr. Thierry Roussel é apenas isso.

0 Sr. João Amara[ (PCP): - Posso fazer uma exploração de oito milhões de contos no meu quintal?!

0 Orador: - Terminarei, Sr. Presidente, dizendo apenas que é evidente que a agricultura portuguesa é um sector